Olá, pessoal, tudo bem? Hoje quero conversar com vocês sobre o livro “O mistério dos três pedaços”, de Sophie Hannah. Essa é a terceira história criada por Sophie inspirada no famoso detetive de Agatha Christie, o belga Hercule Poirot. Devo dizer que essa é a história que menos gostei dessa série. Mas, ainda assim, foi uma ótima experiência. Enfim, confiram a resenha:
A HISTÓRIA DE “O MISTÉRIO DOS TRÊS PEDAÇOS”
Imagine ser abordado, do nada, por uma mulher furiosa que alega não ser uma assassina. Pois é exatamente isso o que acontece com Hercule Poirot, quando chega em casa certo dia, após o almoço. A mulher afirma que recebeu uma carta, em nome do detetive, a acusando de assassinato. Mas Poirot fica tão confuso quanto a irada mulher. Afinal, ele nunca mandou tal carta.
O problema fica maior quando outras três pessoas chegam à casa do detetive alegando terem recebido a mesma carta do detetive belga. Para todos os casos, o morto em questão é o mesmo: Barnabas Pandy. Alguém que alguns dos que receberam a tal carta, se quer o conheciam. Aliás, a causa da morte de Pandy, segundo sua neta, foi um acidente. Então, Poirot se vê num verdadeiro mistério para descobrir o que exatamente está acontecendo. Você tem alguma pista?
A ESCRITA DE SOPHIE HANNAH
Desde o primeiro livro da autora inspirado em Poirot, percebi conexões entre a escrita de Sophie e Agatha Christie. Ela sempre conseguiu inserir elementos que transportam o leitor para uma experiência de ler a rainha do crime. Dito isso, em “O mistério dos três pedaços”, notei que Sophie perde um pouco dessa proximidade com a escrita de Agatha. Contudo, isso não prejudica a leitura em si e não significa que a intenção dela era “copiar” Agatha.
Mas, aos usar certos elementos que deixam as escritas muito próximas, é difícil não fazermos essa comparação. O primeiro ponto divergente é que me parece ter um tom cômico durante a narrativa que difere das histórias originais de Poirot. Nos livros de Agatha, sempre me divirto e rio lendo as peripécias dele. Mas ela não precisa explicitar nada, é tudo natural. Nesse livro, perde um pouco a naturalidade do detetive.
O segundo ponto é o próprio detetive. Ele me pareceu muito mais falante, não do tipo que ele fica quando está investigando. Mas sobre tudo. Não senti conexão com aquele Poirot que tão bem conhecemos. Não me entendam mal, a autora consegue trazer muitos dos trejeitos de Poirot de maneira parecida com o criado por Agatha. Mas é como se faltasse algo – ou tivesse algo de mais.
OS PONTOS POSITIVOS DE “O MISTÉRIO DOS TRÊS PEDAÇOS”
O que se assemelha, porém, também se destaca. E é a trama, o quebra-cabeça criado por Sophie, muito bem inspirado em Agatha Christie. É um verdadeiro labirinto, um enigma digno da rainha do crime. E a autora consegue intrigar o leitor junto do detetive. Pois ele também é meio que pego de surpresa dentro desse mistério, então, ao passo que ele não sabe de nada, o leitor muito menos.
Algo muito positivo é como as coisas começam a ser reveladas, ainda que nem tudo faça sentido para o leitor – não até Poirot elucidar tudo, cada detalhe. A sensação de você estar completamente perdido enquanto as coisas parecem estar bem na sua cara só pode ser garantida em um livro de Agatha Christie. Mas Sophie Hannah consegue trazer sentimento parecido.
É surpreendente quando a verdade vem à tona, e o leitor não tem outra reação se não ficar de queixo caído. Ela consegue criar reviravoltas e elementos que deixam todos surpresos. Aliás, todo o desenvolvimento da obra é muito bom. Ainda que em pequenos detalhes essa história não é uma criada por Agatha Christie, no contexto geral ela poderia sim ter sido escrita pela rainha do crime.
CONCLUINDO…
Para concluir essa resenha, quero deixar claro que não tenho intenções de ficar comparando as escritoras. Contudo, a partir do momento que Sophie se coloca como uma escritora disposta a reviver um personagem tão emblemático de Agatha Christie, é difícil não comparar, como disse. Eu já li outras história de Sophie e ela sempre me surpreendeu. Afinal, são histórias mais desenvolvidas e com elementos diferentes.
Então, eu espero que ela continue criando histórias de Hercule Poirot. Isso porque ela consegue nos intrigar e trazer aquela sensação de estarmos lendo um livro de Agatha Christie. E isso é bom, pois ela faz falta. As histórias de Hercule Poirot fazem falta, então, só nos basta reavive-lo por meio dessas histórias. Portanto, eu recomendo muito essa leitura. Garanto um bom mistério!
Enfim, é isso. Espero que tenham gostado dessa resenha e até a próxima!
Ficha técnica
O mistério dos três pedaços
Autora: Sophie Hannah
Páginas: 320
Editora: HarperCollins Brasil
Ano: 2021
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