Piano VermelhoDepois de mexer com nossa visão em “Caixa de Pássaros”, Josh Malerman resolveu desafiar nossos sentidos auditivos. Em “Piano Vermelho” (Intrínseca, 2017), é um som que aterroriza o deserto da Namíbia. O som é tão poderoso que é capaz de desarmar armas e até bombas. E é aí que entram os Danes, uma banda norte-americana em que os membros serviram na 2ª Guerra Mundial. E são eles que terão de descobrir a origem do som…

Sinopse: Ex-ícones da cena musical de Detroit, os Danes estão mergulhados no ostracismo. Uma rotina interrompida pela visita de um funcionário misterioso do governo dos Estados Unidos, com um convite mais misterioso ainda: uma viagem a um deserto na África para investigar a origem de um som desconhecido que carrega em suas ondas um enorme poder de destruição. Liderados pelo pianista Philip Tonka, os Danes se juntam a um pelotão insólito em uma jornada pelas entranhas mortais do deserto. A viagem, assustadora e cheia de enigmas, leva Tonka para o centro de uma intrincada conspiração.

Tudo começa quando Philip Tonka acorda em um hospital, sabe-se lá onde, com graves ferimentos no corpo. Não é qualquer ferimento… no momento, sabemos pouco sobre qualquer coisa, algo bem comum na narrativa de Malerman. A narrativa se divide nesses momentos no hospital, com um Philip incapacitado, e em outro momento, quando os Danes são chamados para descobrirem a origem do som e vão até o deserto para investigar. O som, que te desorienta, que praticamente impossibilita que você ande, entre outros efeitos. O som está no deserto da Namíbia, e a “intenção” do governo norte-americano é saber onde exatamente está esse som para, possivelmente, destruí-lo (ou usá-lo como arma…)

É o som, ele sabe que o som está ali. Mas não o escutou, não perfeitamente.

Não sei vocês, mas eu gosto de saber das coisas. Em Caixa de Pássaros, nunca descobrimos o que aterroriza a humanidade a ponto de um olhar para uma criatura ou sabe-se lá o que ser capaz de você enlouquecer… em Piano Vermelho, a gente só sabe que é um som, um som aterrorizante, mas só… ao mesmo tempo que isso pode ser problema pra quem é curioso e quer saber das coisas, isso possibilita que sua imaginação se solte e você imagine o que quer que seja. Talvez essa seja a intenção de Malerman, não sei.

Enfim, creio que o autor conseguiu colocar nessa obra muito de sua personalidade literária, desse mistério, dessa agonia e dessa coisa aterrorizante que pode gerar uma outra guerra, sabe-se lá de que lado o som esteja, se é que há lados nessa história. Não espere respostas no começo nem no meio do livro. Você só irá descobrir o que acontece e o que não é o som, no fim… mas não pule para o fim, ok? É interessante saber o que apenas um som causa, não somente o som em si, mas o que as pessoas fazem para descobrir onde está esse som e toda a repercussão que essa busca causa.

Algumas pessoas se acomodam antes do que deveriam.

Malerman sabe te intrigar desde o começo, porque de imediato somos apresentados ao mistério, e sabe deixar você ainda mais curioso, porque você espera uma resposta, quer saber o que diabos está acontecendo. Essa narrativa doida e aterrorizante foi o que me atraiu e é o que me faz aconselhar você, que ainda não leu, a correr. Porque vale a pena!

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Ficha técnica:

Piano Vermelho

Autor: Josh Malerman

Editora: Intrínseca

Ano: 2017

320 páginas

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

3 thoughts on “Resenha: Piano Vermelho – Josh Malerman”

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