Quando comecei a ler Infinito + Um da autora Amy Hamon, eu comecei a criar paradoxos sobre o livro e notas mentais que gostaria de acrescentar a esta resenha, mas agora que acabei esta obra digna de ser um best seller, eu perdi completamente todas as minhas falas para este momento.

Infinito + Um conta a história de uma cantora country Bonnie Rae Shelby e um zé ninguém Finn Clyde que quer apenas recomeçar a vida do zero.
A história inicialmente aborda uma Bonnie totalmente deslocada que quer morrer, ela está em cima de uma ponte quando Clyde a impede de se jogar e por fim ao seu martírio. Depois disso, ambos começam uma aventura juntos percorrendo todo o país, atravessando cidades e sendo perseguidos pela polícia e pela mídia. Bem ao estilo Bonnie & Clyde. Nem preciso dizer o que acho da criatividade da autora, né? A leitura é deliciosa, talvez um pouco confusa inicialmente por ser uma leitura que alterna a narrativa de primeira pessoa para a terceira em algumas ocasiões, isso foi algo que me incomodou, mas depois me acostumei. Como gosto de folhas mais amareladas, achei uma leitura mais confortável e atrativa.

infinito + 1.2 - bebes que chegaram hoje

Antes de mais nada, quero dizer que, li muitas resenhas criticando o livro, falando que ele não era o melhor da autora, enfim, que não era um livro digno. Até eu fiquei encanada com o livro antes de comprar e achei melhor arriscar. Resultado: me surpreendi novamente com a Harmon e esse livro se tornou outro favorito meu. Não me arrependo de ter investido nele, e todas as resenhas que li: mentirosas!!
Além de tudo, falaram que a autora enfatiza muito a história dos foras da lei Bonnie e Clyde, eu sinceramente não achei, achei interessante que a história do livro fosse um pouco parecida. E o que seria deste livro se não tivessem referências sobre os personagens reais que deram vida aos ficcionais?

Uma coisa eu digo, Amy Harmon sabe captar a essência de tudo. Infinito + Um não é um livro qualquer, não é um livro só com tristezas, é um livro divertido que envolve superação, dor, felicidade, romance, matemática, música e com uma pitada de humor e aventura. E como sempre, Harmon sempre tem um fundamento ou um estudo para compor suas obras. Sempre tem um jeito tocante de nos alcançar com palavras, sempre tem um jeito de nos fazer refletir.
E uma curiosidade que achei super bacana, Amy Harmon sempre coloca os ensinamentos de Deus e Jesus Cristo em suas obras, um detalhe que achei que era original apenas de Beleza Perdida, mas fiquei grata por encontrar em Infinito + Um, e agora sei que, esta autora nunca irá me decepcionar e que ela já me convenceu de que é a melhor. Amy se tornou uma musa para mim e me deu inspiração para seguir minha carreira de escritora, além de estar sempre curtindo minhas fotos dos livros dela no instagram do blog 😀

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Um detalhe que gostei muito, foi o fato dos capítulos serem nomeados por termos matemáticos, deu mais originalidade ao livro no tom certo.
Os personagens são muito legais. Bonnie é um pouco intensa, impulsiva e maluca, está triste e Clyde se torna uma ponte, um ponto de fuga e ela se agarra a isso. Bonnie é, também, caridosa e amável, e claro que Clyde também não deixa a desejar, tendo por trás de sua história uma essência de culpa e até mesmo medo que o leitor deverá se surpreender com a profundidade e a complexidade disso. Clyde se agarra à sua amada matemática durante todo o percurso do livro, o que deixa Bonnie curiosa e ela tenta entender como funciona a cabeça de Clyde matematicamente. O livro é inteligente, surpreendente e doce.

E antes que eu encerre, quero agradecer meus leitores por estar nos acompanhando sempre por esta jornada, que vocês continuem conosco e que não importa as resenhas boas ou ruins, sempre leiam os livros que colocamos aqui e criem suas próprias opiniões acerca deles. Não é errado e nem é certo, ler é sempre o melhor investimento que você pode fazer, independente do livro, apenas aceite! <3

ATENÇÃO: SPOILERS

Como dito antes, a Bonnie queria se matar, ela está triste e não aguenta mais. A principio achamos que ela é uma mimada por que tem tudo o que poderia querer e quer por fim a vida. Mas ao decorrer dos capítulos vemos que Bonnie Rae tem um coração tão grande quanto o mundo, e que na verdade ela só precisa de um tempo pra organizar as ideias. Esse tempo ela encontra quando conhece Clyde, que a impede de se jogar da ponte, e então eles começam a viajar pelo país todo em direção as Las Vegas. Bonnie, com a bolsa de sua avó, furtada do camarim, bancando toda a viagem e metendo a cara dos dois em todo tipo de problemas.
De inicio Clyde nem sabe quem é ela e acha que por ela se chamar Bonnie está apenas tirando com a sua cara por ele se chamar Clyde, ele tem uma prova de quem ela é quando ela começa  cantar e lhe mostra fotos dela. Então eles começam a ter cuidado com pessoas que possam lhes reconhecer, e criam uma amizade a partir da viagem que se inicia.

foto para resenha infinito mais um

Eles conhecem pessoas, ajudam pessoas e são reconhecidos, passam por poucas e boas, sobretudo começam a se conhecer e a gostar um do outro.
Um dos trechos que mais gostei foi quando Bonnie viu Finn sem camisa e notou as tatuagens de prisão no peito e nas costas. Ela ficou alarmada e tentou fugir, com medo, de que ele lhe fosse uma pessoa ruim, mas seu cartão foi recusado para outro quarto no hotel de beira de estrada onde estavam alojados e ela ficou esperando do lado de fora. Quando ele a viu, estava com raiva e foi embora, mas ele não conseguiu deixá-la para trás, e quando retornou ele a beijou.

“— Inacreditável — disse Finn entredentes e bateu no volante com a palma da mão. Diminuiu a velocidade até parar. —INACREDITÁVEL! — repreendeu-se, ao mesmo tempo em que pisava no freio. Em seguida, abriu a porta e saltou para fora do veículo parado. Bonnie ainda estava com as duas malas nas mãos, mas agora seus lábios estavam entreabertos, mostrando clara surpresa pelo fato de ele ter parado.
E ela não era a única. Finn se sentiu dividido bem ao meio. A parte racional de seu cérebro, o lado que garantia sua sobrevivência e sanidade, estava indignada, exigindo que ele continuasse dirigindo. Já o lado conectado ao coração e às partes baixas estava soltando um suspiro de alívio.
Ela não se mexia, como se tivesse certeza de que, no momento em que o fizesse, ele mudaria de ideia, entraria de novo na Blazer e iria embora.
Então ele se voltou para ela, lutando contra si mesmo a cada passo do caminho. Caminhou até estarem praticamente frente a frente. Os olhos escurosdela estavam arregalados e erguidos para ele. Finn tinha as mãos enfiadas nos bolsos para que não a estrangulasse, mas os bolsos pareciam algemas em seus pulsos. Então puxou as mãos, agarrou Bonnie pelo casaco rosa fofo e a ergueu na ponta dos pés, na altura dele, até que ficassem nariz com nariz e não pé com pé. Seus sentimentos eram uma grande bola emaranhada de raiva, anseio e injustiça, tudo embrulhado numa indignação impaciente, e Finn não conseguia separar um sentimento do outro. Assim, fez a única coisa que podia fazer. Ele a beijou.”

Então ele lhe contou a história das tatuagens e descobrimos que Finn Clyde havia sido preso sob o julgo de crime à mão armada, crime este que tirou a vida de seu gêmeo Fish, foi quando ele contou a Bonnie que também era gêmeo. Só que Clyde não havia feito nada, não havia roubado e nem matado, seu irmão quem tentara roubar uma loja de conveniência, sem saber que, o proprietário, também tinha uma arma.
Um parênteses aqui, que a Bonnie sempre relembra e até mesmo chora pela gêmea dela, a Minnie, que morreu de câncer, esse, na verdade, é o fato dela querer se matar. Por que ela está de luto, e quando a irmã morreu, ela estava em turnê e a avó (sua empresária) não lhe contou sobre a morte da irmã até que terminasse a turnê.

Bonnie e Finn passam por vários perrengues durante o tempo na estrada e Finn começa a se incomodar com o fato da polícia estar na sua cola sob inúmeras acusações de ter sequestrado Bonnie, sem ele, na verdade, ter culpa alguma. Então ele insiste para que Bonnie ligue para a avó e peça a ela que retire a queixa. Bonnie é totalmente contra, pois não quer falar com sua avó, ela sente raiva pelo controle imposto desde o começo de sua carreira, então ela foge com o carro de Finn para (nome da cidade) onde mora o pai do rapaz, deixando para trás dois mil dólares em dinheiro para que ele alugue um carro e se encontre com ela. E nesse tempo, ela fala com seu guarda costas, o Urso, que descontente aceita se encontrar com ela no dia seguinte na casa do pai de Finn.

E é a partir disso que a história realmente começa a se desenrolar, é quando Finn percebe estar apaixonado por Bonnie. Ele a encontra num parquinho infantil de madrugada cantando para as estrelas e aquela música é tão incrível que ele finalmente percebe o que sente por ela. E ela o vê, os dois se aproximam e ele beija Bonnie novamente, não mais bravo por ela ter roubado seu carro e fugido. Eles dormem na casa do pai de Finn após o carro dele ter sido guinchado no parquinho, ele não reclama e no dia seguinte, Urso aparece com as coisas de Bonnie e essa é a parte do livro que mais achei engraçada.

“No entanto, Finn estava me olhando como se tudo fosse ficar bem. Como se
quisesse me beijar de novo. E eu queria que ele me beijasse, mais do que jamais quis alguma coisa na vida. Sua boca estava tão perto que eu podia sentir seu hálito na minha língua, e eu queria lamber meus lábios para saborear a sensação.
Então os lábios dele não estavam mais próximos; eles estavam lá. E aqui. Acima. Dentro. Em volta. Minhas pálpebras tremularam, meu estômago despencou e o peso em minhas pernas me fez querer afundar no beijo como uma âncora na areia, cavando, mas estranhamente sem peso. Em seguida, as duas mãos dele estavam no meu cabelo, prendendo minha boca onde ele queria que ela ficasse, me segurando parada enquanto provava meus lábios e me pedia para deixá-lo entrar. E eu o recebi com um suspiro que deslizou pela noite fria e se afastou tal como a minha música. Era uma estrofe nova, um dueto de lábios e uma fusão de bocas. Foram o ápice da melodia e o descer dos címbalos, e era diferente de qualquer música que eu já tivesse cantado. No momento em que ele se afastou, o beijo ecoou em torno de mim, me convidando a repetir a música de sua boca contra a minha.”
“— Você é Finn Clyde? — A voz era mais aguda do que Finn teria esperado, vindo da cavidade torácica do homem do tamanho de um urso na varanda de seu pai. Assim que a comparação passou por sua cabeça, Finn soube quem era.
— Você é o Urso?
— Sou. E é melhor você tirar o rabo de branco marginal da minha frente bem depressa, ou vai descobrir por que a minha mãe me chamava de Urso. Não é porque eu sou fofinho.
Finn imaginou que merecia a classificação de branco marginal, parado com o peito nu marcado por tatuagens ofensivas e o cabelo loiro solto ao redor dos ombros, tanto que deixou o comentário passar e abriu caminho.
— Entre.
Finn deu um passo atrás, e Urso avançou para dentro da pequena sala de estar, preenchendo o espaço com malevolência, seus olhos absorvendo tudo de uma vez.
— A Bonnie está lá em cima. Ela estava dormindo da última vez que verifiquei. Se me der licença por um segundo, vou vestir uma camisa e dizer a ela que você está aqui. — Os olhos do homem se arregalaram com a menção ao fato de Bonnie ainda estar dormindo quase às onze da manhã, como se o detalhe fosse íntimo demais para Finn estar a par dele, mas o guarda-costas cruzou os braços sobre o peito enorme e abriu as pernas em uma postura que dizia “anda logo”, enquanto observava Finn subir as escadas.”

Depois disso, eles entram num acordo. Bonnie precisa aparecer no Oscar por ter recebido uma indicação e ela tem a missão de desmentir toda a falácia da mídia apresentando Finn Clyde como seu namorado. Eles topam no mesmo instante e então partem com o carro do Urso para Los Angeles enquanto o Urso volta com o carro alugado de Finn para Cincinnati.

Nesse meio tempo, eles ajudam um mendigo “profeta” chamado de William que está a deriva da estrada com um placa escrito “eu acredito em Bonnie e Clyde” e inicialmente é isso o que chama a atenção de Bonnie para ajudar o homem. Clyde relutante aceita, uma vez que, não sai do caminho de ambos deixar o mendigo numa outra cidade. E é interessante as falas de William, ele tem um diálogo com Finn que chama muito a sua atenção e o faz lembrar de seus momentos com Fish e o pai.

“— A pergunta que ele fez, se a matemática existe porque é um reflexo do nosso mundo, ou se o mundo existe por causa da matemática. Você ouviu? — ele quis saber, distraído.
— Sim. Ouvi. — Bonnie riu. — Claro que ouvi. Fiquei perplexa.
— Meu pai sempre perguntava isso pra gente. — Finn se sentiu estranho, até nervoso. — Acho que outras pessoas podem fazer a mesma pergunta, mas foi estranho ouvir William simplesmente gritá-la desse jeito.”

Para concluir, não vou contar aqui tudo o que li neste livro para não ficar uma resenha mais cansativa do que já está e muito cheia de pontos. O que posso dizer é que, Bonnie e Clyde se casaram, ficaram juntos no final mesmo se conhecendo há poucos dias, mesmo Clyde sendo pego pela polícia novamente, algo que ele consegue ser libertado estando ao lado de sua matemática e a verdade que o ajudam a, novamente, estar ao lado de Bonnie, que finalmente põe um ponto final à sua avó controladora e aproveitadora, que descobre que o próprio irmão estava tramando contra ela e por isso a polícia achava que Clyde havia sequestrado-a. Este livro, assim como Beleza Perdida de Harmon é um sucesso, uma leitura divertida, triste, com tantos pontos que faz a história parecer uma montanha russa de sentimentos. Ele é simplesmente incrível!!

Espero que tenham gostado, espero que me perdoem a demora dessa resenha, acima de tudo, afinal, ela está há meses salva nos rascunhos e só agora pude concluí-la. Agradeço a paciência, os views, todo o apoio de vocês <3

Por ninichristie

Escritora e amante de fotografia, 24 anos, formada em Publicidade e Propaganda. Além de ser a louca por livros e ser fã compulsiva da série A Desconstrução de Mara Dyer e a trilogia Jogos Vorazes, também ama de paixão ser fotógrafa.

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