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Querida N.

É desnecessário repetir que sinto muitíssimo a sua falta. É quase incontrolável a vontade que tenho de abandonar o nada que conquistei longe de ti e partir para ficar ao seu lado. A única coisa que me impede é o medo de não encontrá-la do jeito que a deixei, intocável. Sofro silenciosamente ao pensar que tudo que vivemos são apenas lembranças de uma mente varrida pela loucura. Lembrar dos momentos que vivi junto de ti, mesmo que insignificantes para a sua pessoa, fizeram uma mudança incrivelmente fortuita para a minha alma. O que era acinzentado pela falta de paixão agora é de um tom de sépia irremovível pela distância. Posso eu aos vinte e um, lamentar pela vida que levei até agora? Já possuo propriedade necessária para enaltecer os dias passados, amaldiçoar os dias presentes e recear os dias vindouros? Oh maldita retórica que me atormenta constantemente. Cara N, mantenha seu amor por mim inalterado. Logo estarei contigo.

 

Por: D. W. T. M.

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