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Olá, pessoal, tudo bem? É com muito prazer que trago a resenha de “Cortejo”, de Mell Renault. Um livro de poesia que recebi da nossa parceira Páginas Editora, que lançou a obra no mês passado (maio, 2020). Sem dúvida, e eu já disse aqui algumas vezes, não tenho muita familiaridade com poesia. Mas, tenho lido algumas recentemente que me foram gratas surpresas. Certamente, “Cortejo” entra para essa lista. Enfim, espero que aproveitem a leitura dessa resenha:
A SINOPSE DE “CORTEJO”, DE MELL RENAULT
Cortejo é encantamento entoado por voz(es) de mulher e apresenta a jornada da personagem Maria, que conta sua história de vida em versos. A poesia de Mell é uma conversa na porta de casa que convida o leitor a conhecer a trajetória de Maria e a memória de sua cidade na serra mineira.
Ao longo do poema-procissão, quem lê, tendo crença ou não, reza de corações dados com Maria, vai esquecendo quebrantos por ruas de pedra e de terra, puídas, sonoras e vivas, vai se lembrando de que há tempo de parar, de prosear, de pasmar. De que há tempo de ir e tempo de ficar. Vai adoçando a boca com as tramas de puro açúcar das doceiras e os ouvidos, com os cantos vigorosos das lavadeiras.
De acordo com a Páginas Editora, o livro dialoga com o fazer artesanal. Utilizando versos de estrutura simples, Mell se inspirou em poetas como Adélia Prado e Carlos Drummond de Andrade para construir um livro atrativo para leitores de todas as idades – tanto experientes, quanto aqueles que não têm o hábito de ler poesia. A obra, em formato de um poema único que se estende por quase 100 páginas, conta com arte de capa do pintor Carlos Figueiredo. (Fonte: Páginas Editora)
A BELEZA DA POESIA DE MELL RENAULT
Bom, o fato de não estar familiarizado tanto com esse gênero da nossa literatura não me permite ser tão técnico no sentido de indicar se “Cortejo” é ou não uma boa poesia. Portanto, farei o que sempre faço e citarei aqui as emoções que tive ao ler essa poesia de Marias… a verdade é que essa leitura brotou em mim um profundo sentimento de nostalgia e de curiosidade. Primeiramente, a nostalgia, por narrar tão belamente coisas que, de certa maneira, marcaram minha infância. E Mell faz isso com louvor.
Em segundo lugar, a curiosidade, pois a autora nos entrega uma infinidade de detalhes de uma vila mineira, que tem de tudo. E, com isso, ela nos apresenta cores, cheiros, vozes, pessoas. Ela mexe com nossos sentidos, sem sombra de dúvida. E, mesmo que a leitura seja “rápida”, ela é rica em detalhes, em emoções, e nos faz conhecer dezenas de personagens, através da Maria principal. E esses personagens são tão marcantes quanto a terra que ela nos apresenta, que representa bem, eu suponho, o jeito mineiro – e brasileiro – de ser.
Quando li sobre “Cortejo”, pensei que seria um livro de diversas poesias. Contudo, é um único texto. Uma poesia intensa, sem te deixar piscar ou fazer pausas, mesmo que eu mesmo tenha parado alguns segundos para tomar fôlego. E a autora vai te situando aos poucos sobre o que realmente está acontecendo, apesar de você já ter uma ideia a partir da sinopse e do nome em si. Mas, no final, não deixa de ser algo que completa esse sentido, que te faz ter uma ideia do que ficou nas entrelinhas, e então voltar para uma nova leitura.
TEXTOS COMPLEMENTARES
Além do texto principal, a poesia “Vamos, Maria”, a obra de Mell Renault conta com outros textos que “complementam”, de certa forma, sua poesia. Além de uma breve apresentação e um prefácio, o livro conta com pósfácio e três outros textos que, acredito, analisam a obra. Para mim, funcionou como um guia sobre a escrita de Mell Renault. Veja bem, não é que seja complexa ou difícil de compreender. Mas para quem talvez não conheça muito o gênero como eu, pode funcionar como um ótimo guia sobre a poesia de Mell.
Não cabe a mim analisar tecnicamente “Cortejo”, como disse. A mim, cabe apenas dizer o quanto gostei da poesia de Mell Renault, sendo diferente das que tenho lido recentemente. Sem dúvida, a escrita de Mell é inteligente, poética (ah vá!), gostosa e instigante. Aliás, ela nos convida a ler e reler a jornada de Maria, as histórias dessa vila e dos seus personagens secundários. Repito, é um misto de sensações a forma como ela mexe com nossos sentidos. Quisera eu ter conhecido essa Maria que tanta gente conheceu…
Enfim, galera, é isso. Eu realmente não tenho muito mais o que dizer, apenas indicar “Cortejo”, de Mell Renault, para você. Ah, e claro, os outros livros dela, que já lançou, também, “Patuá” e “Flor de sal”. À Mell, obrigado por me apresentar essa(s) Maria(s). E à Páginas Editora, meu agradecimento pela confiança nessa parceria. E se liguem por aqui, pois tem mais pela frente. Até lá!
Ficha técnica
Cortejo
Autora: Mell Renault (@mellrenault)
Páginas: 98
Editora: Páginas
Ano: 2021