Olá, pessoas. Tudo bem? Pois bem, hoje trago para vocês a resenha de “Arquipélago”, de Henrique German. Recebi esse livro de contos da nossa parceira Páginas Editora. Já li outras duas obras de German – “Antônia” e “Maravento” – e posso dizer que sua escrita segue como uma ótima referência da literatura brasileira. Ou seja, se me pedirem uma indicação de um bom livro nacional, eu certamente indicaria Henrique German. A obra conta com ilustrações de Mariana Tavares. Enfim, espero que aproveitem a leitura:
A SINOPSE E A ESCRITA EM “ARQUIPÉLAGO”, DE HENRIQUE GERMAN
A obra oferece ao leitor textos curtos apresentando uma narrativa agradável, espirituosa, dramática e profunda, propiciando uma degustação do conteúdo de forma aleatória, visto que os capítulos são independentes. É composta também por contos ilustrados por metáforas, pautadas em críticas do cotidiano e explanações sobre vivências do autor. (Fonte: Páginas Editora)
Essa sinopse, creio eu, resume bem o que é esse livro. Sem dúvida, antecede coisas que eu vou dizer daqui pra frente nessa resenha. Mais um vez, Henrique German surpreende com contos ricos em detalhes, em emoções, em nos fazer refletir, em nos fazer rir, em nos emocionar. Há contos para todos os gostos e a escrita do autor não muda, se comparada a outros livros dele, mas se adapta aos diferentes cenários que ele cria nos contos.
Contudo, há contos também com poucos detalhes, mas que em certo ponto dizem tudo. Enquanto há, também, contos mais completos. Outros, acabam do nada, nos surpreendendo. Mas todos têm em comum a escrita curiosa e instigante do autor. E a facilidade em criar diferentes enredos, diferentes personagens, que se diferenciam em muito, mas que se conectam de alguma forma.
CONTOS QUE SE DESTACAM
Acho que todos os textos desse livro possuem uma mensagem, um simbolismo, algo que o autor deixa para os leitores – mesmo que sem intenção. Mas, com certeza, alguns deles se destacam. Tais como “Adeus”, “A Gueixa”, “A Vertente”, “Bancos”, “As mãos do mendigo”, “Bote”, “Correria”, e outros que vou falar mais especificamente aqui na frente. Mas os textos falam por si, e acho que cada leitor absorve a leitura de uma forma.
O conto “Gente do Porto” demonstra a bela escrita de German. Ele começa falando sobre a visita a Porto, em Portugal, e aos poucos vai descrevendo a cidade portuguesa. O que me chamou a atenção foi o fato de falar, não uma vez, que o motivo do texto não era enaltecer a beleza arquitetônica da cidade, mas sim outra coisa. Ele se repete, meio que atiçando nossa curiosidade. Até chegar ao que de fato o encantou na cidade: que nada mais é aquilo que também faz parte da beleza da cidade. Enfim, adorei esse “jogo”. Se foi intencional, não sei. Mas ele reflete bem o jeito brasileiro de contar as coisas, e de se encantar.
“Linchamento” é outro texto que coloca a prova nossa humanidade. E nos arrepia, certamente. Mostra, na minha visão, dois lados da humanidade, dois lados que se chocam em certos momentos. E acho que evidencia, ainda mais, uma característica do brasileiro em si. Sem dúvida, esses dois contos foram o ponto alto da minha experiência ao ler esse livro. E ambos representam muito bem, na minha visão, a escrita de German.
A VARIEDADE DOS TEXTOS DE “ARQUIPÉLAGO”, DE HENRIQUE GERMAN
Tem contos que são mais reflexivos, em que o autor também parece desabafar com o leitor. Pelo menos é possível sentir isso mais presente em alguns textos, que eu entendo ser algo mais de “autor para leitor”, ou um desabafo pra si mesmo. O que quero dizer é que, na minha percepção, nem tudo é só ficção. Aliás, é bem possível que algumas histórias tenham se originado da realidade. Não dá pra saber, mas como são ricas, bem que podem ser.
Há espaço também para contos mais críticos, que refletem mais nosso dia a dia, nossas inquietações, as injustiças, os nossos dissabores. Enfim, são contos que também nos inspiram, certamente. E que, de alguma forma, você se vê concordando com o que ele diz. Ou, então, discordando, por que não? Essa é a graça da coisa. Ainda que eu, particularmente, tenha mais concordado do que discordado (rs).
Enfim, não há muito mais que eu possa falar aqui. Sem dúvida, um dos melhores escritores brasileiros que já li é Henrique German. E adoraria ler outros romances mais “completos” escritos por ele, como “Antônia”. Apesar disso, seus contos são sempre uma ótima maneira de passar um tempo, refletir e entreter. Então, fica aqui minha indicação para você também dar uma chance a Henrique German. Tenho certeza de que irá se surpreender.
Antes de finalizar, apenas uma observação: senti falta de mais ilustrações. Certamente, elas causam certo impacto também, junto aos textos. Bom, espero que tenham gostado dessa resenha, pessoal. Agradeço muito à Páginas Editora pela confiança e envio da obra. E continuem por aqui, pois tem muito mais pela frente, ok? Até lá!
Ficha técnica
Arquipélago
Autor: Henrique German
Páginas: 146
Editora: Páginas
Ano: 2020
Onde comprar: Páginas Editora