Morra por mim

Olá, como vai? Hoje trago a resenha do livro “Morra por mim”, de Luke Jennings. Esse é o último volume da trilogia que originou a série “Killing Eve”. O romance chegou em 2022 pela Editora Suma e é sequência de “Não existe amanhã” e “Codinome Villanelle“. Então, espero que aproveite a leitura dessa resenha.

Na história, é hora de Eve Polastri e Villanelle confiarem uma na outra. Afinal, parece que a perseguição entre elas acabou, ao que tudo indica, mas há ainda muitos sentimentos entre elas. Agora, a assassina está enfrentando seus próprios demônios, desde a sua infância até o inverno russo, enquanto Eve foge. Isso porque os Doze querem matá-la a todo custo.

Numa jornada que vai de Londres a São Petersburgo, Eve e Villanelle finalmente admitem essa obsessão erótica mútua entre elas. Acontece que esse jogo ainda é muito perigoso e se aproxima cada vez mais de uma conclusão fatal. “Com uma narrativa elegante e precisa, Morra por mim é um desfecho brutal e frenético para a série de Luke Jennings”, completa a Editora Suma.

DESENVOLVIMENTO E DIFERENÇAS DE “MORRA POR MIM”

O último romance da trilogia tem uma diferença substancial que muda muito a perspectiva da história: a narração em primeira pessoa por Eve. Isso traz uma mudança no modo como vemos as duas personagens. Eve agora narra a sua obsessão por Villanelle, seus sentimentos conflitantes, mas óbvios para o leitor. E isso se altera no mesmo movimento de transição da relação entre as duas.

Do ponto de vista escrita e desenvolvimento, não há muitas diferenças dos demais volumes – uma escrita objetiva e dinâmica. É uma sequência direta do que o leitor acompanha no segundo livro, com essas novas perspectivas. Afinal, Eve e Villanelle são “opostas” – na teoria, uma representa o bem e outra, o mal. Mas aos poucos, vemos a influência de Villanelle em Eve e como elas saem da condição de inimigas para “parceiras de crime”.

FOCO NAS PROTAGONISTAS

Como a narrativa está com Eve, nós vemos como ela vai entrando no mundo de Villanelle, de uma perspectiva muito pessoal e próxima do leitor. Contudo, pelo menos para mim, incomodou o fato de parecer que Eve tem uma posição muito submissa em relação a Villanelle. Isso fica evidente aos poucos, em como a assassina sempre parece dominar Eve, mesmo nos momentos de “revolta” de Eve.

Isso é um pouco estranho de ler, pois até então, Eve era uma agente do MI6 de alto nível. Ela não deixa de ser, em essência, essa pessoa. Mas isso parece ficar escondido pela relação com Villanelle. Portanto, eu acho que em “Morra por mim” a balança pesa mais para o lado emocional do que o thriller, ainda que o autor tente equilibrar as duas perspectivas.

CONTEXTO POLÍTICO, ESPIONAGEM E MUITA AÇÃO EM “MORRA POR MIM”

Acho que o contexto político e a questão de espionagem dão fôlego para a história. São tramas paralelas de um processo de transição entre uma caça, lá do primeiro livro, para um romance, no último volume. Ou seja, o autor mantém uma linha coerente, equilibrando a narrativa com o romance de Villanelle e Eve – as consequências disso e o que significa para Eve estar neste lado do jogo – com a trama que envolve os Doze e todo o plano pelo “bem maior”.

Acho que a conclusão da trilogia é eletrizante, surpreendente e cheia de reviravoltas. Ficam perguntas em aberto, pelo menos para mim. Entretanto, creio ser intencional, pra mostrar que sempre há mais do que sabemos na vida real. Aliás, acho que Luke Jennings consegue trazer nesse romance um bom reflexo de assuntos geopolíticos da nossa realidade. Claro que separando ficção de realidade, mas não deixa de ser uma boa perspectiva.

Enfim, é isso. Agora sim posso assistir à série e ver como essa história foi adaptada. De qualquer maneira, fica a indicação de leitura dessa trilogia sensacional. Até a próxima!

Ficha técnica

Morra por mim

Autor: Luke Jennings

Páginas: 216

Editora: Suma (Companhia das Letras)

Ano: 2022

Onde comprar: Amazon (físico) | Amazon (e-book)

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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