Você é meu pássaro branco que veio para a minha salvação, com seus braços longos e seu sorriso brando. Talvez eu não esperasse, ou esperasse muito, por que olhei em seus olhos a primeira vez que te vi e eu enxerguei além do que você poderia imaginar.
Eu vi máscaras num baile, vestidos esvoaçantes. Uma satisfação, um romance.
Nós dois jogávamos o jogo sem saber, mas nenhum de nós perderia. Loucos!
Dançávamos até cansar, e não cansávamos nunca de nossas mãos juntas e nossos encontros em segredo. Éramos o segredo um do outro, a cumplicidade nua e crua e nada parecia importar, desde que estivéssemos o suficientemente perto para ouvir nossas respirações e nossos corações baterem em um ritmo que nem o mais talentoso músico conseguiria pautar.
Eu corri e você veio logo atrás, eu gritei e caímos juntos entre as folhas secas. Abraçados, enroscados, feito linhas de poemas que eu nunca queria me desvencilhar, dormir ao teu lado é tão reconfortante quanto a paz da natureza. Éramos o campos elísios um do outro, tudo era ouro, tudo era quente e nada mais parecia ter importância enquanto estávamos um ao lado do outro.
Você é meu pássaro branco, anjo, meu sentimento mais puro, minha humanidade em forma de homem, o melhor de mim que está em você e cada pedaço teu marcando meu corpo como brasa.
Foto: Rodrigo Aquino