Resenha: O Sol é para todos de Harper Lee

PorEstação Imaginária

jul 7, 2016

Livro: O sol é para todos.

Titulo original: To kill a mockingbird.

Autora: Harper Lee.

Publicado: 1960.

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Conheçam o Teddy

“You never really understand a person until you consider things from his point of  view” – Artticus.

(Você nunca vai entender uma pessoa até que considere as coisas a partir do ponto de vista dela.)

O sol é para todos é um clássico da literatura norte americana. Eu li esse livro há um tempo e, pessoalmente, amei. A escrita é fluída, fácil de ler, muito gostosa. O livro é doce e cheio de alegrias e pensamento infantis. A história é narrada em primeira pessoa pela protagonista Scout. Uma adorável menina que vive em uma cidade no interior do sul dos EUA com seu pai e o irmão. Através do ponto de vista simples dessa menininha, ela vai nos narrando eventos sobre o que vai acontecendo em sua vida e na sua cidade.

This time we aren’t fighting the Yankees, we’re fighting our friends. But remember this, no matter how bitter things get, they’re still our friends and this is still our home” – Atticus.

(Dessa vez nós não estamos lutando com estranhos, nós estamos lutando contra nosso amigos. Mas lembre-se, não importa quão difícil isso fique, eles ainda são nosso amigos e esse lugar contínua sendo nossa casa.)

Mas é claro que nem tudo é tão simples assim. Nesse livro, não tem vilões ou mocinhos, é um história sobre natureza humana. Como reagimos, lidamos com o diferente. O preconceito não está somente nos adultos, mas também nas crianças.

A primeira metade do livro é focada mais em Scout, seu irmão Jem e nas suas brincadeiras e travessuras de crianças, as vezes incluindo seu amigo Dill. Uma dessas travessuras era ‘atazanar’ um vizinho estranho que vive perto da casa da menina. Só pelo fato desse vizinho ser diferente, as crianças começam a pensar que tinha algo de errado com ele por não ser igual aos outros e nunca ser visto por ninguém.

Atticus é o pai de Jem e da Scout. Uma figura justa e correta que tenta ensinar as crianças com bons exemplos. No decorrer da história, o pai de Scout é encarregado de cuidar da defesa de uma pessoa que foi acusado de cometer uma atrocidade com uma moça da comunidade. A partir disso podemos ver que os preconceitos que antes não eram tão óbvios assim começam ser muito visíveis. O modo como as pessoas dessa cidadezinha do interior trata as pessoas que são diferentes, até mesmo as mulheres.

Na segunda metade do livro as aventuras de verão e as brincadeiras são trocadas pelo julgamento da pessoa que o pai de Scout está defendendo. Durante esse processo ela e seu irmão vão amadurecendo e começando a  perder a inocência da infância, aos poucos indo para o mundo estranho e confuso dos adultos, e apreendendo a lidar com isso, mas ao mesmo tempo não deixam de ser as crianças que ainda são.

We know all men are not created equal in sense some people would have us believe […] some people are born gifted beyond the normal scope of most men.” -Atticus

(“Sabemos que nem todos os homens são criados iguais no sentido que algumas pessoas querem nos fazer crer […] Algumas pessoas nascem favorecidas para além do âmbito normal da maioria dos homens”)

[SPOILER]

Opinião pessoal: Não preciso nem dizer que meu personagem favorito de longe é o pai das crianças, Atticus. Como adoro esse homem, sempre tão certo e justo, não somente no que ensina para seus filhos nas também em suas atitudes.

Acredito que isso que autora queria passar. Que o preconceito pelo diferente está em todos nós, até mesmo nas crianças. Isso fica claro quando elas ficam atormentando o vizinho que mora perto da casa da Scout. As pessoas não reagem bem ao diferente, porém cabe aos adultos ensinar como as crianças deveriam reagir, explicar e instruí-las. Como Atticus fez, e no fim seus filhos entenderam um pouco da profundidade do seu ensinamento.

Então, quem vocês acham que matou Bob Ewell? Foi um acidente? Foi o Boo Radley ou o Jem? Eu pessoalmente penso que foi o Boo. Eu pensei que Jem ia morrer, que algo ia acontecer com a Scout. Ainda bem que no fim ninguém saiu gravemente ferido.

Achei que foi a coisa mais doce do mundo quando Boo esconde pequenos presente dentro do buraco da arvores para as crianças acharem. Ele com certeza é uma pessoa mal compreendido.

Me surpreendi horrores quando é revelado como aconteceu o suposto abuso sexual contra a menina Ewell. Mas, não dá para culpá-la também, apesar de um ser inocente. Com a família que tem é difícil  ser ‘normal’. O discursos do Atticus no tribunal é uma das melhores coisas do livro. Me partiu o coração quando soube que o cara que foi julgado morreu. Poxa, depois de tudo que Atticus fez por ele.

Eu amei o livro. Com certeza entrou na minha lista de favoritos da vida.

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