Livro Vingança - V. E. Schwab

Olá, leitores, tudo bem? Depois de trazer, recentemente, a resenha de “Vilão”, hoje é dia de conversarmos sobre “Vingança”, de V. E. Schwab. O capítulo final da série “Vilões” chegou em 2020 pela Editora Record. Enfim, depois do primeiro livro, eu fiquei curioso pela continuação, para ter as respostas às perguntas deixadas em “Vilão”. Eu classificaria esse livro melhor que o primeiro, mas ainda me faltou algo. Então, acompanhem a leitura:

A HISTÓRIA DE “VINGANÇA”, DE V. E. SCHWAB

Marcella tinha uma vida dos sonhos. Afinal, era casada com Marcus, um mafioso em ascensão de Merit, e vivia numa mansão planejando seu futuro com o marido. Tudo muda quando ela descobre que Marcus a traía. Então, para se vingar, ela tenta esfaqueá-lo, o que é rapidamente impedido por ele, um cara forte acostumado a matar. Ele a abandona desacordada na casa em chamas. Acontece que Marcella sobrevive… mais forte do que nunca.

Em certo momento, o destino de Marcella se cruzará com ninguém menos que Victor Vale e Eli Cardale (ou Eli Ever). O primeiro morreu, cinco anos antes. Mas Sydney Clarke consegue ressuscitá-lo. O problema é que ela não consegue trazer Victor perfeito como antes e tudo o que ele quer agora é a cura. E, para isso, ele precisa de algum ExtraOrdinário com esse tipo de habilidade. E ele vai procurar em todos os cantos.

Enquanto isso, Eli está preso. Ele passou anos assassinando EOs por considerá-los uma aberração e agora paga por isso. Mas ele ainda é útil para alguém: uma força-tarefa responsável por encontrar ExtraOrdinários. E, a cada missão, ele vai encontrando sinais de que Victor, talvez, não tenha de fato morrido como ele esperava. É então que Merit se torna um verdadeiro campo de batalha de poderes. Quem vencerá essa guerra?

A NARRATIVA

Primeiramente, é importante esclarecer que a história não começa exatamente do ponto que acabou o primeiro livro. A autora começa a sequência com a trama envolvendo Marcella. E foi uma ótima escolha, pois de fato prende o leitor, o deixa curioso a continuar a leitura para entender o que acontece com ela. E ela já vai, aos poucos, entregando que o caminho de Marcella, em algum momento, se cruzará com os personagens já conhecidos.

No entanto, a “fórmula” é a mesma: o mesmo jogo de ir e voltar na linha do tempo, muitos diálogos e capítulos curtos, em terceira pessoa, o que ajuda a mover a leitura. Mas a história em si também faz com que a leitura avance num ritmo bem interessante. Inclusive, apesar de não gostar de comparações, acho que nessa segunda obra o ritmo é melhor que a primeira. Lá, a autora precisou contextualizar os personagens. Aqui já conhecemos a maioria deles.

O FOCO DE “VINGANÇA”, DE V. E. SCHWAB

Outro ponto interessante é que a autora já começa a obra mostrando a proposta da história, que tem relação direta com o título, como no primeiro livro. É fácil “pegar” o significado. Isso torna a história um pouco óbvia? Pode ser. Mas isso não desmerece a escrita da autora, que consegue te prender e te deixar engajado a continuar. É, novamente, uma história para entreter. Com ação, aventuras e coisas paranormais.

Mas a autora também consegue explorar mais a história de Eli, o que ajuda a entender quem ele se tornou. E entender isso, seu modo de pensar, sua fé, o que o move é muito importante. Creio que a autora conseguiu, nesse sentido, desenhar melhor o psicológico de Eli, a influência de Victor em sua vida, e seus anseios. E como tudo isso impacta no destino de todos ao seu redor. Assim como foi legal ver o primeiro encontro de Victor e Eli.

Contudo, a cada capítulo, as coisas parecem voltar para um ponto em comum: vingança. É isso que de fato move a história, como disse anteriormente. Mas ela insere outros elementos “psicológicos” também. Principalmente sobre quando as pessoas são colocadas nesse tipo de situação, com tanto poder em mãos. Marcella é um exemplo disso. É uma mulher ambiciosa, cruel, mas determinada. E vingativa, claro.

UM DESTAQUE PARA OS PERSONAGENS

Ainda falando dessa questão psicológica dos personagens, devo destacar a frieza deles, principalmente, Victor, Eli e Marcella. Eles de fato têm muitas coisas em comum, como essa ambição, a crueldade e a frieza – e todos são poderosos e perigosos. Eles têm poderes destrutivos ou que os torna quase invencíveis. E é isso que influencia muito suas atitudes ao longo da narrativa.

Ainda assim, há um contraste nesse quesito: Syd. Ela é uma criança/adolescente, também com um grande poder, mas ela ainda está desenvolvendo suas ideias. Inclusive, é interessante como a autora explora as mudanças de Syd, com a adolescência, as influências de Victor em sua vida, o fato de estar presa e fugindo. Enfim, tudo isso vai moldando e transformando aquela Syd que conhecemos. Mas ainda há, no íntimo dela, aquela garota.

No entanto, Syd cria um certo apego com Victor, desde o primeiro livro, que acaba sendo bonito até. E o mais interessante é ver como Victor também muda ao longo do tempo. Seja pela sua falha, seja pela própria Syd. Obviamente, ele também sente carinho por ela. Um apego, também. E isso também influencia muito na história em si.

A FÓRMULA REPETIDA, MAS SEM DEFEITOS

Assim como no primeiro livro, é interessante como os pontos principais da história parecem se afunilar como o tempo. Os períodos de flashback vão ficando cada vez menores, recentes, como se de fato o momento crucial estivesse chegando. E isso não é uma novidade, já que ela também faz isso no primeiro livro, mas aqui parece ganhar um outro significado. Porque, aos poucos, ela vai desenvolvendo a ideia de que, no final, será como um apocalipse na cidade. Então, é como uma bomba relógio, e o tempo vai se esgotando.

Uma coisa muito positiva, a meu ver, é que em nesse livro, as cenas ganham mais ação, e até um pouco de requintes de crueldade, eu diria. São muitas mortes, muitos assassinatos, em diferentes métodos. De uma forma quase explícita demais, só que sem ultrapassar esse limite. Mas de fato essas cenas de ação, com tiros, perseguição etc deixam a história com um ritmo mais intenso e interessante de se ler. Gostei dessa mudança.

O FIM DE “VINGANÇA” DE V. E. SCHWAB

Então, chegamos ao fim. E, novamente, ele é recheado de muita ação, é emblemático e nos deixa pistas sobre o futuro desses personagens – de quem sobrevive, pelo menos (rs). Até diria que há uma deixa para continuação – que não acho que vá acontecer. Mas poderia gerar algum tipo de spin-off, sabe? Eu acharia interessante. De qualquer maneira, não é um final do tipo eletrizante e que surpreende. Ainda assim, é bom e me conquistou.

Enfim, acho que é isso. No fim das contas, eu volto a dizer: é um livro para entreter e que me conquistou, pela temática em si, mas também pelos personagens e suas histórias. E, de fato, é bem escrito, sem deixar pontas soltas, com tudo muito bem amarrado. Isso conta, e muito, para a obra em si. Portanto, eu indico muito essa leitura e digo a vocês que adoraria ver uma adaptação dessas histórias. Quem sabe, né?

Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!

Ficha técnica

Vingança

Autora: V. E. Schwab

Páginas: 532

Editora: Record (Grupo Editorial Record)

Ano: 2020

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Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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