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Olá, galerinha! Estamos de volta para mais uma resenha, de um livro recém-lançado: Branco Letal, de Robert Galbraith, o pseudônimo de J.K. Rowling. Eu confesso que estava muito ansioso para essa nova história do detetive Cormoran Strike e da agora também detetive Robin Ellacott. Uma história eletrizante e muito bem construída, em terceira pessoa, no mesmo estilo que me conquistou muito. Bom, sem mais delongas, vamos à resenha.

Primeiro, resumindo a história, em meio aos desafios das vidas pessoais de Strike e Robin, um cliente um tanto quanto inusitado chega à agência, comandada pelo primeiro, mas, agora, em sociedade com Robin. Billy é um cara agitado, com óbvios problemas mentais. Mas ele tem uma história para contar: quando criança, ele acredita ter testemunhado um crime horrível. Mesmo sem muitos detalhes, o relato deixa Strike com uma pulga atrás da orelha e, antes que pudesse conseguir mais informações com Billy, o cara foge, com medo.

Por não ter muitos detalhes, a história de Billy perde um pouco o foco, ainda que Strike procure saber mais com o pouco que tem. Sua busca chega à Jimmy Knight, irmão de Billy. Curiosamente, um ministro entra em contato com Strike para dizer que está sendo chantageado por ninguém menos que Jimmy… essa foi a forma como o autor ligou as duas coisas, a fim de descobrir o que de fato aconteceu na infância de Billy e porque Jimmy chantageia esse ministro. Isso nos leva a cenários diferentes nessa obra, como o próprio Parlamento – nos mostrando um pouco sobre a política inglesa.

Bom, esse é uma sinopse “simples”, principalmente para um livro de mais de 600 páginas. E não resume nem metade da obra, mas é isso que dá início, de fato, à história investigativa dessa obra. Mas, apesar de ser uma série que foca tanto na vida pessoal quanto num crime que está sendo investigado, achei o começo da história muito pessoal. Acho que o prólogo, por exemplo, poderia ser a respeito do crime de que se trata a história, e não sobre a relação dele com Robin. Ou seja, Billy só é introduzido bem depois.

Acho que era necessário falar sobre a questão pessoal dos dois, talvez de uma forma mais sutil no começo do livro, mas não logo no prólogo. A vida pessoal dos dois sempre foi algo em segundo plano, mas importante para a história. Nesse, parece que ganhou mais foco do que a investigação, já que se trata de um romance policial. De início, pensei que seria mais no começo, mas isso se estendeu por toda a obra. No entanto, olhando para toda a obra, faz sentido o jeito como o autor construiu a narrativa, mas ainda tenho ressalvas.

Ainda assim, senti um pouco falta de uma investigação verdadeira. Tudo me pareceu muito “simplório” até o início da segunda parte – ou seja, fazendo a primeira parte ser como um prólogo gigantesco. A morte de fato acontece pouco antes do início da segunda parte, e aí as coisas começam a ficar mais interessantes. Mas ainda não era possível entender tudo. O autor joga muitas pistas (muitas, óbvias), não apenas sobre a investigação.

Quando concluímos o livro, fica a impressão que tudo poderia ter sido “resolvido” em metade das páginas. Não se engane, gostei de ter mais de 600 páginas sobre essa história, mas talvez não tenha sido a melhor forma de utilizá-las no geral. Isso não significa também que seja ruim. Não é. O livro é ótimo e segue o mesmo estilo dos anteriores, com pequenas mudanças.

Acho que os livros dessa série, e isso é como uma marca registrada do autor, na minha visão, têm uma característica muito interessante. É o fato de que, quando estamos nas últimas 150 páginas, às vezes mais, outras menos, começamos a ficar tensos para chegar à conclusão da história. Isso é algo produzido pela própria narrativa, que é ágil, semelhante aos outros. A leitura flui muito, você nem percebe o quanto já leu.

Eu achei a conclusão dessa obra um tanto quanto morna. Esperava mais, muito mais. Acho que essa expectativa foi criada pelos livros anteriores. De qualquer maneira, me surpreendeu, não tanto quanto os outros, mas ainda assim, foi surpreendente entender tudo. Talvez a forma como se descobriu tudo não foi a melhor, mas quem sou eu? No fim, também, fiquei com um gosto de quero mais. Apesar de eu criticar o fato de o lado pessoal se sobressair à investigação em si, gosto da relação de Strike e Robin. É algo gostoso de ler.

Enfim, acho que não há mais muito o que dizer. A história é ótima, mantém a receita dos livros anteriores, com algumas modificações, é claro. Acho que aquela ação presente nos demais livros não foi tão intensa aqui, mas no fim, o autor conseguiu colocar uma boa dose de ação. A evolução da personagem Robin é extraordinária, principalmente como detetive – e isso foi muito bem narrado no fim. Nos outros livros, ela demonstrou muito bem isso, e acho que foi o que Strike viu nela para mantê-la perto, além da vontade da própria Robin.

E é isso, pessoal. Espero que tenham gostado dessa resenha. Se vocês já leram, me contem o que acharam. Vou adorar conversar com vocês sobre esse livro e mal posso esperar para as próximas aventuras de Strike e Robin. E vocês? Até a próxima pessoal!

RESENHA: O CHAMADO DO CUCO – ROBERT GALBRAITH

RESENHA: O BICHO-DA-SEDA – ROBERT GALBRAITH

Ficha técnica

Branco Letal

Autor: Robert Galbraith (pseudônimo de J. K. Rowling)

Editora: Rocco

Ano: 2019

656 páginas

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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