Olá galerinha! Mais uma resenha fresquinha para vocês de um livro que eu estava muito ansioso para ler, desde que vi o título e a capa. Geralmente, não leio um livro apenas por isso, pela capa ou pelo título. Mas a sinopse também me pareceu instigante e fora do tipo de leitura que costumo ler, então, finalmente, li “Os Tijolos nas Paredes das Casas”, de Kate Tempest. De cara, posso dizer que amei a narrativa da autora e a história em si. Vamos lá? Aproveitem a leitura!
É um livro que começa com três pessoas, Becky, Harry e Leon, dentro de um carro, com uma mala cheia de dinheiro, saindo de Londres, cansados da cidade, que perde sua essência com o tempo. No entanto, o livro narra, principalmente, o passado dessas pessoas, mais precisamente um ano antes daquele momento em que estão no carro. E, claro, o passado mais antigo também vai sendo revelado ao longo do livro, mais de Becky (Rebecca) e Harry (Harriet). No entanto, todos os personagens envolvidos acabam tendo suas histórias passadas, de seus pais ou avós, contadas pela autora. O que me leva a ver essa obra como um livro de histórias, também.
A narrativa é em terceira pessoa. No entanto, a autora é poeta e coloca muito de seu estilo poesia na narração da história, o que eu achei muito bonito, uma forma muito interessante de contar a história. Não é totalmente poesia, mas é perceptível esse estilo inserido dentro da narrativa. Confesso que sempre fui aquela pessoa que queria ler mais poesia, mas nunca, de fato, pega um livro ou uma poesia para ler e compreender (ou não) a mensagem que o poeta quer nos passar. Acho que a mensagem que Kate Tempest queira nos passar nessa obra é o que nos molda como pessoas. O que levamos da vida, ao longo dos anos, ou numa viagem de carro com uma mala cheia de dinheiro… eu quase consigo ver a cena dessas três pessoas, dentro do veículo, cada um rememorando suas vidas. Se era essa a intenção da autora, não sei, mas se era, missão cumprida.
Como eu disse, eu vejo essa obra como um livro de histórias de pessoas que fazem parte desses três personagens. Seus pais, avós, tios, famílias. Suas infâncias, aquilo que moldaram quem eles são, naquele momento, no carro. Mas, além disso, é um livro sobre relações – de todos os tipos. Familiares, românticas, de amizades. Dentro de uma cidade que possui seu estilo diferente, que possui um sistema, o que me leva a uma outra coisa. É um livro que fala muito sobre a vida em Londres, como é viver lá. Talvez faria mais sentido para as pessoas que de fato vivem lá, mas é interessante para nós que não vivemos conhecermos esse lado, tudo o que leva essas pessoas a tomarem a decisão de sair de lá – e, quem sabe, voltar. O que nos leva a uma outra mensagem: como o meio em que vivemos influencia em muito nossa vida.
A conclusão é um tanto quanto agridoce. Pela intensidade da história (não com ação, mas o significado dela), achei que o desfecho bastante subjetivo, o que pode ser bom, de certa forma. Deixa nossas mentes vagarem por aí imaginando qual o “final feliz” dessas pessoas, se é que elas têm um. Ao mesmo tempo, sinto falta de uma conclusão mais objetiva. Por ser um livro que, com certeza, foge muito da minha zona de conforto, que não tem uma trama definida, senti falta disso. Mas quando você começa a ler, imediatamente pensa que precisa finalizar e descobrir a fundo a vida dessas pessoas.
Amei ler essa obra, de verdade. Quero muito ler outras obras dessa autora, quem sabe até algumas de suas poesias. Amo livros assim, pois nos instigam ainda mais a fugir de nossa zona de conforto e buscar novas experiências, novas histórias, novas formas de leitura. É um livro que recomendo sem pensar duas vezes.
Espero que tenham gostado dessa resenha. Me contem o que acharam, se concordam ou não comigo, enfim, o que vocês quiserem. Aguardo vocês! Até a próxima!
Ficha técnica:
Os Tijolos nas Paredes das Casas
Autora: Kate Tempest
Editora: Leya
Ano: 2016
336 páginas