Se vocês ainda não leram “Comportamento Altamente Ilógico”, de John Corey Whaley, leiam já! Lançado em 2017 (Editora Rocco), a obra conta a história de Solomon Reed que tem agorafobia – um transtorno psicológico ligado a ataques de pânico e ansiedade. É um livro sensacional e é mais um que vai para a lista de melhores livros de 2017 e da vida! Bom, daqui para frente, você foi avisado: Spoilers (possivelmente)!!!! Let’s go!
A sinopse: Um garoto de 16 anos tímido e retraído que sofre de agorafobia (transtorno de ansiedade que leva a pessoa a evitar locais que não considera seguros); uma menina ambiciosa e realista que sonha em entrar para a faculdade de psicologia. Determinada a provar que merece ser aceita no segundo melhor curso do país, Lisa se aproxima de Solomon para ajudá-lo a superar suas dificuldades, trazendo também seu encantador namorado, Clark, para próximo de sua “cobaia”. Logo, os três formam laços inesperados de amizade. À medida que se conhecem melhor, porém, os planos de Lisa começam a sair de controle, e cada um deles é obrigado a rever suas certezas e encarar seus medos. Será que Sol, Lisa e Clark conseguirão encontrar novos arranjos em suas vidas, servindo de apoio um ao outro na difícil tarefa de encarar a vida adulta que se aproxima?
Bom, o livro começa com a história de Solomon e em como ele decidiu, de uma hora para outra, nunca mais sair de casa. E isso já dura TRÊS anos. Um dia, ainda no ensino fundamental, ele teve um “pequeno” surto e, para tentar se acalmar, ele entra na fonte da escola, somente de cueca. (Vale ressaltar que a água o acalma). Claro que todos os alunos da escola veem isso e, então, Sol (como ele é chamado também), decide que não irá mais sair de casa – afinal, ele é o garoto maluco que entrou só de cueca na fonte da escola! No entanto, em casa, na mente dele, ele tem tudo o que precisa. Não passa fome, se diverte (à maneira dele), estuda. Enfim, ele é ‘autossustentável’.
“Veja bem, o mundo de Solomon não era tão solitário quanto pode parecer. Não era escuro e triste. Era pequeno, claro, mas confortável.”
No entanto, quando Lisa Praytor decide que ela precisa entrar na vida de Sol para ajudá-lo, a vida que o garoto tinha muda completamente. Claro que tudo faz parte de um plano de Lisa para entrar na segunda melhor universidade de psicologia do país. E que oportunidade melhor se não escrever uma redação sobre sua experiência com um garoto que não sai de casa há mais de 3 anos e conseguiu salvá-lo? Acontece que Lisa se torna a melhor e, até então, única amiga de Sol.
“Não havia como negar. Agora sabia que era a mais absoluta verdade: ele tinha uma amiga. E estava morrendo de medo dela.”
Não é que ele nunca teve amigos. Ele já teve, no passado, mesmo depois de decidir que nunca mais sairia de casa. Mas não durou muito tempo. No entanto, Lisa e o namorado, Clark (que também acaba se encantando por Sol, amigavelmente falando), pretendem mudar isso para sempre. Se eles conseguem? Leia e saberás! Haha Mas é realmente incrível a amizade dos três ao longo do livro. Nada muda: Lisa ainda precisa de sua redação. Mas é Clark que começa a mudar as coisas, de certa maneira, e a relação dele com Sol é realmente incrível…
Agora, sobre minhas percepções sobre o livro, eu quero dizer uma coisa: que livro sensacional! Eu o devorei em poucas horas (e claro que fiquei triste por ter acabado logo). É uma narrativa que se divide entre Sol e Lisa, em terceira pessoa, e que te envolve completamente. Chegou a ser desesperador, pra mim, como John consegue narrar a necessidade que Lisa se tornou para Sol. Eu sentia na pele tudo o que acontecia.
Ao mesmo tempo, a gente fica encantado com a vida de Sol, como sua mente funciona, como esse transtorno que ele sofre mexe não só com a sua vida, nós sofremos com ele, nós rimos com ele, até porque Sol é um cara realmente muito engraçado!
Claro que não é só a vida dele que muda, mas a dos pais também. Toda a rotina deles muda enquanto Sol fica “preso” dentro de casa. E não é uma ‘frescura’, não é algo que ele pode simplesmente controlar. É assim que a mente dele funciona, e as pessoas têm que se adaptar a ele. A diferença é que, com Lisa e Clark na vida de Sol, surge aquela esperança de que as coisas podem mudar. E é isso o que mais Sol quer, mesmo dizendo o contrário, no começo.
Do início ao fim do livro, você passa por uma montanha-russa de emoções, de revelações e da sensação de estar vivendo na mente de Sol. Pois, da mesma forma que ele tem os ‘surtos’ dele, nós nos agoniamos junto dele, queremos colocar nossas cabeças no meio dos joelhos e contar até 10 para ver se isso ajuda Sol de alguma forma. E no meio de tudo isso, o autor ainda encontra momentos cômicos para inserir na história.
Destaco aqui, o papel da avó de Sol. Ela não aparece muitas vezes, mas quando aparece, é um turbilhão de coisas. Ela é sensacional! E é incrível como as coisas são. Lisa queria mudar a vida de Sol, mas ela vai perceber que a sua própria vida está mudando e, quem sabe, a vida de nós, leitores, também muda quando terminamos essa obra. Com certeza mudou a minha… sem mais, compre, leia e acredite em mim: você não vai se arrepender (mas vai chorar!).
Ficha técnica
Comportamento Altamente Ilógico
Autor: John Corey Whaley
Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano: 2017
256 páginas
Reblogged this on Douglas Oliveira.
[…] De cara, podemos nos identificar com Daniel, um garoto engraçado, estranho à sua maneira, com seus hábitos diferentes, meio deslocado da sociedade. Ele mesmo narra a história. Quando comecei a ler, remeti ao livro “O Herói Improvável da Sala 13B”, de Teresa Toten, que resenhei aqui e tem a mesma temática. Confesso que tenho me apaixonado por livros desse estilo, desde “Comportamento Altamente Ilógico”, de John Corey Whaley, também resenhado aqui. […]
[…] primeiro que veio em minha cabeça foi “Comportamento Altamente Ilógico”, de John Corey Whaley. Eu resenhei essa obra aqui e ela é muito especial. O Solomon, […]