Satisfaça-me pobre homem
Tu que me pagas com suor e sangue
Alimenta-se de esperanças perdidas
Eu lhe insuflo sonhos impossíveis a realizar
Nunca poderá me bastar
Martilhe-se imundo, sou grande
Sou também megera ao impor-lhe
Que me satisfaça com lamúria e dor
Em vão luta pela esperança
Sussurrada nos ouvidos
E arrancada do peito do louco
Ao som do silvo agudo da Morte, minha irmã
Tudo finda no ceifo amaldiçoado por ti
Eis que antes ignorante
Agora entrega-se ao marasmo que vem e vai como uma onda
Mas que lhe mantém no mesmo ponto de sabedoria
No meu leito
Os sonhos foram-te arrebatados
Aliviado pelo peso enfadonho retirado das costas
Expira uma última rajada de ar
E entrega-se ao parnasianismo de tua existência
Nada lhe é mais vibrante. Nada lhe causa furor
O amor para ti é um animal já domado
O ódio já lhe é justificável
Saia. Saia e busque vida fora de ti
Toma-te nos braços e comprometa-se contigo
O verde lá fora continua verde
A Ignorância ainda dança lindamente em passos descompassados
Que aos olhos de tua raça permanecem belos
Aliena-os e os uni para que não se firam
Por: D. W. T. M.