Olá pessoas! Como vão? Na semana passada eu falei sobre os primeiros quatro livros da série The Walking Dead e hoje é dia de falar dos últimos quatro, que é um arco totalmente diferente, com Lilly Caul como protagonista real/oficial. Essa série é sensacional, nos livros e na TV, e sempre foi especial para mim. Então, não poderia deixar de escrever sobre os livros. Como eu disse, um arco se encerra com “A Queda do Governador”, no quarto livro da série, escrita por Robert Kirkman e Jay Bonansinga. Me acompanhem.

Bom, os autores resolveram continuar a história, dessa vez como Lilly protagonista e liderando o povo de Woodbury. Chegamos a “Declínio”, que foi uma surpresa pra mim. Eu não sabia que ele havia sido lançado, e, no mesmo ano, o livro “Invasão” também chegou. Falando de “Declínio”, é o primeiro que parece ser escrito totalmente por Bonansinga, ainda que conste o nome de Kirkman (como criador) na capa. Se é perceptível essa mudança na narração da história, não necessariamente, porque a história é outra. Vemos uma Lilly diferente daquela que conhecemos antes, em um “arco” diferente. E a qualidade do texto, pra mim, mantém-se a mesma: tensa, aterrorizante e fascinante.

Bom, em “Declínio”, Lilly tenta manter a cidade em pé, mas surge um problema: uma grande horda de errantes se aproxima e, para a maioria dos cidadãos de Woodbury, eles têm de fugir. Mas Lilly se recusa. Ela quer enfrentar os zumbis e manter a cidade de pé. Para isso, eles vão contar com a ajuda de um estranho grupo religioso liderado por Jeremiah, um sacerdote misterioso e que dá até um pouco de medo, mesmo sem sabermos muito sobre ele, de início. Tudo parece bom, até demais. Mas, como sempre, há um segredo nesse grupo de Jeremiah e as coisas começam a declinar, como bem diz o título.

Esse livro, eu diria, é muito mais misterioso e com uma aura de terror muito maior, principalmente com a chegada desse novo grupo. Já estamos bem familiarizados com os zumbis, com a luta contra eles, enfim. A tensão não diminui, a violência aumenta, assim como as cenas de ação. Acho que a decisão de iniciar uma nova história com Lilly totalmente protagonista foi uma ótima ideia. Lilly é uma líder nata e conhecer esse lado dela foi realmente muito interessante. E, pelo que vemos nesse livro, é uma tendência a melhorar e que, com certeza, merece ser explorada.

Para mim, desde que comecei a acompanhar o mundo de The Walking Dead, ficou claro que a praga em si, os zumbis, eram os menores dos problemas. Ok, eles matam, a mordida deles transforma, mas nada supera o horror que se tornou a própria humanidade. Essa é a mensagem que realmente nos é passada, na minha visão. Como as pessoas perdem sua humanidade quando são colocadas num mundo pós-apocalíptico. Mas enfim, seguindo em frente.

Invasão” é mais um daqueles livros que, na minha humilde opinião, deveria ter continuado no último livro. É um livro que continua as confusões iniciadas em “Declínio”, com o reverendo Jeremiah. A diferença é que, após os acontecimentos do livro anterior, o grupo de Lilly vive nos túneis perto de Woodbury. Mas a ameaça, em si, é a mesma. Novamente, não são os zumbis, mas eles se tornam armas contra as pessoas. De qualquer maneira, é um livro com muita tensão, um terror ainda maior. Eu realmente gostei da escrita de Bonansinga – a forma como descreve as situações, as pessoas, os sentimentos das pessoas, enfim. É um livro, como os outros, objetivo, sem muita enrolação.

Outro adendo importante. Os livros de The Walking Dead, ainda mais os últimos, tem uma característica muito curiosa de cliffhanger entre os capítulos. Para quem não sabe, cliffhanger é um recurso usado no fim das histórias, nesse caso dos capítulos, que indica o que pode acontecer com tal personagem, deixando um indício de continuação e liga as histórias. Bom, isso é muito usado por Bonansinga e Kirkman, principalmente o primeiro, uma vez que as últimas histórias são escritas por ele. É algo tipo assim: “Lilly entra no carro rumo a Woodbury. Ela não imagina que essa terrível decisão pode colocar tudo a perder.” É algo assim, só que ainda pior (no bom sentido), porque aí você não consegue parar de ler!

O próximo da fila é “Busca e Destruição”. Quando pensei que finalmente Lilly teria paz e conseguiria colocar a casa em ordem, surge um novo problema. O mote dessa história é que, enquanto eles tentam uma forma de reerguer a cidade, ainda trabalhando na estrada de ferro que liga Woodbury e Atlanta, Woodbury é invadida e as crianças são sequestradas. Ninguém sabe exatamente porque fazem isso, mas um grupo de resgate, liderado por Lilly, logicamente é enviado para buscar as crianças. Muita coisa acontece nessa viagem, assim como em Woodbury. É um livro tão tenso quanto os demais, mas não pude deixar de perceber uma certa sensação de que a história ficou morna.

Acho que é evidente que depois de tantos anos, tantos livros, as coisas vão perdendo o fôlego mesmo. Muitos pensam o mesmo da série de TV, que realmente, não tem a mesma “intensidade” das primeiras temporadas. O que acontece nos livros é que o autor queria continuar escrevendo sobre Lilly e arrumou um problema no caminho dela para que isso se resolva. Quase como tem acontecido na série. Ao passo que isso é uma crítica, no entanto, eu fiquei feliz de ter mais um livro (e depois mais um), pois amo a série e queria ler mais sobre a vida de Lilly. Então, valeu a pena a leitura. O livro deixa um gancho interessante para o último livro…

E então chegamos à “Retorno para Woodbury”. Também foi uma surpresa, pois eu não sabia que ele havia sido lançado, e nem que era o último da série. Fiquei desapontado por ser o fim, mas, pensando melhor depois, vi que foi no momento correto. O desfecho foi merecido e não faltou tensão. Como bem diz o título, depois dos eventos finais do livro anterior, Lilly quer retornar para essa cidade que um dia significou esperança para as pessoas. Para ela, ainda é sinônimo de uma boa vida e ela fará de tudo para reerguer a cidade e dar um lar para as crianças e seus amigos. Mas o caminho de volta para Woodbury não é fácil…

O último livro começa com a introdução de um novo personagem que, para surpresa de todos, é brasileiro. Isso foi uma bela homenagem do autor, na minha visão. O personagem é bem interessante e ele se encontra com um personagem “perdido” do último livro. Enfim, sem muitos detalhes, acho que foi uma boa esse personagem ter sido inserido, primeiro pela representatividade e por mostrar que o fim do mundo aconteceu em todo o mundo e não apenas em uma parte dele, como às vezes as pessoas podem pensar.

Como eu disse, o caminho de volta não é fácil e é recheado de aventuras, muito sangue e crueldade. Além de muitas perdas… aliás, acho que esse é o livro mais triste que li dessa série, que me fez chorar mesmo, principalmente com o fim. Então, preparem-se caso ainda não tenham lido esse último livro. É de maneira muito sutil esse momento de emoção, mas realmente necessário e bonito. Acho que tudo caminhou-se, ao final, para que mostrasse que há esperança. Se Lilly consegue ou não reerguer a cidade, é algo que o autor deixa para nossa imaginação, mas existe um caminho traçado sutilmente.

Enfim, é isso galera. Eu tentei não me estender muito, pois é uma série de livros, afinal de contas. Mas foi um prazer ler esses livros, pois, como eu já disse, amo essa história, sempre gostei de livros/séries/filmes pós-apocalípticos, então, não tem como me sentir diferente disso. Jay Bonansinga e Robert Kirkman são incríveis escrevendo. Conseguem descrever com precisão os sentimentos, cheiros, medos e terrores de forma singular que nos faz estar presentes na história de início ao fim. Espero que eles se aventurem mais na literatura, dessa vez com novas histórias.

Espero que tenham gostado dessas resenhas e que compartilhem comigo as suas impressões desses livros, quem já leu. Aguardo vocês <3 até a próxima!

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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