Livro Alma na casa sozinha - Felipe Gomes

Olá, leitores. Como estão? Hoje quero conversar com vocês sobre o livro “Alma na casa sozinha”, de Felipe Gomes, autor e poeta brasileiro. Recebi o livro dele por meio da parceria com a Oasys Cultural, que, como sempre, me surpreende com leituras desafiadoras e, na maioria das vezes, excelentes. Quando me foi sugerida a poesia de Felipe, eu aceitei o desafio, principalmente por não estar familiarizado com o gênero. Mas, é claro, foi uma grata surpresa conhecer a escrita de Felipe. Aqui, deixo minhas impressões sobre seu livro. Espero que gostem!

A POESIA EM “ALMA NA CASA SOZINHA”

Longe de mim tentar descrever essa obra. Portanto, deixo aqui uma fala do autor sobre o livro.

Diz o autor: “‘Alma sozinha em casa’ é um feixe de rastros. (…) Talvez cada casa se revele quadrante dum mapa infinito, de rotas perdidas, aliviadas. Da mesa da cozinha, salas de espera, bancos de praça, vistas do mar, pontilhei as linhas de seus trajetos tortos. A malha de um guia difuso. Segue toda vida.” (Oasys Cultural).

E acho realmente que sua fala descreve bem sua poesia.

Como disse, esse é um dos meus primeiros contatos com poesia. Certamente, nos meus anos de leitor, já me deparei com poemas. Mas não num único livro como tal. E posso dizer com todas as letras que foi uma experiência agradável. A escrita do autor te permite ler tudo numa tacada só, ou ler um poema por dia, ou por hora, ou como você preferir. Essa liberdade é gostosa. Particularmente, eu devorei sua poesia em poucos minutos. Me desprendi de tentar encontrar referências e aproveitei a leitura do meu jeito, o que foi prazeroso, confesso. Mas também consegui perceber como os textos se encontram e se completam, de maneiras diferentes.

Ao mesmo tempo, essa mesma liberdade nos permite a reler essas poesias outras vezes – reler da primeira a última página ou fora de ordem. Enfim, é indescritível como o autor conversa com o leitor por meio de seus poemas. E o mais legal é que o ambiente em que o autor estava enquanto escrevia faz parte da poesia e parece inspirá-lo. E isso é muito importante, para qualquer escritor, e para nós leitores, que conseguimos sentir essa mesma sensação do autor, nos colocar em seu lugar. Mesmo aqueles que nunca estivemos.

OS POEMAS QUE SE DESTACAM

Certamente, cada leitor absorve uma leitura de maneira diferente. Para alguns, um ou outro texto se destacam mais, exatamente por mexerem numa ferida que é nossa também. Ou por refletir algo que vivenciamos, no passado ou no presente. Novamente, essa conexão é importante e aqui o autor consegue fazê-lo muito bem, sem ser intencional, no meu ponto de vista. São poemas que ele escreveu e decidiu colocar no mundo, para todos lerem, e é incrível como podem nos impactar também.

Um dos poemas que eu destacaria é “fffffffffffff” (sim, 13 letras “f”). Acho que esse é o ponto em que o processo de escrita do autor se confunde com sua própria poesia. Além de isso ser inteligente, é algo que reforça tudo o que já disse, de se conectar com o leitor, ao mesmo tempo que está apenas colocando em palavras seus sentimentos e anseios e medos e alegrias. Outro que eu releria (como reli) é “paraíso“. Para mim, há um significado importante, mas subjetivo. Pode não ser o mesmo para você, obviamente, que espero que lerá também, um dia.

AQUILO QUE NÃO FAZ SENTIDO – “ALMA NA CASA SOZINHA”

É claro que há poemas que não conseguimos entender, de primeira (nem de segunda), o que significa. E, não sei se estou certo ou não, mas acho que essa é a “graça” da coisa. Podemos não entender, mas talvez um dia essas palavras podem fazer todo sentido para nós. Aliás, devo dizer que foi uma escolha muito acertada que Mariana Vargas escrevesse o prefácio desse livro. Porque ela nos ajuda a entender a profundidade da obra de Felipe Gomes, principalmente para os “novatos” na poesia – lendo e escrevendo, eu diria.

UMA POESIA QUE VALE A PENA A LEITURA

É por tudo isso que concordo com Mariana: “Alma na casa sozinha” precisa ganhar o mundo. Outra coisa que devo concordar com ela: o livro de Felipe Gomes é arte, entre tantas outras coisas. É uma arte que merece ser lida e aproveitada por muitas pessoas. No entanto, não é preciso ter pressa. Como são intensos, esses poemas podem nos atingir de uma forma que não estamos acostumados. Da mesma forma como pode ser bastante natural. Novamente, é subjetivo. E eu gosto disso.

Enfim, eu poderia falar mais um tanto e ficaria me repetindo. Mas ficarei com mais isso: dê uma chance para a poesia de Felipe Gomes. Eu tenho quase certeza que você também vai se encontrar em algum de seus textos. E mesmo que não, acho que ainda assim valerá a experiência. Seja pela intensidade de sua poesia, seja pela conexão com o leitor, é uma leitura gostosa que eu me imagino relendo no futuro, talvez com um chocolate quente junto, ou um café. O importante mesmo é aproveitar a experiência.

Então, espero que tenham gostado dessa resenha. Deixem nos comentários suas impressões! À Oasys, agradeço mais essa oportunidade de me tirar da zona de conforto. A parceria continua sendo proveitosa – e se quiserem conferir outras resenhas dessa parceria é só clicarem aqui. Ao poeta Felipe Gomes: obrigado por suas palavras! Até mais.

Ficha técnica

Alma na casa sozinha

Autor: Felipe Gomes

Páginas: 92

Editora: Patuá

Ano: 2020

Onde comprar: Editora Patuá

Por Douglas Oliveira

Jornalista, leitor voraz e apaixonado por música. Fantasia ou thriller são as escolhas preferidas, mas gosta de se aventurar em toda leitura que o faça sair da zona de conforto.

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