Resenha As Quatro Rainhas Mortas – Astrid Scholte

Olá pessoal! Sabem aqueles livros de fantasia que você começa a ler e não consegue parar até terminar? Pois bem, essa é a sensação com “As Quatro Rainhas Mortas”, de Astrid Scholte, que tenho o prazer de resenhar para vocês. O livro foi lançado em 2019 pela Galera Record e eu o ganhei de presente da Steph (ela tinha duas opções, e, com certeza, acertou na escolha haha). Espero que gostem e aproveitem a leitura!

Estamos em Quadara. Um continente que há décadas é governado por quatro rainhas, cada uma responsável por seu próprio quadrante: Archia, e a rainha Iris; Eonia, e a rainha Corra; Toria, e a rainha Marguerite; e Ludia, e a rainha Stessa. Cada quadrante possui características e culturas diferentes, e as rainhas devem seguir as leis para que seus quadrantes prosperem. Mas elas guardam segredos, que podem ser fatais.

É aí que Keralie Corrington entra. Aos 17 anos, é a melhor larápia de Jetée e seu caminho se cruza com Varin Bolt, um mensageiro que carrega uma encomenda muito importante: chips de comunicação, que logo são roubados por Keralie. Acontece que a mensagem que os chips apresentam é, possivelmente, a conspiração para assassinato das quatro rainhas de Quadara.

Devo dizer que a obra é instigante. A narrativa da autora, em primeira e terceira pessoa, é ágil, com muitos diálogos. E a construção dessa história é muito inteligente, com linhas temporais diferentes, mas que se completam. A autora deixa algumas dicas que podem nos levar para uma conclusão ou, ao contrário, nos enganar – como fez comigo, em certo ponto. Não encontrei, mas também não procurava, falhas de raciocínio na construção da história.

Como disse, há culturas e características diferentes nos quadrantes. Há o quadrante que é mais “simples”, se aproximando muito da linha “medieval”, em que se valoriza a agricultura, por exemplo, e há o quadrante mais tecnológico, que valoriza mais esses avanços. Isso criou um contraste muito interessante, pois os cidadãos desses quadrantes também são diferentes. Pessoas mais calorosas, do quadrante mais “simples”, e pessoas mais “frias”, do quadrante mais tecnológico.

Isso é muito interessante, pois Keralie e Varin são de quadrantes distintos e demonstram bem essas diferenças. Mas a relação dos dois também muda ambos conforme eles convivem. O mesmo acontece com as rainhas, que vêm, em teoria, de seus quadrantes e foram moldadas a respeitar a cultura de seu lugar de origem enquanto reinam e tomam suas decisões.

Então é muito instigante essa linha criada pela autora, pois vai além da aventura e da fantasia. É uma leitura que nos revela muito do ser humano também – como as rainhas que, mesmo com a imagem monarca criada por todos, também têm sentimentos e segredos, como qualquer pessoa. Acontece que, nesse caso, esses segredos podem representar um perigo.

Sem querer me alongar mais, devo dizer que a conclusão dessa história me surpreendeu de diversas maneiras. Tem aquele plot twist intrigante e inteligente, sem forçar nada aos leitores. Era algo que a autora foi criando ao longo das páginas e entregou no final. E acho que ela deixa uma oportunidade para criar outras histórias no universo de Quadara – eu, com certeza, as leria rs

Depois que terminei a obra, fiquei lembrando da Agatha Christie. Pois não deixa de ser uma investigação para descobrir o suposto assassino das rainhas e a conclusão, a meu ver, me lembrou muito a forma como a eterna rainha dos crimes constrói suas narrativas. Então, creio que essa obra é uma mistura de aventura, fantasia e romance policial. E que tudo se completa, ao fim, como uma história de amor.

E é isso. A história é muito interessante, realmente não dá para parar de ler até terminar. E os personagens ajudam muito nessa construção, com uma boa dose de diversão, momentos de tensão e ação, e até emocionantes. Ou seja, é uma fantasia de prato cheio e instigante. Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima! <3

Ficha técnica

As Quatro Rainhas Mortas

Autora: Astrid Scholte

Editora: Galera Record

Ano: 2019

392 páginas

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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