Acordei neste dia escuro que chamo de hoje, e que alguma hora será apenas um dia esquecido . Queria que ela estivesse aqui para me ver, já não me aguento só. Sinto a falta dela quando ela não está, e quando está não sei o que falar a ela. Só sabíamos falar de amor, amar um ao outro como o céu ama o mar. E como tal fomos separados pelo destino, eu pelo jeito sou o céu estou a me lamentar e o céu chora por mim. E ela o meu mar, mar de amor que por ela eu estaria disposto a navegar, quando acordar turbulências irá gerar e em seu ódio e tristeza futuros marinheiros afogar.
Queria estar com meu violão… Mas com ela, ele se foi, tocar as notas com minha alma, aquelas que não fui capaz de tocar pra ela. Tocarei então meu piano que, outrora, foi esquecido pelas minhas mãos. A melodia que toco me faz sentir como um coveiro, cavando, porem o meu próprio túmulo. Pelo menos no túmulo poderei chorar, afogar-me, e se ela estiver presente novamente, eu irei boiar.
Coloquei-me a dormir, choramingando sobre meu próprio túmulo, e quando acordei estava dentro dele , por incrível que pareça, me afogando. E não conseguia subir, agora era um caixão d’água, comecei a ouvir a voz dela, ecoando sobre meus ouvidos, mas quando olhava, os ecos voltavam ao fundo da tumba, o eco dizia com a voz dela: Você se arrependeu de me abandonar, mas eu não sou como você, não vou te abandonar, teus sorrisos são como céu de estrelas, e sobre mim, são a calmaria do mar, aquele que guia através das águas. Hoje o céu abraça o mar, ambos se tocam sem ao menos sair do lugar. Parei de me debater e ao mesmo tempo as palavras “Eu te amo“, ecoavam diretamente a mim, sem direções, sem limitações. Aquele mar de lágrimas de auto ódio e dor, agora era um mar de lágrimas de vida e amor.
Naquele mesmo buraco, residiram ambos os polos do mundo o céu na altura do mar, e da mesma forma o mar na altura do céu.