Olá galera! Ano acabando, mas ainda em tempo de mais uma resenha! E essa é bem especial, diga-se de passagem… hoje vou falar com vocês a respeito dos quatro primeiros livros da série A Torre Negra, do mestre Stephen King. Ou seja, vamos conversar sobre “O Pistoleiro”, “A Escolha de Três”, “As Terras Devastadas” e “Mago e Vidro”. Decidi fazer assim por dois motivos: primeiro que eu tinha que falar sobre essa série aqui e segundo que, para fazer isso, eu achei melhor dividir em duas partes do que falar por livro individualmente ou falar sobre toda série em uma única resenha (ficaria enorme!). Tentei fazer o mais resumido possível! Então, bora lá.

O Pistoleiro

Bom, esse primeiro livro eu li dois anos atrás. Acredite ou não, somente em 2018 é que decidi terminar de ler essa série. Me empenhei e estou no penúltimo (ou último), A Torre Negra. Mas vamos com calma. Nessa primeira obra, conhecemos o pistoleiro Roland Deschain, de Gilead. Ele é o último dos pistoleiros e está em busca da Torre Negra. O motivo dessa busca conhecemos ao longo dos livros, mas é seu fascínio que compreende toda a história. Nesse livro, Roland praticamente está à caça do Homem de Preto, que ele acredita ter respostas sobre sua busca.

No meio dessa caça, ele conta os acontecimentos na cidade de Tull, sempre em busca da torre. Nessa parte de sua busca, conhecemos bem suas habilidades e um pouco do mundo de Roland. É nesse livro que também conheceremos Jake Chambers, autor de uma das frases mais emblemáticas dessa série, na minha opinião: “Vá então. Há outros mundos além deste”. O motivo dessa frase é tão emblemático quanto ela. O livro segue até o encontro, finalmente, de Roland com o Homem de Preto.

Bom, como eu disse, li há dois anos esse livro e meio que não me interessei em continuar, na época, a ler essa série. Acho que esse primeiro livro não me prendeu tanto quanto eu gostaria, quanto outros livros fazem, geralmente. Isso não é um problema, porque lendo agora a continuação dessa história, percebo que ela é muito complexa e o primeiro livro é tão essencial quanto. Portanto, se você meio que “enroscou” no primeiro livro, não é um problema. Acredite, ficará muito melhor, mesmo! O que me leva ao segundo volume…

A Escolha de Três

Nesse livro, as coisas começam a fazer mais sentido e, também, começam a ficar mais interessantes. No livro anterior, Roland termina numa praia, depois de uma longa confabulação (palavra que King adora usar nessa série, o que faz sentido) com o Homem de Preto. Esse é o start de “A Escolha de Três”. O título faz jus à história contada nessa obra. Na “palestra” (outra palavra usada pelo autor para dizer “discussão”, “confabulação” etc) com o Homem de Preto, este revela o futuro do pistoleiro, mais especificamente as figuras de três pessoas, que o ajudariam a chegar à sua Torre Negra.

Nessa praia, Roland encontrará três portas que, magicamente, o levam para o século 20 em três momentos. 1987, onde conhece Eddie Dean, 1960, onde conhece Odetta (Detta) Walker, e 1977, onde “conhece” a morte. Você vai entender melhor lendo esse livro, mas é exatamente isso. Nas revelações das cartas, cada um tinha um título. Eddie era “O Prisioneiro”, Odetta era “A Dama das Sombras” e a terceira porta era “A Morte”.

Pois bem… acho que foi nesse livro que comecei a entender melhor o que King estava tentando criar. Não sei se estou certo, mas foi da forma que interpretei. De certa forma, A Torre Negra, não deixa de ser uma viagem ao tempo. Mais do que isso, uma viagem a vários mundos, como fica bem claro no desenrolar da história. King é um mestre, com certeza. As nuances dessa obra são realmente incríveis. Nesse livro, também, fica evidente a diferença de Roland com os demais que, teoricamente, são do futuro, cada qual ao seu futuro. Ou do passado, dependendo da perspectiva. Roland meio que parece um “caipira”, claro que no bom sentido. Mas sua linguagem é diferente, seus modos também, mesmo para alguém que vive há muitos (muitos, mesmo!) anos. Isso tudo mostra muito bem como Stephen King é genial.

As Terras Devastadas

Escolhas feitas, ao final do segundo volume percebemos que falta uma pessoa para completar o ka-tet de Roland. Para quem não leu e não sabe, ka-tet é uma espécie de bando, ou grupo. Nessa série, talvez seja algo mais profundo que isso. Eddie e Susannah (antiga Odetta/Detta) são parte desse grupo, mas falta um membro: Jake Chambers. Lembra-se dele do primeiro livro? Pois bem, ele está de volta… mas ele está no “futuro” ainda, envolvido num paradoxo temporal ferrado, com o perdão da palavra. Mas isso é tudo uma “trama” desse livro.

Nesse terceiro volume, começamos a nos familiarizar cada vez mais com o mundo de Roland. Antes de encontrarem Jake, o quase ka-tet vai encontrar um dos guardiões de 12 portais que ligam os mundos, unidos por seis feixes de luz (confuso, eu sei). Mas é exatamente no encontro desses portais que Roland acredita estar a Torre Negra, que agora já percebemos, parece correr sérios riscos… Isso é muito claro no livro, então, não creio ser um spoiler. Enfim, eles estão em um dos feixes de luz, e por ele seguem caminho para onde, acreditam, dará na Torre. Muitas coisas acontecem depois dessas descobertas, muitas delas na cidade de Lud.

Acho que nesse volume as coisas passam a tomar mais forma com as ideias de King. Ele vai longe na sua imaginação, na verdade. Mas é tudo muito interessante, confesso. Somos introduzidos a novas linguagens, novas pessoas, novas tecnologias que, mesmo para um livro escrito no século 20, parecem estar bem avançadas. Somos introduzidos a robôs, monotrilhos falantes e muitas “coincidências” com o mundo que Eddie, Susannah e Jake conhecem bem e o mundo de Roland. King soube explorar essas diferenças muito bem, e as familiaridades também.

Mago e Vidro

E chegamos ao quarto volume e último dessa primeira parte da resenha: Mago e Vidro. Esse livro começa exatamente após os acontecimentos do terceiro livro, dentro do Mono Blaine, um monotrilho bem falante e cruel, convenhamos… mas ok, o livro começa com uma certa batalha de adivinhações que literalmente vale a vida do ka-tet. A questão é que chegam à Topeka, no Kansas. No entanto, a verdadeira trama desse livro é uma história do passado de Roland onde ele conheceu Susan Delgado.

O livro inteiro, praticamente, é sobre essa história, que Roland conta aos companheiros em poucas horas, mas que parecem dias… é uma história longa, realmente, mas muito interessante. Acho que esse passado do pistoleiro era necessário ser contado para que se pudesse continuar a busca. Até porque, muitas coisas que acontecem lá no passado têm reflexos no “presente” onde o ka-tet busca a Torre Negra. Nessa história, conhecemos os significados de vidro, esse com uma certa importância “maior” na história de Susan, e mago, do título.

Só no fim da obra é que descobrimos a fundo quem é o mago. Uma pessoa também do passado de Roland que os encontra agora no Palácio Verde, dessa vez no futuro. Dentro desse palácio, um segredo de Roland é revelado, mas tão breve isso acontece, logo eles estão de volta ao Caminho do Feixe de Luz.

Para resumir minha opinião, acho que esse é um livro bem extenso, mas tão crucial para a série quanto os demais livros. Ainda assim, acho que é uma obra à parte, como se fosse um complemento à busca em si pela Torre Negra. De qualquer maneira, é importante conhecer o passado de Roland até para entender melhor quem ele é “hoje”.

Conclusão

Bom, posso dizer que esses primeiros quatro livros são, de certa forma, uma introdução ao restante da história. Queria poder falar mais do que isso sobre cada história, mas não queria me prolongar muito e é algo muito complexo, na minha opinião, para se entrar em muitos detalhes. O que vocês precisam saber é que a série me prendeu, logo no segundo volume. O primeiro, confesso, não me deixou muito animado, mas ele é tão bom quanto o restante e parte importante de toda a história. No começo as coisas parecem “estranhas”, mas deem uma chance pois vale realmente a pena.

Da minha parte, só posso dizer que Stephen King é genial. E ele, com certeza, me fez pensar em comprar outros livros dele (infelizmente, só tenho os da série e It, A Coisa, que também já li). Sua narrativa é sensacional, ainda que longa. Às vezes nem imagino que um livro pode ter mais de 600 páginas, mas depois que passam, percebo que tudo aquilo que estava escrito tem sua importância. E perceber isso, é sensacional. Portanto, leiam! E aguardem, pois, em janeiro tem a segunda parte dessa resenha. Fiquem ligados…

Agora, é claro, chegou a vez de vocês me dizerem o que acharam, conversem comigo sobre essa série! Quero saber a opinião de vocês. Compartilhem com a gente nos comentários e até logo!

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

Comentário sobre “Resenha: Série A Torre Negra – Stephen King (Parte 1)”

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