Se você quer um livro inspirador e motivador, aquele livro que te mostra que ainda é possível ter fé no ser humano, a minha recomendação é você correr para ler “Mulheres Sem Nome”, de Martha Hall Kelly. E, claro, uma obra dessas merece um espacinho especial na minha estante e aqui, em nossa Locomotiva Literária em mais uma resenha! Embarque comigo e vamos lá:
Sinopse: Inspirado em personagens reais da Segunda Guerra Mundial, um romance encantador sobre coragem, escolhas e redenção. Até onde você iria para honrar a vida daqueles que foram esquecidos?
A socialite nova-iorquina Caroline Ferriday está sobrecarregada de trabalho no Consulado da França, em função da iminência da guerra. O ano é 1939 e o Exército de Hitler acaba de invadir a Polônia, onde Kasia Kuzmerick vai deixando para trás a tranquilidade da infância conforme se envolve cada vez mais com o movimento de resistência de seu país. Distante das duas, a ambiciosa Herta Oberheuser tem a oportunidade de se libertar de uma vida desoladora e abraçar o sonho de se tornar médica cirurgiã, a serviço da Alemanha.
Bom, antes de mais nada, quero dizer que tomei a liberdade de cortar um pedaço da sinopse para não dar muito spoiler – e essa não é minha intenção também, mas um ou outro será impossível não escapar, por isso, pare aqui se você não quiser saber mais do que fala a sinopse (mas te aconselho a seguir, pois sou sutil rs).
Como a sinopse revela, são histórias inspiradas em personagens que viveram durante a Segunda Guerra Mundial. “Viveram durante” talvez não seja o termo mais correto, pois, se pensarmos bem, elas foram a Segunda Guerra Mundial, pois mostraram três lados dela: o espectador, que vive longe da guerra, mas está envolvido nela; aquele que viveu os terrores e a violência da guerra; e aquele que acreditava e confiava na Alemanha de Hitler. As três mulheres que representaram toda uma guerra.
Confesso que quando eu vi a capa desse livro e seu nome eu pensei: “poxa, é um livro que conta a história de três mulheres que, de alguma forma, tiveram suas vidas cruzadas”. E realmente, é isso que acontece, mas de uma maneira surpreendente, pois quando vemos as três mulheres juntas da capa, andando juntas, pensamos que todas estão unidas pelo bem. Mas não é bem assim. Duas delas, sim, mas a terceira fez o que tinha que fazer por acreditar e por servir a Alemanha.
Isso foi surpreendente e é algo que autora entrega logo nos primeiros capítulos e eu meio que tinha a esperança de que não seria isso, de que tinha que haver alguma mudança. E há, talvez não a que queríamos, mas há. Mas, além disso, o livro também mostra o contraste entre quem estava presente na guerra diretamente e quem estava de longe. Alternando entre as narrativas das mulheres, esse contraste ficou muito perceptível e acredito que talvez fosse a intenção da autora. Pois enquanto estávamos lendo a luta para conseguir comida de uma das mulheres, a outra tinha uma mesa cheia dela, uma vida de luxo, ainda que isso não parecesse importar muito para ela. Mas ela tinha…
Não quero contar muito sobre o livro em si, pois, eu acho, e tenho certeza que vocês vão concordar comigo, que a autora conta bem melhor que eu. Quero me manter apenas aos detalhes e minhas impressões sobre essa obra.
Acho que algo interessante que Martha conseguiu construir em sua narrativa foi as histórias de cada uma dessas mulheres. Todas têm uma vida além da guerra, umas por conta da guerra. Mas são vidas comuns, com seus problemas comuns e suas lutas diárias e comuns. E a autora soube muito bem conciliar tudo isso com uma narrativa fluída e ao mesmo tempo objetiva.
Vale também parabenizar a autora pelos detalhes que ela conseguiu inserir em seu livro, mesmo não vivendo naquela época, além de nos mostrar histórias reais e desconhecidas da época. Mas ela conta, ao final do livro, que viajou pelas cidades e países em que são narradas as histórias, estudando e colhendo informações para construir esse romance. E, realmente, é surpreendente essa riqueza de detalhes e da verdade nessas palavras. Devo confessar que a narração em primeira pessoa pelas três mulheres também fez toda diferença para proporcionar essa sensação ao leitor.
“Éramos como moscas presas no mel, vivas mas sem viver de fato”
Como eu disse no começo dessa resenha, o livro é inspirador e muito motivador. Ele nos mostra, como disse, lados da guerra que nem todos conheciam. Mostra como as pessoas ainda podem ter coração e ser gentis, doando seu tempo e sua vida para o bem de pessoas que você nem conhece. Mostra também como há pessoas que parecem perder toda a esperança da vida, mas então são agraciadas por encontrarem em seu caminho pessoas de coração. E mostra, afinal, como as pessoas são capazes de fazer o que é necessário para seguir seus sonhos, crendo em seu país, ainda que tenha que fazer coisas cruéis. Será que essas pessoas conseguem se perdoar? Eu não sei…
“Era triste ver os bens de alguém serem levados daquela maneira, mas os judeus haviam sido alertados. Eles sabiam quais eram as exigências do Führer. Aquilo era lamentável, mas não era novidade, e era pelo bem da Alemanha”
Bom, é isso! Com desculpas por ter me prolongado demais, quero dizer apenas que vocês devem ler esse romance o mais rápido possível. Talvez as pessoas estejam “cansadas” de ler livros sobre essa guerra, mas são livros como esse que mostram que essas histórias nunca devem ter fim, para nos lembrar de como a vida era naquele momento e como ela é agora.
Agora, me contem: o que acharam da resenha e do livro? Comentem suas percepções desse romance inspirador e vamos conversar! <3 Até a próxima!
Ficha técnica
Mulheres Sem Nome
Autor: Martha Hall Kelly
Editora: Intrínseca
Ano: 2017
496 páginas
[…] em “As agentes secretas de Paris” (resenha aqui) e em “Mulheres sem nome” (resenha aqui), para citar dois. Aqui, Kate Quinn não decepciona. Ela nos entrega um importante relato sobre o […]