Não sou eu que me arrisco todo dia,
É a morte que gosta de me olhar.
Quer fazer feitos como os meus.
No mais bruto sentido, quer viver, se realizar.
Difícil dizer isso, mas ela quer me imitar.
Ela é uma velha amiga.
Uma velha chegada.
Conheci antes mesmo de nascer.
Ela conversava comigo, todo amanhecer e entardecer.
De noite ia em bora, visitar os meus avós.
Tomar o chá da meia noite.
Sabe como é!?
Pro espírito acalmar.
Coitada da minha amiga,
Vai ter muito a esperar.
Não vai me abraçar tão cedo,
Muito menos me tocar.
Às vezes ela sussurra,
Às vezes ela chora,
Mas toda manhã eu percebo
Que ela chega sempre na hora.
Mas toda noite eu observo
Que ela sempre vai embora.