Olá, tudo bem? Hoje trago a resenha do livro “Não existe amanhã”, de Luke Jennings. A obra é sequência de “Codinome Villanelle”, da trilogia que inspirou a série “Killing Eve”. O segundo livro chegou em 2021, pela Editora Suma. Então, espero que aproveite a leitura dessa resenha.
Na história, revemos Eve Polastri e Villanelle. Certamente, uma dupla que já conhecemos bem, não é mesmo? Mas há ainda muito a contar sobre o duelo e a obsessão das duas. A primeira, funcionária do governo inglês que têm a missão de localizar Villanelle, consegue novas pistas. Isso porque ela rastreia um oficial do MI5, que está a serviço dos Doze, e buscará respostas durante o interrogatório.
Do outro lado, Villanelle recebe um telefonema tarde da noite. Ela acaba de concluir mais uma missão, em Veneza – nada mais que outro assassinato de rotina. Mas o fato é que a treinada assassina tem tentado se aproximar de sua nova vilã. Consequentemente, ela tem corrido mais riscos para tanto. Enquanto isso, Eve vai desvendando a identidade de Villanelle, aos poucos, e tentando completar sua caçada.
O DESENVOLVIMENTO DE “NÃO EXISTE AMANHÔ
Partindo do ponto em que o primeiro livro terminou, essa é uma sequência em que as coisas começam a se desenvolver de maneira substancial. Não apenas a investigação de Eve para encontrar Villanelle e seus chefes – os Doze – mas também a relação entre as duas rivais. Há uma confusão de sentimentos de ambas as partes – mas uma obsessão parecida, talvez por motivos diferentes e semelhantes ao mesmo tempo.
Portanto, é uma sequência direta do primeiro livro, com o mesmo ritmo de desenvolvimento da trama. Em meio à perseguição de Eve e o jogo que Villanelle faz com a agente, seguimos acompanhando o desenrolar das missões da assassina profissional, seus métodos e um pouco da sua vida “real”. Da mesma forma com Eve, sua relação com o marido, em especial.
A narrativa é objetiva, bastante dinâmica e com capítulos mais longos. Contudo, eles são divididos entre pequenas partes de diferentes perspectivas. É isso que traz o dinamismo, aliado aos bons diálogos e às cenas de ação. Acho que a questão da política europeia e russa também ajuda no desenvolvimento da trama, sendo bem trabalhada pelo autor.
UMA AVENTURA A PARTE NO PSICOLÓGICO DAS PROTAGONISTAS
Sem dúvida, esse é um romance de espionagem, que mistura ação e drama. Entretanto, acho que Jennings consegue nos trazer uma perspectiva diferente para suas personagens principais. No primeiro romance, havia certo equilíbrio entre as questões pessoais de Villanelle e Eve. Mas nesse segundo, as coisas começam a se misturar mais.
Acho que aos poucos, o autor vai construindo sua trama para aquilo que veremos no terceiro livro. Contudo, até lá, ele cria no leitor uma sensação de que o destino para uma das duas é trágico. Como se, no fim, uma das duas não fosse sobreviver. Se é isso que acontece, não posso dizer, mas ele cria essa sensação no leitor, que pode, ou não, se concretizar.
“NÃO EXISTE AMANHÔ É UMA CONTINUAÇÃO DE RESPEITO
Acho que esse segundo romance tem uma continuação bem construída, amarrada e com boas reviravoltas. Ao mesmo tempo, as coisas me parecem ainda mais tensas nesse livro. Tem mais ação, mais dessa coisa de espionagem que acaba sendo eletrizante e transformando a leitura em algo mais dinâmico e intrigante.
Óbvio que o autor deixa perguntas sem respostas. Aliás, acho que em alguns momentos esse romance soa um pouco complexo demais. Mas, ao mesmo tempo, vamos conseguindo compreender as coisas na mesma medida que a investigação de Eve avança. Não acho que o autor queria criar mais perguntas que respostas para desenvolver tudo no último livro.
Portanto, um ótimo romance, na mesma linha que o primeiro, criando uma ótima expectativa para a conclusão da saga. Fica a indicação de uma leitura objetiva, eletrizante e com muita ação. Espero que tenha gostado da resenha e até a próxima!
Ficha técnica
Não existe amanhã
Autor: Luke Jennings
Páginas: 240
Editora: Suma (Companhia das Letras)
Ano: 2021
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