Livro As agentes secretas de Paris

Oi pessoal. Tudo bem? Hoje trago pra vocês a resenha de “As agentes secretas de Paris”, de Pam Jenoff, autora de “O menino do vagão” (que eu chorei litros) e “A amante do oficial” (que ainda não li). O mais recente livro da escritora foi lançado no Brasil em 2020 pela HarperCollins. Aproveitem a leitura:

A SINOPSE DE “AS AGENTES SECRETAS DE PARIS”

A Segunda Guerra Mundial acabou. Um ano depois, Grace Healey está na Grand Central Station (Manhattan, Nova Iorque) e, rememorando o próprio luto, encontra, debaixo de um banco na estação, uma mala aparentemente abandonada. Curiosa, Grace abre a bolsa e encontra fotos de mulheres e seus respectivos nomes. Ela não resiste e leva consigo as fotos, deixando a mala no lugar que encontrou.

No entanto, algum tempo depois, Grace descobre que a mala pertencia a Eleanor Trigg, que liderou, durante a guerra, uma rede de agentes secretas inglesas. Doze delas foram enviadas à Paris, com papéis importantes para a guerra, como mensageiras ou operadoras de rádio. Uma delas é Marie, uma mãe solteira que é “encontrada” pela rede e enviada para Paris e se tornar uma das operadoras. Mas seu papel acaba sendo muito maior.

MINHA EXPERIÊNCIA COM O LIVRO

Antes de mais nada, devo dizer que sempre amei livros de ficção sobre a Segunda Guerra Mundial, e outros momentos históricos do mundo. Um dos primeiros livros sobre o tema que li foi da Pam Jenoff, “O menino do vagão”, que simplesmente amei, apesar de ter chorado horrores (haha). Mas foi uma história incrível e minhas expectativas eram grandes para esse novo livro. E a autora me surpreendeu positivamente.

A narrativa é dividida em três perspectivas diferentes, em terceira pessoa, com foco nas três personagens: Grace, Eleanor e Marie. Elas representam a guerra e o momento pós-guerra, mas ainda recente, com muitos resquícios pelas ruas da França, da Inglaterra, dos Estados Unidos e em todo o mundo. Assim, são exatamente esses os pontos de vistas que explorados pela autora.

Portanto, é uma história muito envolvente e que te prende desde o início. E a autora constrói a narrativa de maneira inteligente exatamente com esse intuito, de não deixar você “largar” o livro até entender a ligação das três mulheres. Pois é isso que Pam conta desde o início, como as histórias delas se encontrarão, em algum momento. Desde o momento que Eleanor inicia sua missão, Marie é “recrutada” para servir o país e Grace encontra a mala.

UMA EMOCIONANTE HISTÓRIA DE SORORIDADE

Ao mesmo tempo que a narrativa é envolvente, ela é emocionante. Tem vários momentos reflexivos, que, mesmo durante a guerra, lá em 1944, refletem ainda hoje. Um desses momentos é a sororidade, essa união das mulheres, principalmente num momento como esse, que poderia ser considerado o pior da história, com tantas mortes e pessoas que até hoje carregam cicatrizes, físicas e emocionais.

Mas essa narrativa focada nessas mulheres é muito necessária e importante. Pois mostra como elas foram importantes também para esse momento, seja no papel de Eleanor e Maria, que estavam dentro da guerra, como Grace, que tentava conhecer e dar voz a essas mulheres enviadas para Paris e, que provavelmente, não sobreviveram. Mesmo ela, Grace, tendo seus problemas pessoais para lidar – e é daí que vem sua força.

Um outro ponto, também ligado a essa sororidade, é que Pam nos mostra um lado da guerra focado nessas mulheres, em como elas foram importantes para derrubar o nazismo. Mas ela mostra isso “internamente” e narra essas mulheres (e homens) em ação, suas estratégias e discussões sobre a guerra. Isso no papel de Eleanor, com a liderança, e de Marie, lutando na “prática”. Enfim, foi muito interessante conhecer essa parte da guerra.

EMOÇÃO, INVESTIGAÇÃO E SUSPENSE JUNTOS

Dessa forma, Grace une o lado emocional ao investigativo. Primeiro porque a própria história dela tem relação com a guerra. E é em meio a essas coisas pessoais que ela tem que lidar, também, com aquelas mulheres das fotos. É por escolha dela, sim, e talvez tenha sido o meio de ela fugir da sua realidade, ou buscar algum conforto, tentando descobrir o que aconteceu com elas.

E é aí que entra a parte investigativa, com elementos que de fato levam para esse lado, chegando inclusive a entrarmos em uma parte do Pentágono em busca de documentos. Sem falar naquilo de conversar com fontes, tentando desvendar o mistério. Primeiramente, saber porque a mala estava onde estava quando Grace a encontrou. Além de toda a história de o que aconteceu com essas mulheres – que nos é contada paralelamente pela autora, nos trazendo as duas perspectivas.

EM RESUMO, “AS AGENTES SECRETAS DE PARIS” É UMA LEITURA INSTIGANTE

Por fim, acho que devo destacar, novamente, como a autora consegue nos prender em sua história de maneira incrível. De fato, ela cria esses momentos que nos deixam curiosos para ler o que acontece depois – o problema é que o próximo capítulo não é a continuação desse primeiro, e sim de um outro, que já tinha nos deixado curiosos antes. Assim, ela cria um círculo “vicioso” que não te deixa largar o livro, simplesmente.

E é isso. Devo dizer que achei essa história mais madura que “O menino no vagão” – que, repito, é emocionante e mexe muito com nossos sentimentos, de diversas maneiras. Mas esse é algo envolvendo estratégias de guerra, investigação, enfim. Ou seja, a autora foge um pouco do emocional. E consegue descrever tudo isso de uma maneira diferente que o primeiro livro, mas ainda assim emocionante.

Torre Eiffel

Enfim, só posso dizer que “As agentes secretas de Paris” me incentiva a continuar procurando histórias que envolvem a Segunda Guerra, principalmente esse lado dela – o bom, de heróis (homens e mulheres) e da resistência. Espero que tenham gostado da resenha. E nos vemos na próxima!

Ficha técnica

As agentes secretas de Paris

Autora: Pam Jenoff

Páginas: 384

Editora: HarperCollins

Ano: 2020

Onde comprar: Amazon (físico) | Amazon (e-book)

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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