Olá! Hoje a resenha é sobre “O Silêncio da Cidade Branca” (Intrínseca), de Eva García Sáenz de Urturi. Esse é o primeiro livro da Trilogia da Cidade Branca e que deu origem ao filme da Netflix, já disponível. Bom, devo dizer que assim que li sobre essa obra, me interessei em ler e me surpreendi muito com uma escrita inteligente e instigante. Bom, aproveitem a leitura!
O que aconteceu na Cidade Branca?
Talvez a população de Vitoria, cidade do País Basco, não esperava viver os horrores de vinte anos antes, quando uma série de assassinatos aterrorizou a todos. O problema é que agora novas mortes começam a surgir, justo quando a pessoa presa pelos primeiros crimes, Tasio Ortiz de Zárate, está prestes a sair da prisão. Ele era uma espécie de celebridade em Vitoria. E quando casais começam a aparecer mortos em locais históricos da cidade, é Unai Lopez de Ayala quem é chamado para investigar o caso.
Unai foi um jovem obcecado pelos crimes bizarros e agora, especialista em perfis criminais e à frente das investigações, dará seu melhor para impedir novos assassinatos, mesmo com seus métodos um tanto diferentes e tendo que lidar com uma tragédia pessoal. E não são crimes comuns que ele e a parceira, a detetive Estíbaliz Ruiz de Gauna, têm que lidar: as vítimas têm idades múltiplas de cinco, sobrenomes compostos originais da região e seus corpos são expostos nus em espaços públicos.
O que eu achei de “O Silêncio da Cidade Branca”
Por essa descrição já é possível entender a complexidade da história, narrada em primeira pessoa por Unai. A autora une dramas pessoais com mitologia, arqueologia, segredos e psicologia criminal. Esses são pontos interessantes e que pouco vi em obras desse gênero. E a autora consegue explorar isso de maneira inteligente, sem nos deixar confusos – talvez apenas um pouco pelos termos e nomes do País Basco, o que não necessariamente atrapalha a leitura.
Mas a narrativa é muito instigante, exatamente por esses elementos investigativos e com o andar das investigações, sem torná-la cansativa, o que faz com que a leitura flua de forma muito boa. Mas tudo é muito bem construído pela autora, nos entregando uma história coerente e com uma sequência de fatos muito bem equilibrada, sem atropelar a própria história. E essa construção levou exatamente a uma conclusão surpreendente e inesperada, ainda que algumas pistas sejam deixadas pelo caminho, nos fazendo ter uma ideia. Mas a autora, claro, deixa um gancho para finalizar a obra de forma triunfal e eletrizante.
Me peguei várias vezes, no decorrer da leitura, pensando na série “Criminal Minds”. Eu sou fã dessa série e a história tem uma narrativa muito semelhante aos crimes da série americana. Não que essa tenha sido a inspiração da autora, o que não vejo, mas são crimes muitas vezes com uma mensagem muito bem elaborada e que faz todo sentido no final, quando todas as peças do quebra-cabeça estão encaixadas. Ainda não vi o filme, mas estou ansioso para ver como adaptaram a obra.
Os personagens são uma história a parte
Achei importante falar um pouco dos personagens de “O Silêncio da Cidade Branca“. Unai é o investigador que tem um trauma familiar, o que acaba influenciando muito na história e no decorrer das investigações. Não é uma trama original, mas Unai é um personagem complexo e sua relação com a parceira, a detetive Estílabiz, é muito intensa, me tirando o fôlego em certos momentos, e risadas em outros.
A própria Estílabiz também tem seus problemas de família. Acho que isso é um ponto forte explorado pela autora. Cada um dos personagens, como os dois detetives, a subdelegada da cidade, Alba Salvatierra, tem um histórico familiar. Inclusive a pessoa acusada pelos assassinatos 20 anos antes, além do/a assassino/a e outros personagens importantes para a história. Ou seja, a palavra família é um elemento forte na trama.
Conclusão: um thriller intrigante e um tanto macabro
E não há muito mais o que dizer do que isso. “O Silêncio da Cidade Branca” é um thriller intrigante e macabro, à exemplo dos rituais envolvidos nos assassinatos. E, indo mais além, a narrativa tem um ritmo eletrizante, com os momentos certos em que as coisas se agitam e aqueles momentos em que é necessário um pouco de reflexão. O fato é que a autora realmente nos coloca dentro da história e das paisagens e pontos turísticos da cidade basca e nos envolve de uma maneira que nos deixa malucos para entendermos toda aquela teia.
E é isso, leitores. Eu indico MUITO essa leitura se você está a fim de um thriller policial/psicológico/macabro. Eva García Sáenz de Urturi vai te conquistar da primeira a última página. Aguardo ansiosamente pelo segundo e terceiro livros. Do mais, espero que tenham gostado dessa resenha e… nos vemos na próxima!
Ficha técnica
O Silêncio da Cidade Branca
Autora: Eva García Sáenz de Urturi
Páginas: 416
Editora: Intrínseca
Ano: 2020
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