Disque T para titias

Olá, tudo bem? Hoje trago a resenha do livro “Disque T para titias”, de Jesse Q. Sutanto. A obra chegou ao Brasil neste ano pela Editora Intrínseca. A obra mistura comédia, romance, suspense e investigação tudo numa só história. E o resultado é divertido e instigante. Então, espero que aproveite a leitura dessa resenha:

Na história, Meddelin Chan é uma fotógrafa que trabalha com a mãe e as tias no negócio da família. Certo dia, ela descobre que tem um encontro marcado com um cara que a mãe ajeitou pra ela. Mas não é tão simples assim: a mãe simplesmente se passou por Meddelin, conversou meses com o rapaz e finalmente marcou o encontro. Nem de longe isso daria certo e o mais improvável acontece: Meddelin mata, sem querer, o cara.

Sem saber o que fazer, Meddelin chama a mãe, que chama as irmãs para se livrarem do corpo. Contudo, essa não é uma tarefa simples. Ainda mais quando ele acaba em um cooler que é enviado por acidente para um resort de luxo da Califórnia, onde acontece um casamento. Detalhe: a família Chan vai trabalhar no evento, o que torna essa missão ainda mais impossível, perigosa e, claro, divertida.

O DESENVOLVIMENTO DE “DISQUE T PARA TITIAS”

Essa é uma história dramática, divertida e de suspense em níveis inimagináveis. Narrados em primeira pessoa por Meddelin, os capítulos são curtos e objetivos, com bons diálogos. Na verdade, a história em si ajuda o desenvolvimento do livro, pois além de ser divertida, é instigante como a autora vai narrando as aventuras em que as tias e Meddelin se envolvem.

Como a narrativa é em primeira pessoa, tem um tom excessivo de drama por conta de tudo o que acontece. Inclusive, acho que isso é intencional, pois acaba sendo divertido acompanhar as discussões de Meddelin com si mesma, com as tias e com a mãe. É isso que traz mais agilidade para leitura e que a torna mais atrativa de ler. Sem falar que, ao longo da história, a autora ainda consegue inserir reviravoltas e surpresas.

O HUMOR X O ABSURDO

Sem dúvida, essa história tem um tom de humor do tipo absurdo. Tipo a morte do cara, as circunstâncias e as consequências. É um conjunto de coisas que parece que não vai dar certo. Mas então a autora surpreende com uma narrativa divertida e que te puxa para ler e se embrenhar na história. Sem falar que ela arranca do leitor umas risadas sem esforço, principalmente com as tias.

Mais incrível ainda é que, no meio dos absurdos, elas discutem coisas banais, como se fosse uma história normal. É maluco isso, mas é uma construção coerente da autora em trazer esse absurdo, surpreendendo e divertindo o leitor. Além disso, ela consegue equilibrar o drama e o humor de maneira interessante, ainda que, em alguns momentos, ela exagere para um desses lados.

REPRESENTATIVIDADE EM “DISQUE T PARA TITIAS”

A autora coloca logo no início uma mensagem sobre sua tentativa de desconstruir essa questão do estereótipo sino-indonésio. Acho que isso é bem importante e reflete no desenvolvimento da história. Então, mesmo trazendo um olhar um tanto estereótipo, pelo menos no meu ponto de vista, a autora constrói algo natural, divertido e nem um pouco ofensivo. E a representatividade sino-indonésia é muito bem-vinda na história.

Acho que, por isso, o livro acaba se tornando uma celebração à família, ao amor, à amizade. É uma lição de vida de como os laços familiares são importantes, mas que há limites também. A família de Meddelin demonstra isso, como a ama, mas é um jeito superprotetor e meio “sem noção”. Acho, até, que outras pessoas podem se identificar com esse jeito delas, pois por mais exagerado que seja, é bonito.

Sem dúvida, “Disque T para titias” é uma história divertida, emocionante e eletrizante e que vale cada minuto de leitura. Portanto, fica aqui minha indicação! Até a próxima!

Ficha técnica

Disque T para titias

Autora: Jesse Q. Sutanto

Páginas: 352

Editora: Intrínseca

Ano: 2022

Onde comprar: Amazon (físico) | Amazon (e-book)

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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