Olá pessoal! Hoje vamos conversar sobre a segunda parte daquela resenha que fiz no fim do ano passado (clique aqui) sobre a série de livros “A Torre Negra”, do mestre Stephen King. Daquela vez, falei sobre os quatro primeiros livros da série. Hoje, vamos falar dos outros quatro livros: “Lobos de Calla”, “Canção de Susannah”, “A Torre Negra” e o último lançado, mas que se encaixa entre os 4º e 5º livros, “O Vento Pela Fechadura”. Como da outra vez, vou fazer por tópicos sobre cada livro, tentando resumir o máximo possível. Bora lá?

O VENTO PELA FECHADURA

Bom, decidi começar falando sobre esse livro, apesar de ter sido o último da série que eu li. A razão é que o próprio autor falou que, na sua visão, esse livro se encaixa entre os livros 4 e 5. Quando comecei a ler, percebi que, realmente, eu poderia ter lido ele logo após “Mago e Vidro”. De qualquer maneira, é quase um livro independente, mas com certos detalhes que, quem não leu a história, pode ficar um pouco confuso. De qualquer maneira, o fato é que essa é uma história dentro uma história dentro de outra história.

Nesse livro, durante uma borrasca que se encontra no caminho de Roland, Eddie, Susannah, Jake e Oi para a Torre Negra, eles precisam encontrar um abrigo até que a tempestade passe. Isso traz lembranças à memória de Roland que decide lhes contar uma história de quando era mais novo quando ele foi enviado a uma cidade à caça do “trocapele”, uma espécie de aberração desse mundo. Durante a caça, ele conta uma outra história, essa contada por sua mãe diversas vezes antes de dormir. Essa história era “O Vento Pela Fechadura”.

Bom, resumidamente: eu adorei o livro. Por ter lido ele depois de toda a série, fiquei feliz por reencontrar esse ka-tet novamente. Confesso que depois que acabei o último livro, fiquei com o sentimento de “quero mais”. E quero mesmo. Mas, foi uma longa jornada, é melhor dar um descanso rs De qualquer maneira, eu adorei essa história, que é bem curta, diga-se de passagem, mas bem intensa. Pode ser uma história paralela, mas é escrita no mesmo estilo dos outros livros, mesmo sendo escrita anos depois, e o autor não dá nenhuma “derrapada” na construção da história. Até porque o foco é nas histórias que Roland conta.

LOBOS DE CALLA

Seguindo o barco… chegamos à Calla Bryn Sturgis. A pequena cidade de Calla encontra-se com um terrível dilema. Acontece que a cidade está próxima ao Caminho do Feixe de Luz onde estão nosso ka-tet. O povo de Calla fica sabendo que pistoleiros estão perto e uma comitiva os segue para que possam falar sobre o problema que os aflige: os Lobos chegam em cerca de 30 dias e eles vão levar, pelo menos, uma criança gêmea de cada família. Ah, aí está outra peculiaridade de Calla. Filhos únicos ou de nascimentos únicos é uma raridade. O “normal” é ter gêmeos nessa cidade e é atrás disso que os Lobos estão.

Bom, trama revelada. Fica a pergunta se o ka-tet ajudará a cidade ou não… de qualquer maneira, nessa história, eles conhecem mais um elemento do que parece ser o ka-tet: Padre Callhan. Talvez quem já leu o livro “A Hora do Vampiro”, de King, conheça esse personagem. Spoiler alert: é o mesmo cara! É aqui que as coisas começam a ficar realmente interessantes. Em meio a toda trama dos Lobos, o ka-tet começa a descobrir certas coisas, principalmente depois que o padre descobre um livro de um autor chamado Stephen King em que ele é personagem.

Foi aqui que eu percebi que a mente geniosa de King não tem limites. É nessa obra que ele começa a se inserir na sua própria história, por incrível que pareça. Tudo bem que é só o princípio, até porque é do meio para o fim que descobrimos isso. Quando li, não sabia a dimensão que isso tornaria. Achei que era só uma coisa do tipo “citando o livro que eu escrevi para fazer uma pequena divulgação”. Talvez sim, talvez não. De qualquer maneira, achei genial. O livro é todo intenso, de início ao fim, com novos elementos, com novas histórias, mas com o mesmo desejo: chegar à Torre Negra.

CANÇÃO DE SUSANNAH

Bom, antes de mais nada, quero dizer que para falar desse livro, eu tenho que dar spoilers sobre o livro acima. Se quiser, pule dois parágrafos para ler o que eu achei desse livro, se não, leia por livre e espontânea vontade. Bom, logo após os acontecimentos de Lobos de Calla há um problema com o ka-tet, presumivelmente. Grávida, Susannah é forçada a sair de cena. Ela corre para um portal, sob o comando de Mia, a outra “pessoa” que “mora” dentro dela, e vai para uma Nova York desconhecida para todos, para o ano de 1999 (sempre o 19/99 no meio…).

Então, o ka-tet se divide. Com a novidade que nos foi apresentada no livro anterior, de Stephen King sendo um personagem do próprio livro, isso vai ser melhor explorado agora. Roland e Eddie, mesmo sem querer, vão para o Maine para encontrar e conversar com o escritor. É bem eletrizante a cena de quando eles chegam no quando de King. Enquanto isso, Jake e Padre Callahan vão para outro quando de Nova York, o mesmo que Susannah/Mia foi, e onde ela está prestes a dar à luz.

Bom, esse livro é praticamente focado nessa questão de Susannah, e não poderia ser diferente. Ainda assim, o autor (não o personagem haha) insere a trama da busca de Roland e King pelo autor King (agora sim o personagem haha). Então, a narrativa se divide entre essa busca e a busca por Susannah. É uma excelente história, tão boa quanto todo os outros livros. Nesse, específico, acho que eu estava muito envolvido com a história, com os personagens, com a Torre Negra. E por ser o penúltimo livro, não pude deixar que aquele sentimento de despedida começasse a se apegar…

A TORRE NEGRA

O ka é uma roda… E chegamos ao final. Digam obrigado! Eu digo “droga!”. É aqui que as coisas terminam, é aqui que descobriremos se Roland chegará à Torre Negra e se o ka-tet estará com ele. Vou confessar uma coisa para vocês: chorei muito lendo esse livro. Não tenho nem vergonha de dizer isso, afinal, quem choraria por um livro de Stephen King, certo? Bom, ele conseguiu essa proeza comigo nesse livro. Acima de tudo porque era uma despedida do início ao fim. Infelizmente.

Bom, desabafo feito (haha), vamos ao que interessa. Começamos exatamente onde paramos no livro anterior. O ka-tet reuniu-se, mais uma vez. Agora, a busca pela Torre Negra está se encerrando, principalmente pois eles estão chegando cada vez mais perto. Mas antes, há mais batalhas pela frente. A primeira desse livro é em Agul Siento/Devar-toi, onde estão os sapadores que, teoricamente, destroem os feixes… Nessa batalha, os choros começaram torrencialmente. A próxima batalha é a busca pela salvação do escritor Stephen King. Ele corre grande perigo… e então, vem Mordred e, depois, o Rei Rubro. Quatro batalhas que definem toda a saga.

Não quero entrar em muitos detalhes, mas reservar esse fim de resenha para falar, novamente, do quanto Stephen King se mostrou genial, para mim. O último livro é intensidade, ação, emoção, terror, esperança… enfim, é um misto de sentimentos que me deixou sem palavras. Ao passo que queria saber como seria o desfecho, que foi tão surpreendente que nem tenho como defini-lo de outra forma, eu não queria me despedir desse ka-tet. É como se eu tivesse feito parte dele.

Acho que King tem uma narrativa singular que não havia visto antes, tanto que faz o sucesso que faz. Quando ele decidiu se inserir na história, o que ele classifica como algo que simplesmente aconteceu, percebi que ele fez algo arriscado, algo ambicioso e nem um pouco egocêntrico. Podem pensar que ele se inserindo no livro pode ser algo como alimentar o próprio ego. Mas não é. Ele se tornou essencial para a história tanto quanto para escrevê-la. Esse jogo que ele faz com o leitor é muito interessante e nos prende ainda mais.

Foram mais de 4 mil páginas. Uma saga que comecei há três anos e só finalizei este ano, por motivos que expliquei na primeira parte da resenha (só clicar). Foi uma história tensa, incrível e, mesmo para sete ou oito livros, manteve-se no ritmo, na história que queria ser contada. Acho que, se você que está lendo essa resenha ainda não leu essa série, mas está com aquela “pulga atrás da orelha” para conhecê-la, não duvide: é uma história fantástica e envolvente, tanto pela busca pela Torre, quanto pelos seus personagens marcantes. O fim, talvez, pode decepcionar algumas pessoas. Confesso que eu cheguei a ter esse sentimento assim que acabei o livro. Mas então percebi que não tinha outra forma de acabar esse livro. Afinal de contas, o ka é uma roda…

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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