Olá mais uma vez! Bom, depois de O Chamado de Cuco, vamos falar de O Bicho-da-Seda (Rocco, 2014), do mesmo autor, Robert Galbraith, pseudônimo de J. K. Rowling. Pra quem leu o primeiro volume da história do detetive Cormornan Strike, já sabe que J. K. se mostrou um gênio em um dos meus estilos favoritos: romance policial. Antes de mais nada, já sabe, daqui pra baixo pode conter spoilers. A escolha é toda sua!
Bom, de início, vale ressaltar que não é meramente uma investigação. Nesse segundo livro da série conhecemos mais sobre Strike, sua vida, sua personalidade, o que leva o livro a outro nível. É, mais do que romance policial, um drama. Temos Robin, que continua com o detetive e se mostra cada vez mais valiosa na vida profissional de Strike, o que, é claro, não é bom para o noivado dela. Enfim, é muita história, mas tudo dentro do mesmo pacote: o sumiço de um “famoso” autor e então, um assassinato. E esse não é um assassinato comum. Como descobrimos enquanto lemos, o assassino copia o que esse “famoso” autor escreveu como sendo um dos seus melhores livros, ainda não publicado, porém, por conta das polêmicas que ele traz… e, para ser sincero, gosto de livros que, de certa maneira, falam de outro autor ou de um outro livro, claro que fictícios. É irônico, eu acho…
Tenho dizer que, como sempre digo por aqui, sempre imagino as cenas do livro ao modo como o autor escreve e, bem, esse é bem cruel. Bom, pra quem está acostumando com The Walking Dead (como eu), talvez não se importe muito. Mas as características da vítima me surpreenderam e a forma como a pessoa morreu, também. Bom, prefiro não revelar quem é a vítima, mas assim que começar a ler o livro, acho que você já vai ter uma noção (ou já tem?). O interessante nesse volume é que demoramos um pouco para termos de fato um corpo. De início é uma história típica de um detetive que recebe casos rotineiros para investigar.
A participação de Robin, depois de se mostrar extremamente habilidosa no primeiro livro, é maior. O que me agradou muito. Eu gosto, com exceção de Hercule Poirot (de Agatha Christie), de uma figura feminina no meio das histórias, no mesmo sentido que Robin, ajudando na investigação. Por quê? Só Deus sabe. Mas o fato é que a participação dela é essencial para a conclusão da investigação e a forma como ela lida com as coisas me surpreendeu muito.
Falando um pouco da genialidade de J. K., algo que eu sempre vou destacar, é que ela consegue escrever a história com muitos detalhes, obviamente, mas fazendo tudo se encaixar. Quando você está chegando ao fim, você pensa em algo dito no começo do livro e faz todo sentido. O assassino estava bem na sua cara e você nem percebeu. Ok que alguns detalhes são omitidos, apenas pra manter o suspense. Mas uma coisa eu garanto: a história e a narrativa vão te fazer devorar o livro pra descobrir o culpado.
Se formos comparar o primeiro livro e o segundo, há uma evolução muito grande e positiva e deixa aquela expectativa para o que vai acontecer em Vocação para o Mal. Aliás, já comecei a lê-lo e não vejo a hora de terminar, apesar de que poderia ter o dobro de páginas e eu leria com ainda mais vontade. É sempre contraditório isso, eu sei. Ao mesmo tempo em que você deseja chegar ao fim da história, você não quer. Porque você quer saber o filha da mãe que fiz isso, mas quer se aventurar ainda mais naquelas páginas. Eu sei, é difícil, mas a gente sobrevive.
Enfim, antes de encerrar. Quero dar um pequeno spoiler, apenas para explicar algo que gostei muito no livro. A mulher do autor “famoso”, Leonora, é quem contrata Strike para investigar o sumiço. Bom, o fato é que a simplicidade dessa mulher me surpreendeu bastante, pelo menos a forma como J. K. a descreve e como Strike se convence a ajudá-la. No início ela parece arrogante, convencida e até um pouco ignorante. Mas é uma máscara, apenas isso…
Apesar da pele branca e rosada que mal exibia uma ruga e do branco imaculado dos olhos azul-claros, ela parecia ter uns cinquenta anos. O cabelo fino, solto e grisalho era afastado do rosto por duas presilhas de plástico e ela piscava para Strike através dos óculos antigos de armação plástica grande demais. Seu casaco, embora limpo, certamente fora comprado nos 1980. Tinha ombreiras e grandes botões de plástico. – Pág. 20
Bom, chega de spoilers. Meu conselho de sempre: leia. Vai te surpreender, vai mexer com você e vai te transformar em um verdadeiro detetive, seguindo as evidências até encontrar o culpado. Em breve vamos falar de Vocação para o Mal, o mais recente romance da mesma série e, bom, vamos ver quais mistérios J. K. (ou Galbraith, como preferir) nos proporcionará.
Ficha técnica
O Bicho-da-Seda
Autor: Robert Galbraith (pseudônimo de J. K. Rowling)
Editora: Rocco
Ano: 2014
464 páginas
[…] Fonte: Resenha – O Bicho-da-Seda (Robert Galbraith) […]
Reblogged this on Douglas Oliveira.
[…] o nome de J.K., apesar de ter lido seus outros três livros sob o pseudônimo de Robert Galbraith (que tem resenha aqui também!). Bom, se eu adorei esses livros, sabia que Morte Súbita não seria diferente. Lembrando que […]
[…] RESENHA: O BICHO-DA-SEDA – ROBERT GALBRAITH […]