Guerra no corpo do homem

Olá, tudo bem? Hoje trago a resenha de “Guerra no corpo do homem”, livro de estreia do poeta brasileiro Sallié Oliveira. A obra chegou até nós por meio da nossa parceira de primeira hora, Oasys Cultural. Aliás, tem sido essa parceria a responsável por me fazer ler mais literatura brasileira, em especial a poesia brasileira. Portanto, espero que aproveite a leitura dessa breve resenha.

Conforme descreve a Oasys Cultural: Essa é uma obra sobre um final. Escrito nos primeiros meses de quarentena e pensado como um livro-rompimento, “Guerra no corpo do homem” propõe um estudo sobre os sentimentos que atravessam um corpo em isolamento e de coração partido. Os protagonistas dessa história investigada em versos apaixonados, às vezes agressivos, são dois homens negros, cujo relacionamento ruiu semanas antes de o mundo como um todo começar a ruir. Mais do que um diário do exílio individual instituído há dois anos, é uma exposição de memórias afetivas e dos versos escritos pela periferia das grandes cidades.

A PLURALIDADE DOS POEMAS DE “GUERRA NO CORPO DO HOMEM”

Essa descrição foi o que me “conquistou” quando li sobre esse livro pela primeira vez. Além disso, me ajudou a entender os poemas da obra, que de fato têm uma linha de raciocínio coesa e coerente. São poemas plurais, intrigantes e delicados, mas, ao mesmo tempo, que demonstram força. Isso devido aos temas que trata – em especial as relações (com outros e com si mesmo), o amor e o ser humano em essência.

Mas Oliveira também utiliza referências religiosas, do dia a dia e trata até mesmo do racismo, ainda que de maneira muito delicada. Sem dúvida, isso tem relação direta com o fato de ter sido escrito durante a pandemia e como esse período de quarentena pode ser um momento de autorreflexão, mas de autodescoberta também. E a escrita do autor, nesse sentido, é muito inteligente, e convidativa.

A IDENTIFICAÇÃO COM O LEITOR

No meu ponto de vista, o autor trata de assuntos relevantes e importantes não apenas para ele, mas também faz com que o leitor se identifique com aquilo que ele externa. E ele faz isso por meio de uma poesia muito bonita – aquele tipo de beleza que só encontrei na literatura brasileira.

No fim – e o fim chega rápido, mas só porque o autor nos convida a continuar lendo verso após verso -, percebo como Oliveira consegue transmitir tão bem seus sentimentos e seus pensamentos através das palavras. Ele nos faz emergir em sua poesia e só ao final nos lembra de tomar fôlego. Acho que esse é o maior triunfo que se pode ter como escritor: a arte, nesse caso a poesia, de conseguir prender o leitor e não soltá-lo.

Enfim, é isso. Não muito mais o que dizer, apenas recomendar a leitura da poesia de Sallié Oliveira, pois vale a pena! Até a próxima!

Ficha técnica

Guerra no corpo do homem

Autor: Sallié Oliveira

Páginas: 70

Editora: Patuá

Ano: 2022

Onde comprar: Editora Patuá

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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