Resenha: Fúria Vermelha – Pierce Brown

Porninichristie

jul 30, 2021

Olá meus queridos leitores, tudo bom? Hoje estou aqui para falar sobre Fúria Vermelha, distopia do autor Pierce Brown que conta com um pouco de ficção, filosofia e mitologia.

Essa é uma leitura completamente nova e totalmente diferente das distopias que lemos por aí. A começar por uma narrativa 100% masculina.

Além do mais, Fúria Vermelha é um livro que também demanda tempo e atenção, pois o autor é bem descritivo nas cenas, pensamentos e diálogos dos personagens.

Contudo, é uma leitura que tenho gostado de fazer, justamente por ser diferente, o que a torna original.

Mas antes de entrar em quaisquer detalhes sobre esse livro, quero contar um pouco sobre ele para quem ainda não conhece.

Confira abaixo!

SOBRE FÚRIA VERMELHA

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Fúria Vermelha se passa em um futuro onde o homem domina a tecnologia das viagens interplanetárias para colonizar outros planetas. Marte é um dos primeiros planetas a serem colonizados e é onde a história principal se passa.

Marte possui um sistema estratificado onde cada indivíduo possui um papel a desempenhar por meio da heredeteriedade, o que faz com que a ascensão social seja impossível de ser alcançada. Ou seja, um regime arcaico de castas pautado em cores.

Com isso, temos nosso protagonista e narrador da história Darrow de Lykos que é um Vermelho (base da pirâmide social composta por operários que trabalham em minas cavando túneis) que vive sua vida acreditando que ainda será possível viver na superfície de marte.

Dia após dia, essa é a rotina de Darrow que sonha em ver a luz do sol e dar para a sua família um futuro melhor. Contudo, com a morte de sua esposa Eo (a qual inspirei as fotos da resenha), Darrow descobre que tudo o que ele tem vivido não passa de uma mentira.

Afinal, a superfície de marte já é hábitada há muitos anos e pelos privilegiados Ouros (topo da pirâmide / classe dominante).

A partir disso, Darrow percebe que como vermelho ele não passa de um escravo dos ouros e com o apoio de um grupo de rebeldes, irá se infiltrar nessa sociedade e se tornar Darrow au Andromedus, um ouro feito.

COMO EU COMECEI A LEITURA

Bom, para quem não sabe, nós do Estação Imaginária temos uma parceria com a Skeelo. Ou seja, através do aplicativo de leitura é disponibilizado mensalmente para nós um e-book.

Eu escolhi ler Fúria Vermelha, pois sempre foi uma capa que me chamou atenção. Há anos eu estava com dúvida se essa seria uma leitura que eu deveria fazer, sempre foi um pouco incerto, até que comecei a realmente ler.

Mas não se engane, foi bem difícil no começo me manter engajada. Tive que começar e recomeçar três vezes até conseguir realmente engajar nessa leitura.

Fúria Vermelha tem um comecinho bem entediante que perdura até mais ou menos a morte de Eo, após isso as coisas começam a ficar realmente interessantes.

Contudo, essa trilogia é um pouco difícil de encontrar os volumes físicos. E quando encontra são bem caros. Eu tive a sorte de conseguir comprar com uma moça no Skoob, mas se você não tiver essa mesma sorte, o Skeelo é uma excelente opção e é bem parecido com o aplicativo do kindle.

Se você tiver um plano de telefone celular, confira se o Skeelo não está incluso, você pode receber uma recomendação de leitura mensal e não saber.

MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA COM FÚRIA VERMELHA

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Bom, para começo de conversa, fazia meses que eu não conseguia ler nada. Tentei, e não deu certo, várias leituras foram abandonadas, inclusive de séries famosas.

Eu sinceramente achei que Fúria Vermelha fosse ser uma dessas leituras, principalmente porque acostumei tanto com leituras sobre mulheres fortes e poderosas que eu estava cética sobre a narrativa masculina de Darrow me conquistar.

Só que me conquistou, tanto que consegui me apaixonar por Darrow, embora eu saiba que ele tem suas falhas e não dá para passar pano para algumas coisas que ele em si passa pano.

Eu comecei essa leitura mais ou menos entre o meio e o fim de Junho, quando estava de Covid em casa e totalmente em tédio, fiz uma forcinha e acabei gostando muito.

Como eu disse anteriormente, a narrativa é muito rica em detalhes, há muitas frases de livros clássicos de mitologia e até mesmo a forma que os personagens se comunicam é uma linguagem com palavras mais difíceis e filosóficas.

Sem dúvida, essa é uma das coisas que traz mais tempero para a história, além de provocar reflexões sobre ética e política, como uma boa distopia deve provocar.

O universo criado por Pierce Brown é original, não apenas por ter criado um sistema pautado em castas separadas por cor, mas por ter criado povos diferentes com corpos diferentes e culturas diferentes dentro de uma mesma sociedade.

Sem falar nas viagens interplanetárias que sinceramente, em uma distopia, é sensacional. Para mim acaba se tornando uma leitura completa.

SOBRE DARROW E SUA TRAJETÓRIA NO INSTITUTO

Em Fúria Vermelha temos também personagens cativantes que, ao lado de Darrow precisam se provar dignos de serem patrocinados pelas famílias mais ricas de Ouros para terem estudo e receberem cargos de renome na sociedade onde podem ascender com poder, riquezas e influência.

Toda a história se passa no Instituto, local onde esses ouros e Darrow terão de provar.

O Instituto funciona, pelo menos ao meu ver, como uma miniatura da sociedade, onde os alunos são divididos por casas e devem lutar entre si pela glória, subjulgando uns aos outros como a sociedade subjulga as outras cores e principalmente os vermelhos.

Os instrutores que seriam os professores, é como se fossem deuses do olimpo que tramam entre si e, até mesmo, contra os alunos, tornando a tarefa deles de se tornarem notáveis um pouco mais difícil.

Nesse primeiro livro, o que motiva Darrow a ser um campeão e se provar o melhor de todos para ser escolhido por uma dessas famílias é justamente a morte de sua esposa, que sonhava com a rebelião e o fim do sistema. Por todo o livro ele pensa nela, sonha com ela e sofre por sua morte, embora vá se passando muito tempo desde que isso ocorreu.

Sua lealdade a sua vida anterior com sua esposa é louvável, mas entra em contradição com sentimentos que ele começa a ter por colegas ouros, o que faz com que Darrow não saiba exatamente como ele terá que reagir quando a guerra entre os rebeldes e os ouros começar de fato, se chegar a acontecer.

Isso tudo me fez questionar se talvez Darrow não tivesse apoio de seus amigos ouros quando descobrissem sobre sua verdadeira identidade, ou se eles realmente se colocariam contra o amigo.

Sem falar que, com isso, Darrow se sente sozinho e sem poder confiar de verdade em ninguém. E por isso é incapaz de se abrir sobre detalhes sobre seus sentimentos e sua vida.

CONCLUSÃO

Se você está procurando por uma leitura que, por mais que seja uma distopia, tenha romance, essa leitura não é para você.

Por mais que fique claro na narrativa o interesse de Darrow por uma certa personagem que ao mesmo tempo entra em conflito com o seu amor por sua falecida esposa, esse não é um livro dado a afeto, ou seja, assim como eu, talvez o leitor não tenha percepção de sentimentos quando Darrow está pensando sobre essas duas personagens.

O cerne da leitura está exatamente nas disputas, nas batalhas, nas estratégias, na filosofia, na reflexão e no senso louco e desenfreado de Darrow correr riscos e as pessoas o seguirem por acreditarem em seus planos.

Esse é um personagem que se põe em risco sem dar importância ao que tem a perder, o que o torna uma figura de grande destaque entre os alunos e professores.

Porém, acima de tudo, Darrow, assim como seus amigos e aliados, acabam se tornando personagens cativantes, pelos quais a gente não quer se apaixonar, mas isso acaba acontecendo, o que gera um certo medo e até desconforto de lá na frente, quando a leitura evoluir ainda mais, precisarmos nos desapegar desses personagens.

E como leitora eu percebo que essa também é uma dificuldade de Darrow, o que me faz gostar ainda mais dele por me gerar essa identificação e empatia.

O que eu tenho mais a dizer é que Pierce Brown escreveu uma obra que, além de inteligente, é surpreendente, original e que supera até mesmo o famoso Jogos Vorazes pelo qual é comparado.

Eu simplesmente amei essa leitura e espero que o conteúdo da sequência se mantenha nesse mesmo nível para sustentar toda a premissa da história, evoluindo para conflitos que exijam mais dos personagens e teste cada um deles para ver até onde vai sua lealdade e convicção.

Enfim, já me prolonguei demais, mas eu sinceramente ficaria o dia todo falando e elogiando esse livro. Só tenho a agradecer o Skeelo por me proporcionar uma experiência de leitura tão boa como há tempos eu não tinha.

E a todos os leitores, desejo excelentes leituras!

Hugs and Kisses :*

Por ninichristie

Escritora e amante de fotografia, 24 anos, formada em Publicidade e Propaganda. Além de ser a louca por livros e ser fã compulsiva da série A Desconstrução de Mara Dyer e a trilogia Jogos Vorazes, também ama de paixão ser fotógrafa.

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