Para o norte, diz ele. Para o sul, diz novamente. Para todas as direções possíveis! Mas ainda não vi nada e estou procurando, mas o óbvio está tão claro que não importa o quanto eu tente enxergar, tudo o que posso ver são linhas tortas a minha frente, pequenos rabiscos sem nexo.
Estamos cada um de um lado, apontando nossas armas para nossos reflexos no espelho, tentando nos destruir a cada momento que se torna passado. E esquecemos, completamente, a razão de um dia existirmos. Então nos deparamos com os monstros que nos tornamos, com os inimigos que fizemos, e todos eles são apenas um: a nossa própria sombra.
Preste atenção! Diz o dono da voz, me cortando dos meus devaneios. Olho para o céu estrelado e eu pisco uma, duas, três vezes. Para onde quer que a minha mente me leve, e eu me embalo numa viagem distante que eu não posso mais voltar. E por uma fração de segundos há areia sobre minhas mãos pálidas, escorregando pelos meus dedos enquanto minhas unhas azuis descascam. Eu permaneço descansando, fecho meus olhos novamente e sinto o sopro gelado de uma deusa na minha nuca.
Eu estarei de volta quando o outono acabar!

Por ninichristie

Escritora e amante de fotografia, 24 anos, formada em Publicidade e Propaganda. Além de ser a louca por livros e ser fã compulsiva da série A Desconstrução de Mara Dyer e a trilogia Jogos Vorazes, também ama de paixão ser fotógrafa.

2 thoughts on “Compasso”

Deixe uma resposta