Resenha: Moheki - Adalberto Betonicou

Olá, pessoal! A resenha de hoje é do romance brasileiro “Moheki”, de Adalberto Betonicou. A obra é lançamento da nossa parceira Páginas Editora, por meio do selo Yolo. Sem dúvida, no quesito literatura fantástica, o livro é surpreendente. Contudo, tive certa dificuldade no desenvolvimento da leitura. Enfim, espero que aproveitem a leitura dessa resenha.

Na história, conhecemos a família de Seu Clóvis e Dona Cândida. Eles vivem num vilarejo, em Santana da Quaresma, com uma família pra lá de encantada. Aos poucos, conhecemos os mistérios que envolvem essa família e seus filhos, todos com algum tipo de poder mítico, inspirados no folclore brasileiro. Eles se envolvem em uma trama de aventuras, feitiços e maldições.

O DESENVOLVIMENTO DE “MOHEKI”, DE ADALBERTO BETONICOU

O primeiro contato com a história de Betonicou é arrebatador. A escrita do autor é um pouco complexa, ao passo que as tramas que envolvem o livro são fáceis de compreender. Então, para mim, foi um tanto quanto difícil avançar na leitura num ritmo bom. Não vejo isso como um ponto negativo, pois há várias cenas muito bem escritas pelo autor. Acho que é uma questão que muda de leitor para leitor.

Contudo, muitas partes parecem ter sido escritas às pressas. Em outras, a impressão que ficou para mim é que ele joga alguns fatos para explicar aquilo que ele está criando, ou aquilo que não havia sido explicado antes. Então, nessas horas, parecem coisas tão aleatórias que dão a impressão de que não combina com o restante da cena, ou que poderia ser melhor construído.

UMA FANTASIA QUE PODEMOS IMAGINAR

Mas um fato muito positivo, e isso só pode ser mérito do autor, é que ele consegue nos fazer imaginar toda essa fantasia criada por ele. Betonicou consegue descrever muito bem os cenários e as cenas em que os garotos colocam seus poderes à prova. Ou seja, é uma fantasia divertida e instigante. E o melhor: inspirada em nosso folclore – aliás, o autor consegue aproveitar muito bem nossas histórias para criar sua fantasia.

Acho que nesse ponto, “Moheki”, de Adalberto Betonicou, também funciona como uma homenagem à nossa mitologia, transformando histórias da nossa infância em algo mais maduro – o que dá certo. No geral, conseguimos compreender a história, todas as tramas, recheadas de muito poder, espiritualidade e fantasia. E tudo se resume à velha disputa entre o bem e o mal.

Enfim, tenho que concordar: nesse livro, “vivemos num conto de fadas tupiniquim”. E isso de fato é encantador. Apesar da dificuldade no ritmo da leitura, ela é bem escrita e envolvente. E também nos passa importantes mensagens sobre família, irmandade, amizade e poder, entre outros temas. Enfim, eu só posso dizer como fico feliz por ter conhecido esses personagens tão fantásticos e inspiradores.

Espero que tenham gostado dessa resenha! À Páginas Editora, meu agradecimento de sempre pela parceria que permite leituras incríveis e que nos tiram da zona de conforto. Nos vemos na próxima!