Pra quem simplesmente amou o sucesso de A Garota no Trem, best seller de Paula Hawkins que conquistou milhares de leitores no mundo, simplesmente não pode esperar menos de Em Águas Sombrias, novo sucesso da autora.

Intrigante e desesperadamente profundo, não apenas pelo cenário escolhido pela autora, Em Águas Sombrias é aterrorizante, é um pesadelo em forma de livro, mas que você não consegue por fim, não consegue interromper, você só consegue continuar seguindo em frente. E no final da leitura só consegue pensar em como a autora te levou pelo caminho que ela queria que você fosse e o quão surpreendente é sua inteligência por construir um livro tão bem segmentado e uma linha de raciocínio inabalável.

Esse sem dúvidas será seu próximo best seller.

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Sinopse: “Cuidado com superfícies muito calmas, nunca se sabe o que pode haver embaixo delas. Da mesma autora do best-seller internacional A garota no trem.
Nos dias que antecederam sua morte, Nel ligou para a irmã. Jules não atendeu o telefone e simplesmente ignorou seu apelo por ajuda. Agora Nel está morta. Dizem que ela se suicidou. E Jules foi obrigada a voltar ao único lugar do qual achou que havia escapado para sempre para cuidar da filha adolescente que a irmã deixou para trás. Mas Jules está com medo. Com um medo visceral. De seu passado há muito enterrado, da velha Casa do Moinho, de saber que Nel jamais teria se jogado para a morte. E, acima de tudo, ela está com medo do rio, e do trecho que todos chamam de Poço dos Afogamentos… Com a mesma escrita frenética e a mesma noção precisa dos instintos humanos que cativaram milhões de leitores ao redor do mundo em seu explosivo livro de estreia, A garota no trem, Paula Hawkins nos presenteia com uma leitura vigorosa e que supera quaisquer expectativas, partindo das histórias que contamos sobre nosso passado e do poder que elas têm de destruir a vida que levamos no presente.”

Bom, vamos começar falando desse livro pela narrativa surpreendente e que no começo me fez embananar tudo. É que cada personagem tem a sua narrativa, alguns em primeira pessoa como a Jules, outros em terceira pessoa. Essa mudança de narrativas foi uma coisa que confundiu um pouco, tive que ler mais de uma vez um mesmo trecho pra poder entender a ligação que cada personagem tinha com o texto e outros personagens. Mas isso, não chega a ser de fato um ponto negativo.

Pra ser bem sincera, a respeito do livro, no começo eu fiquei com muita raiva da maioria dos personagens, na verdade todos menos a Jules, eu a transformei na coitadinha da história por que só o lado dela, o que ela pensava e sentia faziam sentido pra mim. Então odiei todos os personagens menos ela logo de cara, mas algo que no decorrer da história fui consertando porque fui conhecendo cada personagem melhor e, alguns personagens que imaginei que nunca ia gostar, acabei gostando, como a Lena, sobrinha da Jules. No começo ela parecia muito mimada, mas era só uma menina sentindo a dor do luto e que não tinha espaço para viver esse luto direito. Então aos poucos fui notando o crescimento dela dentro da história e me surpreendi com o que descobri sobre ela: lealdade, garra e determinação. Não consigo imaginá-la como essas protagonistas perfeitinhas demais, ela simplesmente é imperfeita com qualidades chamativas e por isso tem um papel muito importante na história.

Eu posso dizer que Lena e Jules são as personagens que mais me liguei e mais gostei durante toda a trama, achei a história vigorosa, horrorosa (não de ser um livro ruim de se ler, mas de causar um pouco de horror sobre a série de histórias sobre mortes no Poço dos Afogamentos que o livro conta, e os trechos que ressaltam tudo isso e nos dão certa sensação de suspense ao mesmo tempo em que é fascinante), com um discernimento e uma linha tênue de raciocínio inabalável. É até difícil de imaginar tudo de uma vez e por causa de certos elementos é perceptível a presença da autora, é como se esse livro nos dissesse: Paul Hawkins está presente em cada trecho deste livro e você está exatamente aonde ela quer que esteja.

Então o leiam, se puderem, porque este livro é incrível e não há nenhum ponto negativo sobre a perfeição dele durante a leitura.

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ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS

Fazia tempo que não escrevia uma resenha com a parte de spoilers presente, mas achei necessário que esta leitura deveria ter para os curiosos de plantão que não aguentam esperar pra saber e para os que já leram e querem dividir seus pontos de vista, assim como eu.

Bom, eu não achei nenhum ponto negativo, como disse, porque achei tão incrível cair nas redes da autora e ser direcionada pra onde ela quisesse que me bastou por aí classificar esse como o melhor livro que li este semestre. Acabou por aí. Ponto.

Mas não, quero colocar aqui e deixar marcado meu ponto de vista. Desde o começo achei que Mark Henderson era o culpado, mas não conseguia imaginar ou ligar ele a nada, absolutamente nada, até que mais uma personagem morta apareceu: Katie Witthaker. Porém, dava pra acreditar na integridade de Mark, que eles se apaixonaram, tudo lindo e tal e realmente foi burrice a menina se suicidar alguns poucos meses antes da idade legal pra eles assumirem o relacionamento. Ou seja, uma cagada que acabou com a vida dos dois e que no final a gente não sabe se a Lena matou ele ou o que houve com ele, apenas que ele sumiu, simplesmente. Bom, este é um ponto.

O segundo ponto é que, se Louise Witthaker não fosse tão evidente o tempo todo, não daria pra ligar uma morte na outra. No começo eu me perguntava exatamente o que essa mulher tem a ver com tudo? Ok, ela odiava a protagonista mais que essencial da história, Nel Abbott, mas mesmo assim, qual o motivo dela estar ali o tempo todo? E aí as coisas foram fazendo sentido, só que de uma forma que não era uma ligação tão sólida a morte de Katie e Nel. Ok, tem todo aquele esquema de comprar remédios pra emagrecer no cartão de Nel, mas ainda assim, não era uma justificativa sólida demais para criar um elo, mesmo que Katie fosse melhor amiga de Lena.

O passe chave de tudo isso é Mark, sempre foi ele e Nickie Sage, eles são a chave que abre a porta com todas as respostas. Por que Nickie é uma senhora Medium que conversa com os mortos e sabe de coisas do passado que liga exatamente ao presente e ao por quê da morte de Nel, conhece todas as histórias macabras que envolvem mortes de mulheres no rio da cidade. E Mark por que havia achado a pulseira de Nel no escritório de Helen Townsend.

A partir daí criamos mais suspeitas, suspeitas em cima de Helen que nada mais era do que uma inocente ingênua na história toda. Então, todos os personagens de alguma forma estão ligados. E vou dizer, entendo a situação da Helen, mas ela é patética do começo da história ao final. Assim como Patrick, outro personagem que odiei, mas que no final se mostrou um pai protetor, embora culpado por ter assassinado a esposa e conseguido ocultar o fato por ser policial. Protetor por que ele simplesmente assumiu a culpa de ter matado Nel. E é aí que a gente acha que acabou, mas a surpresa vem como um back e derruba a gente como um furacão: quem matou Nel foi Sean Townsend. E pra você ver como o cara é mau caráter, deixou o pai levar a culpa e fugiu pra qualquer lugar do mundo para nunca ser encontrado. Está certo que ele matou Nel pela série de perguntas e investigações sobre a morte da mãe de Sean, o que claramente é mostrado durante toda a história que o assunto o abala de uma forma que o deixa nervoso. Dentro dos padrões do normal, mas não muda o fato. Então ele simplesmente a empurrou penhasco abaixo e ela morreu.

Então a minha conclusão sobre a morte de Nel é que foi um assassinato passional, passional por que os dois tinham um relacionamento sexual, e homicídio com intenção de matá-la, pois nos trechos finais ele fala que pela série de questionamentos sobre o passado dos pais dele que ele não queria responder e o fato dele saber sobre os encontros de Nel e Nickie que lhe contava histórias reais sobre o passado, ele queria se afastar dela, e por estar a envolvendo com os braços ele a empurrou. Colocou um ponto final para afastá-la para sempre.

O lado ruim é que Sean Townsend não foi punido.

Talvez este seja o único ponto negativo de toda a história. Sean Townsend não foi punido, mas todos viveram felizes para sempre.

Talvez o leitor se pegue pensando que há mais pontos que não foram resolvidos ou que ficaram nas entrelinhas na história. Como o paradeiro de Mark, o que Lena fez com ele durante o sequestro. Mas acredito que isso ficou bem especificado quando eles fizeram o acordo de Mark entregar a pulseira de Nel à Lena e dizer onde encontrou em troca dela limpar a barra dele com a polícia. Eu sinceramente acredito que ele realmente gostava da Katie, mas achei a morte dela completamente sem sentido, mas que sem isso a história não teria o mesmo sabor e o resultado que, provavelmente, Paula Hawkins esperava, não seria o mesmo.

Por ninichristie

Escritora e amante de fotografia, 24 anos, formada em Publicidade e Propaganda. Além de ser a louca por livros e ser fã compulsiva da série A Desconstrução de Mara Dyer e a trilogia Jogos Vorazes, também ama de paixão ser fotógrafa.

5 thoughts on “Resenha: Em Águas Sombrias – Paula Hawkins”
  1. Foi realmente incrível sobre o que você falou sobre o livro, o único fato que discordo é que se ver pelo lado de que “O Sean fpoi o único que não foi punido” mas será mesmo? Ficou claro que ele só matou ela, porque mais uma vez se sentiu perturbado pela morte da mãe, causada pelo pai de forma brutal, então praticamente ele só matou a Nel por conta de seu pai, tanto que Patrick aceitou que foi culpa dele por isso se entregou. Desculpa proteger o Sean dessa forma, rsrs, é que ele e a Nickie e Erin são os meus personagens preferidos de toda a história, mas mesmo assim acho que o livro terminou bem em relação a isso.

    1. Então, aí nesse caso temos pontos totalmente diferentes, por que não acho que matar Nel seja justificativa pelo que aconteceu com a mãe dele, mas que seja, eu adorei esse livro, a Paula Hawkins sempre surpreendendo ne hahaha.

  2. Gostei muito da resenha; após acabar o livro, senti muita vontade de conversar com alguém que também o tivesse lido (mas não encontrei ninguém rsrs). Porém, ao ler sua opnião sobre ele, senti que estávamos conversando sobre e você estava me contando sua opnião e o que sentiu em determinadas partes.

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