Olá galerinha. Tudo certo? Bora de mais uma resenha! O escolhido de hoje é “A Vítima Perfeita”, de Sophie Hannah, um dos livros mais interessantes de romance policial/thriller psicológico que já li. Não é à toa que Sophie é comparada à Agatha Christie, a rainha do crime, e eu vou falar sobre isso na minha resenha logo mais. Então, espero que gostem e aproveitem a leitura!

Resumindo a história, conhecemos Naomi Jenkins, que dá início a essa aventura eletrizante. Ela é solteira e trabalha com relógios de sol, mais especificamente produzindo eles, e passou por uma experiência terrível anos atrás. Ela não conta isso pra ninguém, é claro, nem mesmo para o amante Robert Haworth. Ele é motorista de caminhão e os dois se encontram religiosamente todas as quintas-feiras, sempre no mesmo horário e no mesmo quarto de hotel. Quando ele não aparece numa quinta-feira, Naomi sabe que algo de errado aconteceu.

Bom, não quero explicar mais do que isso da história em si, vou tentar revelar mais coisas, sem dar spoilers, conforme vou escrevendo a resenha. Quero dizer que é um livro cheio de pistas falsas e reviravoltas, e com certeza nos dá o que realmente vende: um thriller psicológico de alta categoria. Mas é um livro, acima de tudo, do gênero romance policial, um dos gêneros que mais sou apaixonado – culpa de Agatha Christie, é claro. Bem, também somos apresentados a dois detetives, já que Naomi resolve ir à polícia para relatar o sumiço de Robert. Na delegacia, conhecemos a sargento Charlie Zailer e o detetive Simon Waterhouse.

Se eu entendi bem, eles protagonizam uma série de livros da autora, e essa obra em especial seria o segundo volume. No entanto, só há quatro outros livros lançados da autora aqui, dois sendo a “continuação” das investigações de Hercule Poirot, que eu já li, e outros dois dessa mesma série, mas não na ordem correta. Eu já os tenho e pretendo ler este ano. Enfim, tudo isso pra dizer que acredito que Charlie e Simon são, de alguma forma, os protagonistas dessa história, mas eles dividem essa narrativa com Naomi. As partes dos detetives são em terceira pessoa, enquanto as de Naomi são em primeira, como se ela escrevesse para Robert.

Explicações dadas, vamos continuar a resenha. Achei uma ótima sacada a forma como a autora liga dois aparentes crimes numa mesma história. Isso porque quando Naomi notifica o sumiço de Robert, os detetives não a levam muito a sério, acham que o amante quis dar um “sumiço” em Naomi, dizer que as coisas acabaram. Mas ela sabe que não é isso e está tão determinada em descobrir o que aconteceu com o cara que volta à delegacia, dessa vez para denuncia-lo por estupro. Acontece que, quando faz isso, ela releva o que de fato aconteceu com ela há alguns anos. Ela foi estuprada, mas não por Robert. Mas, para fazer com que a polícia leve a sério a investigação, ela mente. E então, as coisas realmente começam a ficar interessantes.

A forma como Sophie conectou todas essas coisas, todas as pistas falsas, o passado de Naomi, Robert, a mulher dele, Juliet, e outros personagens é simplesmente genial. Ela criou uma verdadeira teia de elementos que formam toda a história. E é por isso que eu acho justas as comparações de Sophie com Agatha Christie. Pode ser um exagero, mas eu vejo Sophie como uma versão moderna de Agatha. Claro, a rainha do crime é insubstituível, mas é inegável que Sophie Hannah tem “jeito” para o romance policial. Eu li seus dois outros livros em que ela revive o famoso detetive Hercule Poirot, e posso dizer que foram livros extraordinários de se ler.

Preciso destacar a personagem Juliet, a mulher do sumido. Quando vemos histórias como essa, automaticamente pensamos que a mulher do cara descobriu tudo e resolveu matar ele, ou fazer algo contra o cara. O comportamento dela indica muito isso, principalmente quando é confrontada. Mas, obviamente, a autora nos reserva muitas reviravoltas. Isso só evidencia que esse livro é cheio de “plot twists”. Tem muito disso, a cada capítulo. E tudo isso vai nos revelando a psicologia do ser humano. Como é geniosa, aliás, a mente das pessoas e mais geniosa ainda é a autora por conseguir escrever tudo isso e nos presentear com um livro tão instigante.

A obra tem todos os elementos que me chamam a atenção: narrativa ágil e objetiva, mas sem perder certos detalhes necessários para a história, reviravoltas a cada capítulo, o que torna a leitura ainda mais interessante e não nos deixa parar de ler. Queremos chegar até o final, queremos saber o que de fato aconteceu. É um suspense de início ao fim, literalmente. Mas, também, nos passa importantes mensagens, principalmente quanto à superação de algum acontecimento terrível, como cada um lida com isso e, claro, tudo envolto numa bolha de suspense e surpresas que deixam a história ainda melhor.

Bom, para concluir minha resenha, preciso falar do desfecho dessa obra. É surpreendente, é intenso e ainda mais interessante. Totalmente inesperado. E isso é muito bom, foge daquilo que é óbvio. Claro que consegui “pegar” algumas coisas, principalmente quanto à Juliet. Mas eu acho que a autora fez isso propositalmente. Ela nos queria levar para um caminho, para mostrar que estávamos certos, mas que tinha muito mais coisa nesse mistério. Ou seja, ela queria nos surpreender. E surpreendeu.

Então, para fechar, quero dizer que se você ainda não deu uma chance para Sophie Hannah, deveria. Quero logo ler seus outros romances e espero que a Rocco (editora dessa série) traga as outras obras dela para nós. Quero muito conhecer mais Charlie e Simon, os detetives dessa história, e quero conhecer outros mistérios que a autora prepara para nós. Por essas e outras, eu mais que recomendo essa leitura.

Espero que tenham gostado dessa resenha, espero que você que ainda não leu se inspire nessa minha humilde opinião para ler essa autora e conhecer suas histórias. Sem mais a declarar, nos vemos na próxima! <3

Ficha técnica:

A Vítima Perfeita

Autora: Sophie Hannah

Editora: Rocco

Ano: 2015

432 páginas

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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