Olá, meu povo, tudo bem? Depois de um mês de “jejum” de resenhas dos livros do Intrínsecos, cá estou eu para falar de “Susan não quer saber do amor”, de Sarah Haywood. Esse foi o livro de junho do clube de assinatura da Intrínseca. Infelizmente, minha leitura do livro de maio não avançou, e eu não consegui falar sobre ele aqui. Quem sabe um dia? Enfim, hoje o papo é sobre essa comédia romântica, acho que podemos classificar assim, e que foi uma ótima leitura. Então, acompanhem essa resenha:
A HISTÓRIA DE “SUSAN NÃO QUER SABER DO AMOR”
Para Susan Green, emoções confusas não se encaixam na equação de sua vida perfeitamente ordenada. Ela tem um apartamento que é ideal para um, um trabalho que combina com sua paixão pela lógica e um “arranjo interpessoal” que oferece benefícios culturais e outros mais íntimos. Mas, de repente, confrontada com a perda de sua mãe e a notícia de que ela está prestes a se tornar mãe, o maior medo de Susan se concretiza. Ela está perdendo o controle.
Então conhecemos Rob, o duvidoso, mas bem-intencionado amigo de seu irmão indolente. Conforme a data de parto de Susan se aproxima e seu mundo vira ainda mais de pernas para o ar, Susan encontra um aliado improvável em Rob. Ela pode ter a chance de encontrar o amor verdadeiro e aprender a amar a si mesma, se ao menos ela puder descobrir como deixar ir. (Fonte: Intrínseca)
A ESCRITA DA ESTREANTE SARAH HAYWOOD
Quero começar a falar desse livro destacando a escrita da autora. Apesar de um tanto quanto detalhista demais e não tão objetiva, com monólogos em primeira pessoa longos, a escrita dela é interessante. Aliás, é surpreendente pensar que a leitura flui de uma maneira que a história em si parece não ir tão longe em poucas páginas. É meio confuso, eu sei. Mas a sensação é essa, a leitura flui, ainda que não tanto quanto uma história desse gênero fluiria normalmente.
Ainda assim, acho que a autora consegue te conquistar por toda a história em si, que certamente foge do que costumamos ler ou assistir sobre. A personagem é alguém “fora da caixinha”, e claro, tudo gira em torno dela. Portanto, as coisas que acontecem com ela, os personagens que estão ao seu redor, também fogem do “padrão”. Então, acaba se tornando uma história diferente, divertida, mas com espaço para o drama, para as reviravoltas e para as mensagens que a autora quer, ou não, passar ao leitor.
Além disso, a autora consegue te fazer entrar na história de uma forma muito próxima. Susan, enquanto narradora, conversa com o leitor. E já cansei de dizer que esse é meu tipo de escrita favorito. Gosto desse contato próximo, o que ajuda e muito no desenvolvimento da leitura. Então, isso, aliado à história e aos personagens de Sarah, com certeza ajudou a dar esse gás para a leitura e a fluidez necessária para que o livro seja concluído em poucas horas. Pois você realmente se envolve com ela.
E QUEM É ESSA MULHER? POR QUE “SUSAN NÃO QUER SABER DO AMOR”?
Inicialmente, foi difícil gostar de Susan, confesso. Ela é uma pessoa metódica e pragmática. Um pouco entediante, chata em certos momentos, mas compreensível em outros, principalmente na relação com o irmão, Edward, um cara sem noção, com certeza. Mas ela chega a ser engraçada, eventualmente, mesmo sem querer. Sem dúvida, é a personagem mais fora do padrão que eu li nos últimos meses. E simplesmente por ter um jeito diferente de viver e levar a vida.
Mas ela tem muitas coisas boas a seu favor também. Sim, ela definitivamente foge dos padrões. Mas é uma mulher que volta e meia vemos na literatura moderna. O tipo de mulher independente? Em resumo, sim. Contudo, é mais que isso. Quando a gravidez entra na sua vida, seu primeiro pensamento é completamente racional, pensando em si, e na forma que isso mudaria sua vida. E está tudo bem pensar assim. Acho que, nesse momento, a autora mostra como Susan é mais razão do que emoção.
E toda essa narrativa tem a ver com o título da história. Porque, ao que parece, existiu por muito tempo a premissa de que a mulher é alguém que está em busca do seu “príncipe/princesa encantado/a”. Mas isso tem sido desconstruído ao longo do tempo, e Susan reflete bem essa nova perspectiva. Ao mesmo tempo, a autora parece construir uma outra Susan ao longo da narrativa. Alguém que, de fato, não precisa de um amor para seguir sua vida, mas que poderia amar, sim. E está tudo bem também. Adorei ver essa construção.
AINDA SOBRE SUSAN…
Sim, tudo gira em torno dela. Algo que me incomodou é que parece que Susan sempre quer ter razão sobre as coisas, como se fosse a mais esperta. Ela não se vê como melhor que ninguém, só acredita que a forma que leva a vida é agradável para ela e que poderia ser seguida por outras pessoas. Como o fato de achar que não se magoará ao não ter relações pessoais. Mas acho que tudo o que acontece em sua vida acaba quebrando essa barreira, aos poucos. Pelo menos permite a ela ser um pouco mais tolerante e aberta em certas coisas, ainda que em outras ela siga irredutível – e isso é bom, pois se ela mudasse da água para o vinho, aí sim não faria sentido.
A partir de Susan, a autora acaba desvendando vários tipos relacionamentos interpessoais e seus desafios. Seja com amigos, pais, irmãos, relacionamentos amorosos etc. Susan não é uma pessoa fácil de lidar, isso fica claro quando ela própria descreve seus relacionamentos. Mas acho que também é algo que muda quando sua mãe morre e ela fica grávida. Tudo parece mudar, enquanto Susan faz de tudo para que as coisas permaneçam como antes. Então essa disputa de Susan com ela mesma é realmente interessante.
AS TRAMAS PARALELAS DE “SUSAN NÃO QUER SABER DO AMOR”
Como disse e repito, tudo gira em torno de Susan. Mas, também a partir dela, surgem tramas paralelas. Por exemplo, a disputa judicial do testamento da mãe deles. Essa trama funciona mais como um combustível para mantermos a leitura. A autora consegue nos deixar curioso para saber quem vai ganhar, enquanto aborda assuntos realmente importantes e que são discutidos hoje em dia: maternidade, relação de irmãos, amizades improváveis, o amor, feminismo etc.
Enfim, não sei se é por querer ou não, mas acaba sendo divertido, também, ler como tudo isso se desenvolve, enquanto o pano de fundo é o desenvolvimento de Susan como pessoa. A amizade dela com Kate é outro exemplo disso. Apesar de não convencional, essa amizade acaba sendo uma ótima trama separada do livro. Rendendo momentos engraçados e diálogos interessantes, sobre o feminismo, por exemplo, mas principalmente a questão da maternidade. E como mães solteiras precisam lidar com tantas coisas e às vezes não têm apoio.
SEM DÚVIDA, UMA HISTÓRIA SENSACIONAL
Eu facilmente consigo ver “Susan não quer saber do amor” como uma série de comédia. Acho que uma adaptação seria ótima, inclusive. Mas duvido que vá acontecer. Eu só posso dizer, para finalizar essa resenha, que adorei conhecer Susan. Ela é uma pessoa que foge completamente do tradicional, que só quer viver sua vida em paz e com seus cactos (rs). E, no fim das contas, ela é divertida, e foi interessante acompanhar sua jornada pela maternidade e pelas mudanças que vieram com ela.
Enfim, galera, é isso. Espero que tenham gostado dessa resenha e fica aqui minha indicação para que, quando puderem, leiam esse livro e conheçam a Susan. Acho que vocês não vão se arrepender. Até a próxima!
Ficha técnica
Susan não quer saber do amor
Autora: Sarah Haywood
Páginas: 336
Editora: Intrínseca/Intrínsecos
Ano: 2021
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