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Oi pessoal. Como estão? Espero que bem! A resenha de hoje é do mais recente livro de C.J. Tudor, “O Que Aconteceu com Annie”, escolhido para a caixa de março do Intrínsecos, clube de assinatura de livros da Intrínseca. No mês passado fiz um unboxing dessa caixa (confiram aqui!). Como já estamos em abril, chegou o dia de falar dessa obra. Se você ainda não leu, fique atento pois a resenha pode conter alguns spoilers. Vamos lá?

Que tem uma coisa errada com o vilarejo de Arnhill, isso é bem evidente. A história se passa 25 depois que Annie, a irmã mais nova de Joe Thorne, sumiu por 48 horas. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu com ela. Acontece que depois de dois dias ela volta. Mas não é a mesma e Joe percebe isso. E, então, 25 anos depois, Joe precisa voltar para Arnhill pois um e-mail, sem assinatura, afirma que está acontecendo de novo – e, quem quer que tenha mandado o e-mail, sabe o que houve com Annie. Isso vem na hora certa, pois Joe é viciado em jogos e está endividado. Arnhill surge como uma escapatória do presente, mas uma viagem sem volta para o passado.

Bom, a história começa com uma cena de crime um tanto quanto macabra. Esse primeiro capítulo me deixou entusiasmado de que seria uma história mais ou menos nesse nível, como prometeram as dicas da Intrínseca e a própria sinopse. É um suspense, um tanto quanto sobrenatural, mas não tem reviravoltas sombrias e nem um final surpreendente. Apesar disso, eu gostei da história, e a achei muito melhor que “O homem de giz”, da mesma autora – que também prometia muito e não entregou muito.

Algumas das minhas críticas vão para as frases feitas presentes no começo da história. Força um pouco a barra o uso dessas frases feitas que, muitas vezes, começam assim: “Sabe o que fulana (o) teria dito?”. Isso não me soou legal, sinceramente. Mas a construção da história foi boa. Sem muita complexidade, numa mistura de presente e passado. Nesse caso, a volta ao passado só foi para falar do sumiço de Annie. E é Joe quem conta, tanto presente quanto passado. A primeira pessoa foi um acerto nesse caso, apesar de às vezes achar que era a autora quem estava narrando.

Falando da história em si, preciso dizer que eu ainda não sei exatamente o que aconteceu com Annie. Ou melhor, eu sei, mas o que de fato aconteceu quando ela voltou, não foi muito aprofundado. Eu queria que a autora tivesse feito isso, pois tornaria a história mais macabra – e mais interessante. Sabemos que não era mais a Annie que todos conheciam depois do que aconteceu durante seu sumiço – que é explicado no livro. Mas não sabemos o que aconteceu para que ela ficasse assim. A autora nos deixa pistas, e quase acho que ela talvez tenha deixado por nossa interpretação. Se sim, ok. Eu, pessoalmente, prefiro quando é explicado o que de fato aconteceu. Isso é meio o que Josh Malerman faz com seus livros, mas ele faz de um jeito diferente, que nos instiga…

Li em alguns lugares sobre as referências a Stephen King nos livros de C.J. Tudor – e até mesmo comparações com ele. E realmente, eu percebi isso no primeiro livro dela, mas nesse se fez menos presente, o que é bom. Acho que cada autor tem que se encontrar, em suas próprias criações. Geralmente, o resultado disso é muito bom. Apesar disso, a fórmula do personagem principal desse livro é repetida e conhecida. Um cara com problemas de bebida, carrancudo, com algum problema físico (nesse caso a perna) e endividado. Ainda assim, eu gostei de Joe, me identifiquei com ele em alguns pontos.

Apesar das críticas, devo admitir que o livro passa uma lição muito importante sobre bullying e privilégios. Muitas partes do livro me deixaram com raiva, por conta disso de bullying dentro da escola e privilégios. Acho muito bom quando os autores conseguem inserir problemas da nossa sociedade atual em suas histórias. E acho que é quase crucial ela ter inserido esse tema, pois ele tem um significado e a história se passa no nosso presente.

Também admito que o final foi um tanto quanto surpreendente. Não da maneira como prometia a sinopse, mas a autora nos deixou algumas pistas falsas durante o livro que nos levam a pensar algo diferente do que realmente aconteceu. É difícil falar sem dar spoilers, mas tem algo errado com a antiga mina que existe nesse vilarejo. E sim, para mim também parece algo repetido – uma mina num vilarejo pequeno. Mas é lá embaixo que as coisas estão erradas e, apesar das suposições, é difícil entender realmente o que. Mas sabe-se que tem a ver com a própria história de Arnhill.

Enfim, não quero me estender mais. Quero concluir dizendo que esse livro me fez dar mais uma chance para a autora – isso quer dizer que num futuro, posso ler outro livro dela. E, portanto, recomendo a leitura, quando ele for oficialmente lançado pela Intrínseca, o que deve acontecer em abril, acredito eu. Bom, espero que tenham gostado e comentem o que acharam! Até a próxima. <3

Ficha técnica:

O Que Aconteceu com Annie

Autora: C.J. Tudor

Editora: Intrínseca/Intrínsecos

Ano: 2019

288 páginas

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

3 thoughts on “Resenha: O Que Aconteceu com Annie – C.J. Tudor”

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