O que falar desse livro que mal acabei e já considero muito?

Não vou mentir que de início o livro não pareceu me ganhar muito, mas sou suspeita, pois acho que todo livro de início é meio chato. Barcelona não é Espanha me impressionou por muitos motivos que falarei nesta resenha, porém ressalto que, esta é uma história sobre um período de tempo que o autor Márcio Menezes passou em Barcelona, meio conturbado por sinal, mas narrado de forma cômica e trágica.

resenha-bnée

Pra começar falando bem, recebi este volume pela agência literária Oasys Cultural, fiquei super feliz e comecei logo a ler, foi uma leitura preguiçosa, demorei um bom tempo para concluir, mas também por que tive muitos imprevistos que não me deixaram caminhar com uma velocidade maior. A história trágica do personagem me fez rir horrores durante toda a leitura, cheguei a pensar que não era possível esse livro ter se passado na realidade de tão absurdo que achei, mas tive que aceitar que essa era a verdade nua e crua. Esse é o primeiro motivo pelo qual me impressionei, não imaginei que me divertiria tanto lendo esse livro, de início parecia ser um assunto sério e tenho certeza que na pele do nosso ilustre personagem deve ter sido quando o vivenciou, mas não me aguentei e acredito que essa tenha sido a finalidade do autor em descrever um de seus períodos marcantes.

Em segundo lugar, o achei estúpido, foi cada coisa que o personagem se submeteu a fazer que eu o achei estúpido demais, como se ele não estivesse pensando direito e por isso se meteu em cada furada que vai desde iluminador de sexo explícito numa casa noturna a doador de sêmen e ladrão de obras de arte. Sim, meus amigos leitores, ele realmente fez isso, se não bastasse, ainda era procurado por um policial louco, irmão de um suicida que alegou ter se matado por que Márcio dormiu com a namorada dele. Não tem como não rir, é cada situação e tantos outros personagens que ajudam a compor essa história que trazem ainda mais humor para a trama. Não imagino como ele se sentiu passando por todos esses perrengues, não me pareceu ser muito descritivo nessa parte do livro, mais pareceu uma narrativa contando uma história do que propriamente dito a opinião do autor sobre esse período. Por isso também acho que é uma história narrada pra se rir e muito hahaha. Então, se você é um leitor que adora dar umas boas risadas, ainda mais da vida alheia (que maldade), este é o livro perfeito pra se ler e se animar, e lembrar-se que: nossa vida pode estar difícil, mas não mais do que a desse personagem doido de pedra.

Um personagem que eu gostei muito nessa trama foi o amigo Catalão que Márcio fez, Jordi, ele esteve presente durante a maior parte do livro e era sempre o amigo quebra galhos de Márcio, então eu senti uma cumplicidade entre os dois que achei muito bacana, coisa que Márcio não encontrou com as mulheres que estiveram presentes na sua vida nesse período em que se passa a história. Então conclui que Jordi só poderia ser mais louco que ele, ainda mais no final da história em que ele praticamente sabe de tudo o que Márcio vem aprontando e ainda ajuda, não que ele tivesse escolha, mas isso me deu uma impressão de amizade verdadeira e por ele estar enraizado nessa aventura do nosso personagem é que senti uma enorme simpatia por ele, e também pelo seu modo de viver, de se expressar.

Outra coisa que gostei muito e me chamou a atenção foi a naturalidade dos personagens em se envolver, não apenas de forma sexual, mas temos muitos diálogos inteligentes nesse livro entre Márcio, Jordi, Núria sobre inúmeros assuntos como música, história e sobretudo sobre arte, a maior parte desse livro fala sobre arte e dificilmente encontramos uma obra com esse potencial, então, é um livro inteligente, não é só uma história pra se rir, mas pra se sentir de diversas formas e há inúmeras referências musicais que eu mal reconheci uma ou outra citada pelos personagens, isso quer dizer que, é expansivo, nos ajuda a olhar pra outras coisas além daquelas pelas quais estamos acostumados ou gostamos muito. Então gostei dessa naturalidade, desse envolvimento, dos diálogos fáceis e sociáveis dos personagens, dessa expansividade, isso realmente ajudou a leitura fluir muito.

Enfim, além de tudo isso, o que mais tenho a dizer é: leiam livros nacionais!!! Há uma riqueza neles que só quem lê consegue entender e esse é um dos melhores que li, te faz rir, te faz se sentir desesperado com toda a situação que Márcio está passando, te faz achar que é absurdo e torcer pra que dê tudo certo no final, e por incrível que pareça, apesar de tanta pilantragem, Márcio realmente se dá bem no final, o que é mais impressionante ainda hahaha. Por fim, ainda te torna mais inteligente sobre assuntos que não estamos por dentro ou não faz parte do nosso círculo. E é sempre muito bom poder sair desse círculo.

E, como sempre, desejo a todos uma boa leitura e me digam as impressões de vocês sobre essa obra de Márcio Menezes!!!

Hugs and Kisses :*

Por ninichristie

Escritora e amante de fotografia, 24 anos, formada em Publicidade e Propaganda. Além de ser a louca por livros e ser fã compulsiva da série A Desconstrução de Mara Dyer e a trilogia Jogos Vorazes, também ama de paixão ser fotógrafa.

Comentário sobre “Resenha: Barcelona não é Espanha – Márcio Menezes”

Deixe uma resposta