Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a 2020!! Temos certeza de que será um ano incrível, recheado de boas leituras e novas histórias. Este é o nosso desejo para 2020. Por aqui, nós começamos muito bem com uma resenha de um livro que tem tudo a ver com essa época de fim e começo de ano. Hoje vou falar com vocês sobre “A Última Festa”, de Lucy Foley. Esse é o livro de dezembro do Intrínsecos (unboxing aqui!). Confiram agora a resenha:
“A Última Festa” conta a viagem de um grupo de amigos para um lugar remoto. Eles vão passar a virada do ano nesse local, tudo delicadamente planejado pela anfitriã deste ano, que é meio que “nova” no grupo – e quer que tudo seja perfeito. Bom, acontece que o que é festa, risadas, e lembranças do tempo que eles eram mais unidos, também traz as intrigas, os segredos, entre outras coisas à tona. E, na noite de réveillon, tudo meio que explode: uma pessoa morre.
A autora não deixa nada muito claro logo de início. A história já começa com o encontro de um corpo, de uma pessoa/hóspede, que estava desaparecida. Essa é a narrativa do “presente”. Depois, somos introduzidos ao grupo de amigos, que narram cada um à sua perspectiva, desde quando se encontram, a viagem de trem, até a chegada ao hotel. Um lugar que, pela descrição, tem mesmo uma cara de terror. Até pelo cenário meio catastrófico, numa época do ano em que a neve toma conta. Ou seja, tudo foi sendo pintado pela autora como se não houvesse coisa diferente senão uma tragédia.
Acontece que demora pra sabermos quem desapareceu e, então, morreu. Até na descrição, na parte “presente”, conhecemos tal alguém como pessoa ou hóspede. Isso é um elemento bem interessante usado pela autora pois nos deixa ainda mais intrigados e curiosos para saber quem é a pessoa e o que aconteceu. Até o momento decisivo do livro, quando as coisas começam a de fato acontecer, conhecemos a rotina dos amigos se encontrando, jogando conversa fora. E nisso, eles vão se revelando, mostrando suas personalidades, aquilo que escondem dos outros etc. E conhecemos os outros personagens por meio dessa perspectiva de cada um – revelando muito sobre a própria pessoa que conta.
A verdade é que só descobrimos praticamente no fim quem de fato morreu. Não sei se esse livro se encaixa bem no gênero romance policial, como tanto pintaram… Não há muitos elementos que defendam isso. Na verdade, é um livro mais ligado ao drama/suspense do que ao policial. Essa demora pra descobrirmos quem morreu é uma evidência disso. Há sim muito suspense sobre o que aconteceu, mas até acontecer, não há muito mais além disso: conversas de amigos sobre passados, festa, a narrativa sobre as pessoas fora do grupo de amigos. Enfim, a autora deixou tudo pra acontecer no final, de fato.
Claro que toda a narrativa anterior ao crime é importante pra moldar aquilo que se mostrou o fim da obra. A construção da autora foi inteligente, mas ao mesmo tempo, entediante… ela não nos deixa totalmente instigados. Ela coloca elementos que nos deixam curiosos pra saber o que aconteceu, e até deixa pistas que podem levar a diferentes caminhos. Mas no fim, há uma previsibilidade grande. Mais por quem morreu, não quem matou. Isso sim foi uma surpresa boa, mas repito, nada muito engenhoso ou fabuloso. Há muitos elementos mais psicológicos do que de um crime em si, sabe?
Há também todo o aspeto das amizades e o quanto elas podem ser boas e ruins ao mesmo tempo. Acho que essa narrativa reflete bem muitos grupos de amigos que mantém contato por tanto tempo depois da escola/faculdade e tal, mas parece ser algo forçado, sabe? Então toda essa narrativa sobre amizade se sobrepõe ao romance policial. É um livro muito mais sobre amigos e como eles podem ser tóxicos, e o que uma pessoa é capaz de fazer pra ser aceita.
Ou seja, apesar de um tanto quanto decepcionado, acho que o livro passa uma mensagem interessante e também entretém… mas não é nada tão incrível. Acho que minhas expectativas eram altas, e acabei me decepcionando…quando me falam que trata-se de um romance policial, a minha expectativa é que sejam envolvidos detetives procurando pistas, uma cena mais “policial”. Nesse caso, a trama vai mais para o drama do que para o policial. Talvez seja uma forma de a autora colocar o elemento policial de uma maneira diferente, mais “tímida”, focando em outros aspectos.
No geral, o livro é bom. Tem uma narrativa ágil (a leitura flui, quero dizer), ainda que entediante em certos momentos. Acho que o problema mesmo é a expectativa. Portanto, minha dica é não criar expectativas com a sinopse. Aproveite a leitura como se não esperasse muito dela. Talvez assim a experiência seja mais interessante e proveitosa. Espero que tenham gostado dessa resenha. Até a próxima, pessoal!
Ficha técnica:
A Última Festa
Autores: Lucy Foley
Editora: Intrínseca/Intrínsecos
Ano: 2019
304 páginas
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