E se a gente tentasse?

Olá, tudo bem? Hoje trago a resenha do livro “E se a gente tentasse?”, de Becky Albertalli e Adam Silvera. Sim, a sequência de “E se fosse a gente?”. Sem dúvida, essa parceria de Becky e Silvera deu muito certo e estou ansioso para os próximos frutos (se houver, claro). Mas vamos falar do livro de hoje. Espero que aproveite a leitura dessa resenha.

Ben e Arthur… os dois tiveram uma bela história, mas com destinos separados. Agora, Ben consegue sobreviver à faculdade aos “trancos e barrancos”. O primeiro ano não foi fácil, e trabalhar com o pai tem sido igualmente difícil. Além disso, Dylan, seu melhor amigo, tem agido estranho. Um ponto positivo é que Ben está no processo de revisão de seu livro com ajuda de Mario. Ele é um garoto lindo, que tem dado aulas de espanhol para Ben, e também alguns beijos. Portanto, é fácil esquecer o ex, certo?

Já Arthur voltou a Nova York para o estágio dos sonhos. Ele namora Mikey, e vai ter que aprender a lidar com a distância entre os dois durante o verão. Mas, para ele, o relacionamento é forte suficiente para superar isso. Contudo, como uma peça do destino, Ben e Arthur se reencontram. Arthur tenta se convencer que a história dos dois é página virada. E Ben está focado na decisão que precisa tomar para conquistar seus sonhos. O problema é que Ben não consegue parar de pensar em Arthur.

O DESENVOLVIMENTO DE “E SE A GENTE TENTASSE?”

Os autores dividem a narrativa, novamente, nas perspectivas de Ben e Arthur. Cada um narra sua versão dessa história em primeira pessoa. No meu ponto de vista, isso traz muito dinamismo para a leitura, que já tem um bom ritmo, pela trama em si e pela presença de muitos diálogos, mesmo com capítulos mais longos. O fato é que Becky e Silvera conquistam o leitor facilmente.

A história é divertida, dramática e romântica no ponto certo. E isso fica mais evidente pois Ben e Arthur contam a história como se fossem diários. Assim, o leitor desempenha o papel de ouvinte e também “intruso”. Isso ajuda no desenvolvimento da leitura, pois ficamos ansiosos pelo que vem pela frente. Então, mesmo sendo uma história de romance, os autores criam expectativa no leitor.

O ROMANCE DE BEN E ARTHUR

Mas a trama em si é sensacional e é, na verdade, o ponto forte que eu destaco aqui. É perceptível como os autores colocam todos os esforços em contar essa história e focar nela, na relação entre os protagonistas, mas também em suas vidas particulares e como as coisas vão acontecendo ao longo do tempo, enquanto eles entendem os sentimentos um pelo outro.

Pois é claro que Ben e Arthur têm sentimentos confusos, seja pelos seus atuais crushes, seja um pelo outro. Mas também é palpável como os dois são “Ben e Arthur”, sabem? Uma coisa só. Isso pode ser visto nas perspectivas de ambos, como eles soltam detalhes que nem eles percebem mas que revelam tudo o que não conseguem ver. Mas também tem uma maturidade nisso tudo, afinal, estão dois anos mais velhos. Eles não têm mais 16 anos.

Ou seja, eles têm que lidar com problemas de “gente grande”, enquanto lidam com esses acasos do universo. Mesmo assim, apesar de a vida continuar, o romance é meio que tomado por esses sentimentos dos dois, algo confuso e que chega a ser divertido também. Aliás, tem também o tom sério da coisa. Porque o que Arthur sente por Mikey é sério, mas também há insegurança.

A AMBIENTAÇÃO DE “E SE A GENTE TENTASSE?”

Outro ponto que eu gostaria de destacar é a ambientação desse livro. Amo como os autores conseguem inserir Nova York quase como uma personagem. É tão descritivo e imersivo que me sinto um turista naquela cidade enorme e cheia de possibilidades. E é interessante como essa mesma cidade influencia Ben e Arthur de maneiras diferentes, sendo o centro de tudo, o lugar das coincidências.

Na maioria dos livros que eu leio, essa questão da ambientação passa meio “despercebida”. É óbvio que tem importância e, em alguns casos, ela se destaca de uma forma que é impossível não notar seu peso na história. Nesse romance existe essa influência, mas é de uma maneira mais natural, sem se destacar demais, mas também marcando presença.

ENFIM, UM LIVRO PERFEITO

Eu não tenho medo de dizer que esse livro é perfeito. Ele é um pouco clichê (mas no bom sentido), meio fora da caixinha e surpreendente. É quase uma terapia. E acho que o maior destaque é Ben e Arthur juntos (não necessariamente numa relação). Desde o início, ou talvez desde o primeiro livro, fica claro como eles são bons juntos e como são divertidos. Para o leitor, é um sentimento palpável e que reflete na leitura, é claro.

Portanto, eu adorei conhecer Ben e Arthur e reencontrá-los agora. Não sei se teremos outros livros desses dois, mas, quem sabe? Espero que tenha gostado dessa resenha e até a próxima!

Ficha técnica

E se a gente tentasse?

Autores: Becky Albertalli e Adam Silvera

Páginas: 368

Editora: Intrínseca

Ano: 2022

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Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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