Olá, leitores! Hoje trago a resenha de “Entre a vida e a morte: um flerte”, de Elo Cunha. A obra é um lançamento da Páginas Editora, nossa parceira, e traz uma série de contos. Particularmente, tenho gostado cada vez de livros de contos, pois são histórias curtas que, de uma forma mais filosófica, se conectam. Aqui não é diferente, claro. Espero que aproveitem a leitura dessa resenha.
A sinopse:
Desde a mais tenra idade o ser humano pratica o FLERTE, manifesta vontades, almeja, anseia, busca, ativa ou passivamente, por aquilo que desperte em si o interesse e a realização de seus prazeres, do seio materno até todos os outros que virá a cobiçar em seu amadurecer. O FLERTAR não é apenas um processo de cortejar ou obter; é uma sensação permanente de que a continuidade se alicerça tão somente pela manutenção latente daquilo em que o querer se projeta. Apesar de, sabidamente, o desejo e a sua plena realização nunca ocuparem o mesmo lugar na construção imprecisa do tempo e espaço. Porque, contraditoriamente, a conquista do que fora idealizado destrói a felicidade e a motivação que se resguarda apenas enquanto o capricho persistir unicamente na mente do sonhador. (Páginas Editora)
A ESTRUTURA DOS CONTOS DE “ENTRE A VIDA E A MORTE: UM FLERTE”
Os contos são curtos, numa variação entre primeira e terceira pessoa. Mas como, na maioria dos contos, não há diálogos, a leitura se torna mais densa. Isso se intensifica pelos assuntos tratados, o que nos faz refletir, que nos deixa pensativos, divagando. Creio essa ser a intenção do autor, de fato. Pois, de certa forma, é também uma viagem sobre a identidade do ser humano.
Tanto é que o primeiro contato com a escrita de Elo Cunha é mais filosófico. Os primeiros contos não têm personagens – a não ser que consideremos o autor um personagem nos passando uma mensagem. Alguns são mais complexos que outros, mas todos parecem conter um intuito filosófico, principalmente sobre esse limite entre a vida e a morte – quem somos, quem seremos.
É interessante que o autor chega a teorizar sobre algumas coisas nessa linha. Portanto, são mais que contos, são seus pensamentos colocados em papel, tentando encontrar um leitor que também se identifique. E acho que é possível se identificar com um pouco de cada texto. Aliás, posso dizer, sem problema nenhum, que concordei e discordei de certas coisas.
A VARIAÇÃO DE CONTOS
Como disse, inicialmente, parecem contos mais filosóficos. Contudo, esses textos começam a variar de repente, surpreendentes de certas maneiras, se tornando histórias mais ricas. São abordagens curiosas, divertidas e até mesmo mórbidas, ou malucas. Outros só vão fazer sentido no final, na última palavra. Outros, começam a fazer sentido logo no início, enquanto alguns são indecifráveis.
“As veias da sorte” é provavelmente o melhor conto, no meu ponto de vista. Aliás, foi o que me prendeu, o melhor trabalhado, o mais completo – com todas as cartas na mesa, fazendo referência à história. Mas ele disputa com “Diário de um sedutor”, que também é muito bem escrito e fecha com chave de ouro esse livro de contos. Ele reúne as várias vertentes e discussões trazidas no decorrer do livro.
CONCLUSÃO
Enfim, é isso. Os contos são bem escritos e bem estruturados, de uma forma a manter o leitor interessado de início ao fim. Tanto é que a leitura avança e em poucas horas você conclui a leitura do livro. Mas acho que há contos que merecem uma releitura, como forma de absorver melhor a história ou o que o autor pretendia com o texto.
Portanto, fica aqui minha indicação para vocês lerem esse livro de contos, pois vale a pena a leitura. Espero que tenham gostado dessa resenha, pessoal! À Páginas Editora, os agradecimentos de sempre pela parceria. Até a próxima!
Ficha técnica
Entre a vida e a morte: um flerte
Autor: Elo Cunha
Páginas: 120
Editora: Páginas
Ano: 2021
Onde comprar: Páginas Editora