Não é de hoje que estou familiarizada com a autora de grandes histórias como a de Se Eu Ficar e Apenas um Dia. Gayle Forman sempre foi, para mim, uma das autoras que mais admiro pela leveza de sua escrita, a fluidez de suas histórias e as emoções que são transmitidas pelos personagens bem caracterizados. Além de serem leituras super rápidas e cativantes que, para passar o tempo, são ótimas.

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O Que Há de Estranho em Mim teve seu lançamento realizado no Brasil em janeiro de 2016. O livro basicamente fala sobre a trajetória da nossa protagonista Brit a um internato para garotas que, bem, não é o que parece ser. Brit é internada pelo pai que acredita que o lugar ajuda adolescentes problemáticas a colocarem suas vidas nos trilhos, o que ele não sabe é que o lugar piora a situação de meninas que algumas vezes nem tem um problema real para estarem realmente ali. Então acaba que sendo injusto para Brit estar lá, pois no olhar da personagem seu pai não entende seu amor pela música, pela banda a qual faz parte, seu jeito de ter tatuagens, piercings e cabelo colorido ser parte da imagem que moldou em si mesma a partir da infância. Ele acredita que o jeito de Brit ser é uma autoagressão da personagem e por isso ela acaba indo parar nesse internato que mais parece um manicômio com pessoas que não são bem equipadas ou especializadas para tratarem dessas garotas, então nesse lugar tudo é feito com muito extremismo, temos elementos como chantagens emocionais presentes, uma péssima infraestrutura e má alimentação das garotas, além delas serem tratadas como prisioneiras todos os dias tendo que construir um muro de pedras por horas no sol para, só depois, destruí-lo e recomeçar.

É chocante, mas assim que Brit chega nesse lugar, ela se fecha, mas não tarda para que arranje amigas a quem pode contar para sobreviver ali dentro e até mesmo desafiar a justiça do lugar que por sinal é bem injusto. Então acho que não preciso dizer que um grande plot twist a partir daí se faz presente na história, o que traz muita emoção e uma sensação de alívio.

O que eu senti lendo esse livro? Bom, sempre gostei da autora já de outros carnavais, não é o primeiro livro dela que leio e estava com vontade de ler esse há algum tempo, então consegui esse volume numa troca de livros no sebo no começo do ano, porém decidi que agora era hora de iniciar essa leitura e mergulhei de cabeça. Sem arrependimentos, me identifiquei com cada uma das meninas do grupo de Brit que se mostraram fieis umas a outras durante toda essa trajetória. Temos a V, aquela que assume as consequências por suas amigas, que tem segredos dolorosos que só final vem à tona e uma perosnagem muito importante para o crescimento de Brit. Temos a Bebe, aquela que fala altas verdades, mas também sabe consolar e se preocupa com as outras, se importa com as outras. Martha que tem problemas com o seu corpo, essa personagem se mostra forte durante toda a história, inclusive, ouso dizer que o plot twist se da por conta dela, pelo que ela passa para que consiga aceitar sua imagem. E, por fim, temos a Cassie que não fica bem claro suas dúvidas a cerca da sua própria sexualidade, mas que é tratada por todas como uma igual e acho que isso é muito importante, afinal, estamos falando de personagens reais, pessoas que passam pelos mesmos problemas e captei que a ideia da autora era passar essa mensagem, inclusive no final no livro a autora deixa uma mensagem revelando que, embora a história seja ficcional, o livro foi inspirado em situações reais que ela presenciou.

E é esse o ponto em que quero chegar, a sensibilidade da Gayle Forman de tratar assuntos que a nossa sociedade julga ser um problema ou que realmente é um problema, mas que não cuida, ao invés disso, intoxica mais, adoece mais. E gosto de pensar que a Gayle, de alguma forma, tentou avisar isso, fazer com que as pessoas percebam mais isso e não trate coisas graves como brincadeira. E acredito que, não é desse livro que a autora vem fazendo essa critica à nossa sociedade, e por isso, recomendo muitíssimo essa leitura e todas as outras obras da autora, é preciso olhar profundamente para percebermos o quão alheios estamos, muitas vezes, a situações graves do nosso dia a dia em que pessoas precisam da nossa ajuda e ao invés de ajudarmos, condenamos.

De qualquer forma, fica a dica e desejo a todos uma boa leitura, acredito que quem ler O Que Há de Estranho em Mim não se arrependerá, é uma história sobre luta, sobre força, sobre união que, no final, é simplesmente lindo. Espero que gostem <3

Hugs and Kisses :*

Por ninichristie

Escritora e amante de fotografia, 24 anos, formada em Publicidade e Propaganda. Além de ser a louca por livros e ser fã compulsiva da série A Desconstrução de Mara Dyer e a trilogia Jogos Vorazes, também ama de paixão ser fotógrafa.

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